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BNDES apoia reflorestamento e renda rural com novos projetos sustentáveis

Projeto do Grupo Belterra, com R$ 100 milhões do Fundo Clima, implantará sistemas agroflorestais baseados no cacau em quatro estados brasileiros

BNDES apoia reflorestamento e renda rural com novos projetos sustentáveis (Foto: Freepik)

Um projeto inovador do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve recuperar áreas degradadas e gerar renda para agricultores em quatro estados brasileiros. A iniciativa foi anunciada durante o seminário “BNDES Florestas do Brasil por todo o planeta”, realizado na sede do Banco, no Rio de Janeiro. 

O projeto, idealizado pelo Grupo Belterra, prevê a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) baseados no cultivo de cacau, com a participação de pequenos e médios produtores da Bahia, Pará, Rondônia e Mato Grosso. O financiamento do Banco, no valor de R$ 100 milhões, será viabilizado com recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o modelo alia crédito, inovação e inclusão. “Nesta operação com o Grupo Belterra, o BNDES une crédito, inovação e inclusão para transformar áreas degradadas em polos de floresta e alimento. É um modelo que gera renda para pequenos produtores e combate as mudanças climáticas, mostrando que a restauração ecológica é também uma oportunidade econômica para o Brasil”, afirmou.

Os SAFs combinam diferentes culturas agrícolas e espécies florestais em uma mesma área, criando sistemas produtivos sustentáveis e resilientes. O sucesso desses modelos depende do estudo cuidadoso do solo, clima, mercado e composição das espécies. Entre os benefícios estão o uso eficiente da terra, a redução da utilização de insumos e a oferta de produtos de alta qualidade, com ganhos ambientais e econômicos.

Além dos recursos do Fundo Clima, o projeto conta com R$ 15 milhões em investimentos próprios da Belterra e outros R$ 20 milhões provenientes do Amazon Biodiversity Fund (ABF) — fundo de impacto administrado pela Impact Earth, em colaboração com a USAID e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).

Com polos operacionais em diversos estados, a Belterra pretende plantar 2,9 milhões de mudas. O cacau será o principal produto, dada a forte demanda internacional e o ciclo produtivo sustentável. Outras culturas, como mandioca e banana, garantirão retorno financeiro mais rápido para os produtores.

O CEO da Belterra, Valmir Ortega, destacou o caráter inclusivo e sustentável da proposta. “Nosso modelo de negócio busca superar os principais desafios para a implantação deste tipo de projeto. Além de oferecer novos arranjos produtivos como alternativa para pequenos agricultores, são empreendidos esforços para conectar a produção à demanda de grandes empresas do setor alimentício”, explicou.

Outro impacto relevante será a remoção anual estimada de 232,5 mil toneladas de CO₂ equivalente, o que permitirá a geração de créditos de carbono e novas oportunidades financeiras para os produtores.

Reflorestamento em terras indígenas 

Durante o mesmo seminário, o BNDES anunciou também uma nova chamada pública do programa Floresta Viva, que integra a plataforma BNDES Florestas — iniciativa criada para coordenar e dar visibilidade às ações do Banco na área de restauração florestal e bioeconomia.

O edital destina até R$ 10 milhões não reembolsáveis a projetos de reflorestamento em 61 terras indígenas nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, em parceria com a Fundação Bunge e a Agrícola Alvorada S.A.. A gestão será realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que também coordenará as ações de certificação de carbono.

Esses projetos compõem o Arco da Restauração, uma iniciativa do BNDES e do MMA que busca recuperar áreas degradadas no bioma Amazônia, formando um “cinturão verde” de proteção. As terras indígenas contempladas foram selecionadas por sua importância estratégica no combate e prevenção de incêndios, já que concentram cerca de 50% das brigadas indígenas de combate ao fogo no país.

Além da restauração ambiental, as ações preveem o fortalecimento da agricultura familiar indígena por meio da implantação de sistemas agroflorestais, promovendo equilíbrio entre produção e conservação da biodiversidade.

O edital conta com R$ 971 mil destinados à gestão e R$ 149 mil à certificação de carbono, reforçando a integração entre economia verde e inclusão social. O BNDES aportará metade dos recursos totais, enquanto a Fundação Bunge contribuirá com R$ 4 milhões e a Alvorada, com R$ 1 milhão.