Curta Safo vence prêmio em Annecy com apoio do BNDES e destaca força da animação brasileira
"BNDES tem orgulho de contribuir para que o cinema nacional possa alcançar o mundo", declarou o presidente do banco, Aloizio Mercadante
247 - O curta-metragem Safo (2025), dirigido pela cineasta brasileira Rosana Urbes, foi premiado com o Prix Alexeïeff-Parker no Festival Internacional de Animação de Annecy, na França — o mais importante do gênero no mundo. A informação é do site oficial do BNDES, que apoiou a produção por meio de seu Edital de Cinema de 2016, destinado a fomentar obras brasileiras de animação, documentário, ficção, finalização e coprodução internacional.
Naquele ano, o banco público destinou R$ 15 milhões para o apoio a 22 filmes, marcando também sua primeira iniciativa de incentivo específico a curtas-metragens de animação. A conquista de Safo reafirma a presença da produção nacional em palcos internacionais e remete à trajetória de sucesso do longa O Menino e o Mundo (2014), de Alê Abreu, igualmente apoiado pelo BNDES, vencedor dos prêmios do júri e do público em Annecy e indicado ao Oscar em 2016.
Inspirado na vida e obra da poeta grega Safo, que viveu na Ilha de Lesbos por volta de 600 a.C., o filme homenageia uma das primeiras vozes femininas conhecidas da literatura ocidental. Dos muitos poemas atribuídos à autora, apenas cerca de 200 fragmentos sobreviveram ao tempo, preservados nas areias do deserto egípcio. Com uma abordagem visual experimental, Safo explora a estética da animação autoral e a força da expressão artística feminina.
“Encontrei paralelos entre a história de Safo e a da animação artística, que investiga estéticas e narrativas novas, que propõe universos ainda inexistentes”, afirmou Rosana Urbes, emocionada ao lembrar do momento da premiação. “Subi no palco de Annecy carregando comigo a história da animação autoral, da animação brasileira, das infinitas vezes em que pensei que não teria forças para terminar o filme. Uma plateia gigante, com expoentes da animação mundial, meus ídolos e referências, celebrava Safo com um entusiasmo que nunca vou esquecer.”
O curta foi produzido pela Planta Filmes, estúdio fundado por Urbes e dedicado à criação de animações independentes com técnicas mistas e abordagem experimental. A diretora já foi responsável pelo premiado Guida (2015), vencedor de mais de 70 prêmios, e tem passagem internacional por grandes estúdios de animação, como Disney, onde trabalhou em filmes como Mulan, Tarzan e Lilo & Stitch.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a conquista em Annecy simboliza mais do que um prêmio: representa o alcance global do talento nacional. “Esse reconhecimento internacional reafirma a potência da animação brasileira e do setor audiovisual. O BNDES tem orgulho de contribuir para que o cinema nacional possa alcançar o mundo, pois investir em cultura é investir em identidade, diversidade e desenvolvimento econômico”, declarou.
Criado em 1960, o Festival de Annecy é promovido pela Associação Internacional de Filmes de Animação e reúne anualmente os principais nomes e tendências do setor. A 49ª edição ocorreu entre os dias 8 e 14 de junho, e o prêmio Prix Alexeïeff-Parker, recebido por Safo, homenageia produções que utilizam a técnica analógica pinscreen, marcada pelo uso artesanal de pinos e gradações de sombra.
Com Safo, o cinema de animação brasileiro volta a se destacar no cenário global, reforçando o papel do investimento público como alavanca para a produção cultural. Desde 1995, o BNDES já apoiou 444 filmes com um total de R$ 216 milhões em recursos não reembolsáveis.
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