Confira a íntegra da entrevista de Lula após visita à Rússia
Leia a transcrição completa da coletiva de imprensa do presidente Lula após visita à Rússia, no último dia 10 de maio de 2025
Olha, primeiro, é sempre prazeroso quando a gente termina a viagem em um país, a gente poder conversar com a imprensa brasileira para discutir alguns interesses, que são interesses brasileiros e interesses geopolíticos.
A primeira coisa é que eu recebi aqui ontem uma notícia que me deixou extremamente feliz, que foram os dados do IBGE sobre o crescimento da renda e a queda da desigualdade. Eu venho dizendo para vocês no Brasil que nós plantamos muita coisa nos dois primeiros anos de mandato, depois do processo de reconstrução. E que 2025 seria o ano em que a gente iria começar a colher tudo aquilo que foi plantado.
E essa primeira pesquisa do IBGE mostra que nós estávamos no caminho certo na medida de combater a fome, combater a pobreza, a desigualdade e aumentar o nível de renda do povo brasileiro. Todos os indicadores são extremamente positivos do ponto de vista da escalada de conquistas sociais no Brasil.
Isso é muito bom, porque vocês sabem que eu sonho que um dia o Brasil será um país com um padrão de classe média para todo o povo brasileiro. É esse sonho que eu carrego quando penso em fazer política de distribuição de renda.
A segunda coisa que vocês devem estar inquietos para perguntar é a questão da previdência social. Graças a Deus, a CGU e a nossa Polícia Federal, num processo de investigação com muita inteligência, sem nenhum alarde, conseguiram desmontar uma quadrilha que estava montada desde 2019 nesse país.
Tem entidades sérias no meio que certamente não cometeram nenhum crime e tem entidades que foram criadas para cometer crimes. Esse é um assunto que eu evito comentar porque é um assunto que está na mão da Polícia Federal, está na mão da Advocacia-Geral da União, está na mão da Controlaria-Geral da República e está na mão da Justiça.
O que eu posso dizer para vocês escreverem para o povo brasileiro é que as vítimas não serão prejudicadas. Quem vai ser prejudicado são aqueles que um dia ousaram explorar o aposentado e o pensionista brasileiro, criando entidades e fazendo promessas, sabe, possivelmente nunca cumpridas para esse povo.
A terceira coisa importante é que a minha viagem à Rússia se deve a três fatos importantes. Primeiro, porque a Rússia é um bom parceiro comercial. O Mauro [Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores] só esqueceu de dizer que nós temos uma relação comercial deficitária aqui na Rússia, porque de 30% de todo o óleo diesel que nós exploramos, 70% dos 30% é importado aqui da Rússia. Portanto, nós temos um déficit comercial. Nesse fluxo de praticamente 12 bilhões, nós temos quase 11 bilhões de déficit comercial.
E a minha vinda aqui é para discutir comércio, para tentar equilibrar, porque nós trabalhamos com a ideia de que uma boa política comercial é uma via de duas mãos. A gente compra e a gente vende mais ou menos na mesma proporção para que ninguém seja prejudicado. E isso nós discutimos com o presidente Putin [Vladimir Putin, presidente da Rússia]. Nós queremos incrementar essa discussão econômica com a Rússia. A Rússia é um parceiro importante para nós na questão de óleo, na questão de gás e na questão de pequenos reatores nucleares, que é uma novidade extraordinária para que a gente possa ter energia garantida para todo o sempre.
Ou seja, nós sabemos da volatilidade da energia nuclear e solar. Nem sempre elas produzem a mesma quantidade. E nós sabemos que, em um país que quer ser a sétima, a sexta, a quinta economia do mundo, nós vamos ter muita energia e muita garantia de que nunca vai faltar energia, nunca vai acontecer o que aconteceu na Espanha, o que aconteceu em Portugal.
E além do mais, porque o Brasil tem um sistema energético brasileiro, ele é integrado. Possivelmente seja um dos poucos do mundo que a gente vê. Agora só falta a gente interligar Roraima e o Brasil será um país totalmente integrado. Se precisar levar energia do Oiapoque ao Chuí, a gente leva com muita facilidade. Coisa que não aconteceu no Brasil quando teve o apagão em 2001, porque a gente tinha excesso de energia no Sul e estava faltando energia na outra parte e não tinha linha de transmissão.
