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BNDES apoia projetos de reflorestamento em terras indígenas

Banco destina até R$ 10 milhões para projetos de reflorestamento em Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, fortalecendo o Arco da Restauração

BNDES apoia projetos de reflorestamento em terras indígenas (Foto: Agência Brasil )

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou uma nova chamada de projetos da iniciativa Floresta Viva, voltada à restauração florestal em até 61 terras indígenas localizadas nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. A medida é resultado de uma parceria com a Fundação Bunge e a Agrícola Alvorada S.A., e destinará até R$ 10 milhões em recursos não reembolsáveis às propostas selecionadas.

O edital faz parte do Arco da Restauração, programa conduzido pelo BNDES em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A iniciativa busca recuperar áreas degradadas do bioma Amazônia, criando um cinturão verde capaz de conter o avanço do desmatamento e proteger as nascentes e mananciais da região.

As terras indígenas foram selecionadas por sua relevância estratégica nos esforços de prevenção e combate a incêndios florestais, em sinergia com políticas de manejo integrado do fogo e recuperação de áreas degradadas. Juntas, essas três unidades federativas concentram metade do efetivo nacional das brigadas indígenas de combate a incêndios, o que reforça o papel dessas comunidades na proteção dos ecossistemas amazônicos.

Além da restauração ambiental, a chamada do Floresta Viva também tem foco no fortalecimento da cadeia produtiva das áreas restauradas, com ações de estímulo à agricultura familiar indígena. O objetivo é promover a recuperação produtiva das terras por meio de sistemas agroflorestais — modelos que integram árvores e culturas agrícolas de forma sustentável, conciliando a produção de alimentos com a conservação da biodiversidade.

O anúncio foi feito marcou o lançamento do BNDES Florestas, plataforma que organiza e dá transparência ds ações do banco no setor ambiental. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o banco de fomento tem usado diversos instrumentos para apoiar a conservação e o restauro dos biomas brasileiros, alinhado à atuação do governo federal no combate e mitigação das mudanças climáticas. “Este edital do Floresta Viva é mais um dos instrumentos para apoiar a conservação e restauro dos biomas brasileiro, apoiando projetos que recuperam áreas degradadas em uma zona de transição entre a Amazônia e o Cerrado, crucial para a regulação hídrica e a estabilidade do clima na região”, afirmou.

A Fundação Bunge, braço social da multinacional Bunge no Brasil, considera a parceria uma oportunidade para unir restauração ambiental e geração de renda nas comunidades indígenas. “Entendemos que a construção de uma agricultura sustentável passa por uma visão sistêmica que considere a inclusão social e a responsabilidade ambiental com o mesmo peso”, afirmou Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da entidade. “A integração entre grandes produtores, agricultores familiares e povos tradicionais é fundamental para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, tão importantes para a agricultura no Brasil.”

Na mesma linha, o CFO da Agrícola Alvorada, Leandro Wendt, ressaltou que a sustentabilidade é hoje um pilar essencial do agronegócio moderno. “Ao investir na regeneração de áreas indígenas por meio do reflorestamento, contribuímos para a conservação ambiental e para o desenvolvimento de práticas produtivas equilibradas. Essa iniciativa está alinhada à nossa atuação responsável e ao compromisso de longo prazo com a região na qual estamos inseridos”, disse.

Dos R$ 10 milhões aportados na chamada, R$ 971 mil serão destinados à gestão dos projetos — sob coordenação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) — e R$ 149 mil à certificação de carbono. O BNDES é responsável por 50% dos recursos, enquanto a Fundação Bunge aportará R$ 4 milhões e a Agrícola Alvorada, R$ 1 milhão.

Floresta Viva e Arco da Restauração

Criado para fomentar a restauração ecológica de biomas brasileiros, o programa Floresta Viva atua na conservação da biodiversidade e na recuperação de recursos hídricos, além de contribuir para o sequestro de carbono e geração de empregos verdes. A iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e às metas globais de mitigação das mudanças climáticas.

Esse é o 13º edital lançado pelo Floresta Viva. Até o momento, foram mobilizados R$ 358 milhões, com mais de 80 projetos aprovados ou em fase de aprovação, voltados à recuperação de mais de 10 mil hectares de áreas degradadas em todo o país.

Já o Arco da Restauração, ao qual o novo edital está vinculado, concentra esforços na região historicamente mais devastada da Amazônia — o chamado “arco do desmatamento”, responsável por 75% da perda de floresta nativa. A iniciativa mobiliza recursos públicos e privados, nacionais e internacionais, e já viabilizou dezenas de projetos de reflorestamento e sistemas agroflorestais, beneficiando 8 unidades de conservação, 39 terras indígenas e 80 assentamentos. Com R$ 1,2 bilhão já mobilizado, a expectativa é de ampliação contínua dessas ações.

Restauração em larga escala e geração de renda

Além do novo edital, o BNDES também aprovou um projeto inovador que alia recuperação ambiental e desenvolvimento econômico. A iniciativa, conduzida pelo Grupo Belterra, pretende recuperar 2,75 mil hectares de áreas degradadas e gerar renda para agricultores familiares por meio de sistemas agroflorestais baseados em cacau.

O projeto, financiado com R$ 100 milhões do Fundo Clima, conta ainda com R$ 15 milhões em recursos próprios da Belterra e R$ 20 milhões captados junto ao Amazon Biodiversity Fund (ABF), fundo de impacto administrado pela Impact Earth em colaboração com a USAID e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).

Os sistemas agroflorestais, que combinam culturas agrícolas e espécies florestais, têm se mostrado essenciais para promover o uso sustentável da terra, aumentar a produtividade e fortalecer a resiliência das paisagens agrícolas. Ao conciliar produção e conservação, representam um caminho concreto para o desenvolvimento sustentável no campo.