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      BC precisa de bastante tempo para observar evolução de dados, diz diretor David

      Nilton David afirma que Selic seguirá elevada até que inflação mostre "trajetória sólida rumo à meta de 3%"

      Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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      Por Fabricio de Castro

      SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse nesta quarta-feira que a autarquia precisa de bastante tempo para ver os dados de inflação evoluindo para onde a autoridade monetária quer, ressaltando que a meta de 3% será perseguida.

      Falando em conferência do Citi, em São Paulo, David afirmou que a percepção de que a Selic, atualmente em 15% ao ano, está em nível restritivo é um consenso estabelecido no Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

      “Não existe um número que vá fazer a gente resolver a questão, é sempre uma série, uma construção, e é isso que a gente busca. Então, ‘bastante prolongado’ é que a gente vai precisar de bastante tempo para ver essa série evoluindo para onde a gente quer por ora”, afirmou.

      O BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual neste mês, para 15% ao ano, já sinalizando que o ciclo de alta será interrompido no próximo encontro de política monetária, no fim deste mês, e prescrevendo a manutenção da taxa nesse patamar por período bastante prolongado.

      "Há sinais de que a política monetária está funcionando e que a economia está retornando para dentro do potencial", comentou o diretor. "Por lei, o BC não tem escolha: a meta é escolhida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e o BC vai perseguir", reforçou.

      No evento, David citou ainda uma série de ruídos que podem ter dificultado as análises do mercado sobre o juro neutro no país -- nível que não estimula nem arrefece a atividade.

      Entre outros pontos, ele citou a aprovação no fim de 2023 da taxação de fundos exclusivos e offshore, que gerou uma demanda extraordinária por títulos isentos. Segundo ele, com esse movimento houve uma redução do spread para captação de crédito por empresas, contrariando o movimento esperado em um momento de aperto monetário.

      Após citar outros estímulos pontuais à economia, como o pagamento de precatórios que estavam represados, o diretor afirmou que a avaliação sobre os juros neutros do país deve observar fatores estruturais.

      "Quando somamos estas camadas, a percepção de que os juros neutros de 5% são baixos é quase que imediata", afirmou David, em referência aos ruídos que influenciaram a análise do mercado sobre o juro neutro no país. "Se tirar estes eventos, poderia chegar a algo mais próximo do que pensa o BC."

      David reafirmou ainda que há sinais de que a política monetária está funcionando e que a economia está retornando para dentro do seu potencial.

      Além disso, David afirmou que o mundo passa por um cenário de incerteza mais elevada do que de costume, citando a política econômica dos Estados Unidos.

      (Por Fabrício Castro; texto de Bernardo Caram; edição de Isabel Versiani e Pedro Fonseca)

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