Presidência da COP30 propõe mutirão global para acelerar ação climática

247 - Em sua quarta carta oficial à comunidade internacional, a futura Presidência da COP30 apresentou sua proposta de Agenda de Ação Climática Global, com foco na implementação dos compromissos assumidos no Balanço Global (Global Stocktake – GST) do Acordo de Paris, firmado durante a COP28, em 2023. A informação foi publicada pela assessoria da COP30 e divulgada durante as negociações intermediárias da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), realizadas em Bonn, Alemanha.

A agenda será organizada em torno de seis eixos centrais: Transição de Energia, Indústria e Transporte; Preservação de Florestas, Oceanos e Biodiversidade; Transformação da Agricultura e dos Sistemas Alimentares; Construção de Resiliência para Cidades, Infraestrutura e Água; Promoção do Desenvolvimento Humano e Social; e Facilitadores e Aceleradores Transversais. A proposta é articular e escalar soluções climáticas concretas, ligando políticas públicas a ações práticas de mitigação e adaptação nos territórios.

“Nosso objetivo é trazer uma nova dinâmica à ação climática global, alinhando os esforços de empresas, sociedade civil e todos os níveis de governo em uma ação coordenada. Um mutirão global para cumprir o GST como uma NDC Global — ou melhor, uma ‘GDC’, a contribuição globalmente determinada do mundo”, escreveu André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30.

Durante o lançamento da carta em Bonn, estiveram presentes Corrêa do Lago, a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, e os dois Campeões de Alto Nível para o Clima: Nigar Arpadarai (COP29) e Dan Ioschpe (COP30). A proposta é fortalecer o papel das coalizões já existentes, incorporando metas como deter o desmatamento até 2030, triplicar a capacidade de energias renováveis no mundo e abandonar os combustíveis fósseis de forma justa e ordenada.

Para Dan Ioschpe, a proposta é clara: “Convocamos um mutirão — um esforço coletivo global. A Agenda de Ação é o nosso plano para esse esforço: conectar governos com implementadores e solucionadores de problemas que já entregam soluções climáticas no território. É hora de combinar urgência com união, e ambição com ação, para acelerar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e construir sociedades mais resilientes”.

O novo modelo da Agenda de Ação será estruturado como um “celeiro de soluções”, voltado para a identificação, replicação e escalabilidade de iniciativas concretas. O objetivo é garantir uma governança mais transparente e eficaz, com mecanismos de monitoramento e prestação de contas alinhados às necessidades de justiça climática e equidade.

“Nesta década decisiva, precisamos aprender com o que funcionou e agir rapidamente para aproveitar as oportunidades identificadas no Balanço Global, assegurando que a ação climática esteja profundamente enraizada na justiça e na equidade. Essa Agenda de Ação Climática unificada vai unir políticas e pessoas, canalizando o dinamismo atual em avanços mensuráveis”, afirmou Nigar Arpadarai.

A expectativa da futura Presidência da COP30 é que esse novo arranjo inaugure uma fase mais madura e colaborativa da agenda climática internacional, convocando a participação ativa de milhares de governos subnacionais, empresas, ONGs, comunidades e cidadãos para transformar a ação coletiva em ferramenta central contra a crise climática.