Então, nós queremos fazer acordo, queremos aprofundar esse acordo, essa discussão com a Rússia. O ministro Alexandre Silveira [Minas e Energia] veio antes, conversou com os ministros, já veio mais uma vez. Nós convidamos eles para ir ao Brasil para conhecer. A empresa deles já esteve no Brasil. E também nós temos a ideia de aumentar a nossa pesquisa e exploração dos minerais críticos, porque só se fala nisso agora e nós achamos que o Brasil não pode jogar fora nenhuma oportunidade.
A oportunidade da transição energética, a oportunidade dessa transição climática, a oportunidade desses minérios críticos, minerais críticos, que todo mundo tanto fala e que o Brasil tem muito, porque apenas 30% do nosso território já foi pesquisado, ainda falta muita coisa para pesquisar e nós queremos construir parceria com todos os países do mundo que têm expertise, para que a gente possa tirar proveito e para que o Brasil se transforme numa grande economia.
E uma outra coisa importante é a questão da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, esse é um país que, de todos os que participaram com os Aliados, foi o que mais perdeu gente. Esse país perdeu praticamente 26 milhões de pessoas. Esse país chegou num momento em que a população, a juventude, praticamente estava dizimada pela Segunda Guerra Mundial.
E eu vim ver porque é uma festa muito importante. Tem gente que acha que a festa aqui na Rússia é só o desfile de ontem. Ontem foi um desfile para as autoridades, mas o Dia da Vitória é comemorado em todo o território russo e foi uma grande festa.
Sinceramente, eu acho que todos nós precisamos ter consciência de que a gente não pode nunca mais permitir, sabe, que coisas como o nazismo voltem a acontecer no planeta Terra, sabe, nem na guerra e muito menos na política, que é o que nós estamos vendo crescer numa parte do mundo.
Vocês poderão perguntar: Bom, vocês discutiram a questão da guerra da Ucrânia? Eu discuti antes, durante e depois, porque nós dissemos ao presidente Putin aquilo que a gente vem dizendo desde que começou essa guerra, a posição do Brasil é contra a ocupação territorial do outro país, sabe, o Brasil faz parte de um grupo de países que, junto com a China, criou um grupo de amigos que são três países emergentes e eu disse ao presidente Putin que nós estamos dispostos a ajudar na negociação desde que os dois países que se enfrentam queiram que a gente possa participar de negociação.
O Brasil acha que é uma loucura ficar incentivando essa guerra, que é uma loucura, sabe, a Europa estar voltando a se armar com medo de guerra, que é uma loucura a Inglaterra estar voltando a se armar, o Japão estar voltando a se armar. Ou seja, nós estamos gastando trilhões de dólares com armas, quando o mundo está precisando que a gente gaste trilhões de dólares com educação, sabe, com saúde e com comida para o povo que está passando fome. É esse mundo que a gente quer construir.
Fiz questão de vir aqui para dizer que o Brasil está defendendo, sabe, o fortalecimento do multilateralismo. Não é possível, sabe, que a gente não tenha aprendido uma lição com a importância do que foi o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial.
Ou seja: humanizou o comércio entre os países e entre as nações. Querer voltar à teoria do protecionismo não interessa a ninguém, a não ser quem propôs a ideia, porque o que nós queremos é um comércio mais flexível, mais justo, em que a gente possa, inclusive, fazer políticas de favorecimento dos países menores, dos países mais pobres. Discuti isso também com o presidente Putin, vou discutir amanhã com o presidente Xi Jinping [da República Popular da China] e isso vai fazer parte da discussão que nós queremos fazer no nosso querido BRICS, sabe, em julho no Brasil.
Por isso eu volto feliz, sabe, com o que está acontecendo no Brasil, volto feliz com as conversas que nós estamos fazendo com os países, porque nós queremos fortalecer o processo democrático no mundo, o processo negocial no mundo.
