Fazenda critica governadores que culparam Lula por tarifaço de Trump
Segundo Mello, a medida imposta pelo governo de Donald Trump representa um ataque direto ao país e não deve ser explorada politicamente
247 - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, criticou nesta sexta-feira (11) a postura de governadores que usaram o aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala foi feita durante apresentação do Boletim Macrofiscal de junho, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE). As informações são do Metrópoles.
Segundo Mello, a medida imposta pelo governo de Donald Trump representa um ataque direto ao país e não deve ser explorada politicamente. “São Paulo e Espírito Santo são estados que têm uma relação maior, do ponto de vista da exportação, com os Estados Unidos. Então, tendem a sofrer mais, o que, imagino, mobilize os setores produtivos e, espero eu, os governos dos estados a construir uma saída, e não comemorar o ataque ao país”, declarou.
Nos últimos dias, governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG) vieram a público para criticar as tarifas anunciadas por Trump. No entanto, ambos direcionaram suas críticas ao governo Lula. Zema, embora tenha classificado a medida como “errada e injusta”, acusou o presidente de fazer “intromissões” em assuntos dos Estados Unidos e mencionou supostos abusos por parte do STF.“Há tentativas de censurar a oposição a Lula nas redes sociais, de acabar com a nossa liberdade de expressão. O STF, estamos vendo, já passou dos limites. As provocações em intromissões de Lula em assunto dos Estados Unidos são lamentáveis, mas esses erros e essas injustiças não devem ser consertadas com mais injustiça e erro”, afirmou o governador mineiro.
Já Tarcísio adotou um tom ainda mais duro e culpou diretamente o presidente pelas tarifas impostas por Trump. “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, escreveu o governador paulista nas redes sociais. “Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro, a responsabilidade é de quem governa”, completou.
Apesar do impacto político, a Secretaria de Política Econômica avaliou que as tarifas não devem alterar de forma significativa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Segundo a pasta, o impacto tende a se concentrar em setores específicos da indústria de transformação, mas não afeta, por ora, as projeções macroeconômicas para 2025.
O tarifaço de Trump, que elevou de 10% para 50% as tarifas sobre uma série de produtos brasileiros, foi anunciado como retaliação à postura do Brasil em fóruns internacionais e à aproximação com países do Brics. Trump chegou a dizer que o Brasil “não está sendo bom” para os EUA e que poderia rever a medida se o país “abrir seu mercado e remover barreiras comerciais”.O governo Lula reagiu com firmeza e anunciou que, se não houver uma solução diplomática, o Brasil aplicará medidas de reciprocidade a partir de 1º de agosto. Segundo o presidente, a soberania nacional não será colocada em xeque por pressões externas.
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