"Dois pesos, duas medidas": Lindbergh Farias critica suspensão de Janones e denuncia impunidade de Eduardo Bolsonaro
Deputado reage à decisão que puniu Janones por ironizar Nikolas Ferreira, e cobra responsabilização de bolsonaristas que atentaram contra a democracia
247 - A decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados de suspender o mandato de André Janones (Avante-MG) por três meses, aprovada nesta terça-feira (15), provocou forte reação de parlamentares, especialmente do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que denunciou a disparidade de tratamento entre aliados do governo e bolsonaristas.
“O Conselho de Ética decidiu suspender o mandato de André Janones por chamar Nikolas de Nikole. Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro segue impune após conspirar contra a democracia, sabotar o STF e trair o Brasil no exterior. Dois pesos, duas medidas”, criticou Lindbergh em publicação nas redes sociais.
A punição a Janones foi aprovada por 15 votos a 3, com base em episódio de quebra de decoro ocorrido no último dia 9. Durante um discurso no plenário, Janones dirigiu-se a Nikolas Ferreira (PL-MG) com termos como "capacho" e "vira-lata" e o chamou de “Nikole”, em referência ao episódio de transfobia protagonizado pelo deputado bolsonarista em 2023, quando usou uma peruca para zombar da população trans no Dia da Mulher.
Janones alegou ironia e disse que apenas respeitou como Nikolas “se identifica”. Apesar disso, o relator do caso, deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), recomendou a suspensão de três meses, a mesma aplicada ao bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) em maio. A pena entra em vigor nesta quarta-feira (16) e impede Janones de exercer o mandato, além de cortar os salários da equipe parlamentar. O deputado pode recorrer da decisão ao plenário da Casa.
Para Lindbergh, o caso representa uma inversão de valores no Parlamento. “Não é razoável punir quem usa ironia e proteger quem defende golpe, incita violência e atua como agente estrangeiro contra o país. Essa inversão de valores envergonha o Parlamento e agride o senso comum de justiça”, afirmou. E foi além: “Quem deveria estar cassado — e preso — é Eduardo Bolsonaro. Janones não atacou a democracia. Já Eduardo lidera uma cruzada contra ela. A prioridade deveria ser defender o Brasil, não proteger traidor da Pátria. Toda solidariedade ao @AndreJanonesMG.”
A representação contra Janones foi apresentada diretamente pela Mesa Diretora da Câmara, sob a liderança do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem adotado linha dura contra episódios de desrespeito no plenário.
Denúncia de agressões e importunação
Paralelamente à suspensão, Janones registrou boletim de ocorrência contra os deputados Sargento Gonçalves (PL-RN) e Giovani Cherini (PL-RS), por supostas agressões físicas e verbais durante o tumulto no plenário.
Segundo o documento registrado na 1ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, Janones foi cercado por cerca de 20 parlamentares e agredido com chutes, socos e toques em suas partes íntimas. A Polícia Civil do DF apura os crimes de injúria, agressão e importunação sexual.
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