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Fórum Brasil-China organizado pela Apex já tem mais de 700 inscritos e abre nova era nas relações bilaterais

Evento em Pequim evidencia peso político das delegações e antecipa novo marco na integração com a China, na véspera do fórum China-Celac

Brasil e China; bandeiras (Foto: Divulgação)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em um momento emblemático para a reconfiguração das alianças geopolíticas e comerciais no cenário global, o Seminário Empresarial China-Brasil, organizado pela ApexBrasil, reúne neste 12 de maio, em Pequim, mais de 700 inscritos entre autoridades, empresários e líderes institucionais dos dois países. O encontro, realizado no prestigiado Hotel St. Regis, marca o início de uma nova era nas relações bilaterais sino-brasileiras, com forte densidade política e econômica.

A importância estratégica do evento se acentua ainda mais diante do Fórum China-Celac, que ocorre amanhã, 13 de maio, e simboliza o reposicionamento da América Latina diante da ascensão chinesa. A sequência entre os dois fóruns evidencia um movimento coordenado de aproximação entre a China e a região, com o Brasil desempenhando papel central nessa interlocução.

Delegações com peso político e econômico

A programação do fórum da ApexBrasil revela o altíssimo nível das representações institucionais. A abertura do evento conta com as presenças de Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, Fang Aiqing, presidente do Conselho Chinês para Promoção de Investimentos Internacionais (CCIIP), Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além do senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional.

O encerramento está reservado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando o caráter diplomático e estratégico do fórum. A expectativa é que uma autoridade chinesa de alto escalão também participe, sinalizando a reciprocidade do interesse.

Eixos centrais: investimentos, transição energética e segurança alimentar

O seminário está estruturado em quatro grandes painéis temáticos, que abrangem os principais vetores da nova economia global:

  • Investimentos e novas oportunidades de financiamento: com destaque para a participação de Rafael Fonteles, governador do Piauí, e executivos de peso como Pablo Machado (Suzano), Walker Lahmann (Eurofarma), e representantes do BNDES, ICBC, China Merchants Port e Kuaishou.
  • Transição energética e sustentabilidade: liderado por representantes da Weg, Ambipar, Vale, Raízen, Sigma Lithium, State Grid, BYD e GWM, o painel coloca o Brasil e a China como protagonistas na corrida pela descarbonização e pela energia limpa.
  • Segurança alimentar: com participações da Embrapa, BRF/Marfrig, Bayer, COFCO e da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, o painel aborda soluções conjuntas para o abastecimento global, diante das incertezas geopolíticas e climáticas.
  • Sessão ministerial: contará com ministros estratégicos do governo brasileiro como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Simone Tebet (Planejamento), e os presidentes do Banco do Brasil e do Banco Central, Tarciana Medeiros e Gabriel Galípolo.

A assinatura de atos e anúncios de investimentos está programada para as 16h45, o que deve consolidar acordos bilaterais em setores-chave.

O novo mundo e a Declaração de Pequim

O seminário ocorre em um pano de fundo geopolítico em que a Declaração de Pequim, elaborada no contexto da Iniciativa do Cinturão e Rota e da Nova Rota da Seda, é cada vez mais vista como um contraponto ao antigo Consenso de Washington. A análise publicada pelo editor do Brasil 247, Leonardo Attuch, destaca que o mundo multipolar já nasceu e que o Brasil, ao se alinhar de forma pragmática com a China, está se reposicionando como um ator soberano e influente no tabuleiro internacional.

O fato de o Fórum China-Celac ocorrer imediatamente após o seminário empresarial é mais do que simbólico: trata-se de uma demonstração do novo protagonismo latino-americano no diálogo com a Ásia. Nesse contexto, o Brasil aparece como elo fundamental entre a China e os demais países da região.

Convergência diplomática e empresarial

Mais do que um evento comercial, o Fórum Brasil-China da Apex é um marco diplomático. Ele demonstra a disposição do governo Lula de consolidar um novo paradigma nas relações internacionais, baseado na complementaridade estratégica, na multipolaridade e no desenvolvimento sustentável.

Se a antiga lógica das relações Sul-Norte está sendo superada, este seminário pode muito bem entrar para a história como o ponto de virada na construção de um novo eixo global Sul-Sul, com Brasil e China no centro.

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