Janja diz que não permitirá ataques a Lula em 2026 e critica postura de Michelle Bolsonaro
Primeira-dama cobrou ética e responsabilidade de Michelle Bolsonaro no debate político
247 - A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, abordou diretamente o papel de Michelle Bolsonaro nas eleições de 2026. Segundo ela, a ex-primeira-dama, ao assumir protagonismo no pleito, precisa adotar uma postura ética no enfrentamento político.
“Eu não vou deixar ninguém atacar ele [Lula], seja homem ou seja mulher. Eu espero que ela tenha ética para saber o papel que ela tem. Eu espero que não se repita o que ela fez [chamar Lula de pinguço]. Porque, para nós, mulheres, o comportamento dela é muito ruim”, declarou Janja em entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Campanha de 2026 ainda indefinida
A primeira-dama afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não decidiu se disputará a reeleição, mas garantiu que seguirá engajada no diálogo com mulheres, como já fez na campanha de 2022. “A minha disposição, desde o começo do governo, foi a de conversar com as mulheres. É uma pauta fundamental para mim. Tenho feito isso ao longo desses dois anos e meio de governo. E vou continuar fazendo”, disse.
Ela acrescentou que esse contato tem se estendido a diferentes segmentos, inclusive mulheres evangélicas. “Eu não vou para falar. Eu vou para escutar. Por isso priorizamos reuniões menores. Cada mulher tem importância. Não importa se é uma, se são duas ou se são mil", disse a primeira-dama ao rebater o pastor-empresário bolsonarista Silas Malafaia: "o pastor [Silas] Malafaia diz que dá risada das minhas reuniões porque as mulheres evangélicas com quem eu estou conversando não têm importância. (...) É típico de um homem falar isso".
Ataques e ética no debate público
Janja reforçou que não pretende partir para ataques pessoais, mas reagirá se houver investidas contra o presidente. “Qualquer pessoa que ataque o meu marido, eu me sinto no direito de protegê-lo. Ele não precisa de proteção, mas eu me sinto no direito”, afirmou.
Ela destacou que, em um cenário político em que mulheres ainda enfrentam dificuldades para alcançar espaços de poder, a responsabilidade no discurso é essencial. “Já somos muito atacadas. Já temos dificuldade de alcançar lugares de decisão e poder. E quando a gente alcança, precisa ter muita responsabilidade no que faz e fala”, disse, numa crítica ao comportamento de Michelle Bolsonaro.