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BNDES lidera avanço do Brasil em minerais estratégicos para a transição energética

Banco diversifica instrumentos financeiros, ampliando investimentos por meio de parcerias e combinando desenvolvimento e sustentabilidade

Com apoio do BNDES, o Brasil avança na exploração sustentável de minerais estratégicos — como lítio, cobre e terras raras — e se posiciona como protagonista global na transição energética e na nova indústria de baixo carbono (Foto: Divulgação/Freepik )

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assumiu um papel central na estratégia brasileira de fortalecimento da cadeia de minerais críticos e estratégicos, considerados essenciais para a transição energética e a descarbonização da economia. Com novos instrumentos financeiros, parcerias estratégicas e programas de fomento, o banco tem buscado garantir que o país não seja apenas exportador de minérios brutos, mas um protagonista global na produção de materiais transformados e de alto valor agregado.

 “A exploração sustentável dos minerais críticos será fundamental para colocar o Brasil na liderança global da transição energética”, avalia o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Nos últimos anos, a instituição ampliou suas linhas de crédito e criou mecanismos inovadores para financiar desde a pesquisa mineral até a industrialização. Em 2024, a decisão de investir até R$ 250 milhões em um Fundo de Investimento para novos projetos alavancou intenções privadas superiores a R$ 3 bilhões. Já em 2025, a chamada pública realizada em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) recebeu propostas que somaram R$ 85 bilhões em investimento. Ao fim, 56 foram selecionadas, totalizando R$ 46 bilhões em investimentos.

Chamada pública mobiliza bilhões em projetos

O resultado da chamada pública, divulgado em junho de 2025, revelou o potencial do país na exploração de minerais como lítio, grafite, terras raras, cobre e silício — insumos indispensáveis para baterias, motores elétricos, painéis solares e dispositivos digitais.

Para o diretor do BNDES, José Luis Gordon, a medida representa um marco na nova política industrial. “Estamos pavimentando um caminho de crescimento sustentável, fortalecimento da indústria nacional e protagonismo global na transição energética”, afirma.

O presidente da Finep, Elias Ramos, destaca o caráter soberano da iniciativa. “Ao apoiar esses investimentos, contribuímos diretamente para a autonomia tecnológica, posicionando o país como protagonista de uma economia de baixo carbono.”

Fundo de Investimento em minerais estratégicos

Outro movimento relevante foi a criação do Fundo de Investimento em Participações (FIP) de minerais críticos, em parceria com a Vale. O consórcio formado pela Ore Investments e a JGP BB Asset foi selecionado em 2024 para gerir o fundo, que deve iniciar aportes no segundo semestre de 2025.

A iniciativa deverá mobilizar até R$ 1 bilhão e investir em cerca de 20 empresas júnior e de médio porte. Entre os minerais contemplados estão cobalto, cobre, grafite, lítio, níquel, terras raras e fertilizantes como potássio e fosfato.

“A Vale é uma grande produtora de minerais para a transição energética e tem orgulho de integrar uma iniciativa que vai potencializar os investimentos em metais críticos e promover o crescimento das cadeias produtivas nacionais”, declara Gustavo Pimenta, presidente da companhia.

Parcerias com universidades e centros de inovação

O BNDES também tem fortalecido a integração entre empresas, universidades e centros de pesquisa, para garantir o domínio de tecnologias sofisticadas de refino e purificação. Por meio do Fundo Tecnológico (Funtec), o banco apoiou instituições como o IPT-SP, USP, UFMG, UFSC e os Institutos Senai de Inovação.

Em parceria com a Embrapii, foram aplicados R$ 510 milhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento em materiais avançados. Apenas entre 2023 e 2025, essa cooperação resultou em R$ 2,42 bilhões investidos em mais de 1.300 projetos, envolvendo 1.118 empresas.

A articulação é parte da Nova Indústria Brasil, política industrial do governo federal que prevê até R$ 300 bilhões em crédito do BNDES até 2026.

O papel do Brasil nas cadeias globais

De acordo com o banco, o país possui vantagens comparativas únicas: reservas minerais de alta qualidade, energia renovável de baixo custo, força de trabalho especializada, centros de pesquisa consolidados e grandes mercados consumidores. Além disso, já se destaca como o maior produtor mundial de nióbio, referência de fornecimento sustentável.

“O Brasil se coloca como um parceiro global relevante na busca pela agregação de valor para toda cadeia de mineração. Vamos agregar valor aos nossos ativos minerários e não nos limitar ao papel de exportador de minérios”, diz Gordon.

A agenda do IBRAM por uma política nacional

O protagonismo do banco se soma ao debate conduzido pelo setor privado. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) defende a criação de uma Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, prevista em projetos de lei que tramitam no Congresso.

Para o presidente da entidade, Raul Jungmann, o desafio vai além da exploração mineral. “O Brasil precisa assegurar segurança mineral para desenvolver tecnologia e equipamentos voltados à mitigação da emergência climática. Essa agenda é estratégica não só para a indústria, mas para o futuro do país”, afirma.

O estudo lançado pelo IBRAM apresenta 41 propostas, como o fortalecimento de órgãos reguladores, a adoção de critérios ESG e a inclusão de comunidades locais em regiões mineradoras.

Perspectivas e próximos passos

Seja por meio dos investimentos bilionários já mobilizados, seja pela articulação política para aprovação de uma política nacional de minerais críticos, o Brasil se movimenta para transformar suas riquezas minerais em vetor de desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica e reindustrialização.

A estratégia do BNDES, ao combinar crédito acessível, fundos de investimento, articulação institucional e parcerias com universidades, coloca o país em posição de destaque no redesenho das cadeias globais da transição energética.

Com políticas claras, rastreabilidade e agregação de valor, o Brasil pode deixar para trás a imagem de mero exportador de commodities minerais e consolidar-se como liderança internacional na produção de materiais sustentáveis com alto valor agregado.