Alckmin rebate Trump e nega que Brasil prejudique os EUA com tarifas
Vice-presidente destaca superávit norte-americano na balança comercial com o Brasil e defende diálogo para evitar retaliações
247 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), rebateu nesta segunda-feira (10) às críticas do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, sobre a política comercial brasileira. Em entrevista ao Jornal da CBN, Alckmin afirmou que “o Brasil não é problema para os Estados Unidos” e destacou que a relação comercial entre os dois países é favorável aos norte-americanos.
A declaração ocorre após Trump acusar diversos países, incluindo o Brasil, de “roubar” os EUA com tarifas abusivas. "Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas não é o caso do Brasil. No caso do Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial na balança de bens e de serviços. O Brasil não é problema", reforçou o vice-presidente.
Trump e o "tarifaço"
Na semana passada, entrou em vigor nos EUA um novo pacote de tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, medida anunciada por Trump como parte de sua estratégia de protecionismo comercial. O presidente também mirou a China, que reagiu prometendo "lutar até o fim" contra o que considera uma guerra comercial injusta.
Trump voltou a criticar a postura de vários países em relação aos EUA. “Outros países têm usado tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra esses outros países. Em média, a União Europeia, China, Brasil, Índia, México e Canadá — vocês já ouviram falar deles — e inúmeras outras nações nos cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É muito injusto”, avaliou Trump.
“Fomos roubados por décadas por muitos países no mundo e não vamos deixar que isso aconteça mais”, atacou. “A partir de 2 de abril, tarifas recíprocas entram em vigor. Não importa o que eles nos taxarem, nós os taxaremos”, completou.
Diálogo como alternativa
Para minimizar os impactos de uma eventual nova rodada de retaliações comerciais, Alckmin tem apostado no diálogo. Na semana passada, ele se reuniu com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer. O objetivo é reforçar que a parceria entre os dois países é estratégica e que medidas extremas podem prejudicar ambas as economias.
“O que é importante? É o diálogo, esse é um bom caminho. O comércio exterior tem que ser um jogo de ganha-ganha”, afirmou o vice-presidente. Ele também lembrou que, apesar de a China ser o maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor estrangeiro no país. "O Brasil buscará várias alternativas e pretende aprofundar a relação com os EUA", concluiu Alckmin.
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