Eu tive a chance de participar, praticamente, em uma última reunião importante da OMC em 2008, quando a gente estava a um milímetro de fechar a negociação comercial para o mundo, e o presidente Bush [George W. Bush], porque tinha eleições, sabe, nos Estados Unidos, pediu para suspender as negociações. Nós paramos as negociações e nunca mais as negociações voltaram.
Nunca mais os Estados Unidos se lembraram de sentar na OMC para discutir. E a tentativa de fazer acordo unilateral, fazer acordo país por país, é jogar fora a essência do multilateralismo. E é por isso que nós não aceitamos isso, é por isso que nós somos contra o protecionismo e pelo fortalecimento do livre-comércio.
É isso. Não sei se vocês têm uma pergunta mais inteligente.... Ah, lembrar que a minha mulher [Janja Lula], ela veio antes de mim, ela foi fazer uma palestra sobre, sabe, a questão do combate à fome e à pobreza, da Aliança Global contra a Pobreza e a Fome na Universidade de São Petersburgo, e me trouxe a notícia, e aqui em Moscou também, e me trouxe a notícia que eu vou ser agraciado com o título de doutor Honoris Causa da Universidade de São Petersburgo. Uma universidade em que estudou o Lenin [Vladimir Lenin, ex-chefe de Governo da União Soviética] e uma universidade em que estudou o Putin. E eu vou ser doutor Honoris Causa. Feliz.
Rodolfo Lucena (Tutameia) — Há poucos dias, há poucos dias, cerca de 15 dias, o secretário de Defesa dos Estados Unidos apresentou, ou reafirmou, uma visão do presidente Trump [Donald Trump] de que os Estados Unidos precisam retomar o controle de seu quintal, disse ele, se referindo à América Latina, à América Central e à América do Sul. Presidente, qual é a sua avaliação dessa ideia que tem o governo Trump de que a América Latina é quintal dos Estados Unidos?
Presidente Lula — Olha, eu não diria o governo Trump. Eu diria que há muito tempo, muita gente pensou que o Brasil era o quintal dos Estados Unidos. E o Brasil não é quintal. O Brasil é um país livre e soberano, com interesses soberanos do seu povo e que a gente quer tratar com muito respeito os Estados Unidos, porque temos 200 anos de relações diplomáticas, e queremos ser tratados com muito respeito. O Brasil não quer ser melhor do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser pior do que ninguém.
O Brasil, no mínimo, quer ser tratado em igualdade de condições. Então, o Brasil quer ser tratado com muito respeito. Nós temos um país muito grande, um país com 213 milhões de habitantes, um país com um povo muito generoso, mas um país com um povo que ama o seu país. Portanto, o Brasil não será quintal de ninguém, de nenhum país, de nenhum continente. O Brasil será quintal do Brasil, um país livre e soberano.
José Henrique Mariante (Folha de S. Paulo) — Presidente, uma questão importante relacionada ao evento aqui. O senhor falou várias vezes da importância do evento, 80 anos da lembrança da guerra. Mas, para muitos países europeus, e não só para a imprensa europeia, isso aqui foi uma peça de propaganda política do Vladimir Putin. O senhor contesta essa afirmação? E não há um custo de imagem diplomática e de imagem pessoal até, já que o senhor se coloca e se dispõe a ser um negociador em relação à Ucrânia. E muita gente diz que essa participação no evento o descredenciaria como negociador justamente por estar muito voltado para um lado?
Presidente Lula — Eu acho que seria muito mais fácil as pessoas terem um pensamento positivo do que um pensamento negativo. A Europa deveria estar festejando o dia de ontem, porque quem estava em guerra era a Europa. A França deveria estar festejando, a Alemanha deveria estar festejando o dia de ontem, porque, graças ao que aconteceu em 1945, o nazismo, que estava tomando conta da Alemanha, foi derrotado. Então, a Europa inteira deveria estar fazendo festa ontem. O Dia da Vitória contra o nazismo. Ou seja, eu não vejo qual é a crítica que se possa fazer, sabe, de um país que perdeu 26 milhões de jovens, fazer a comemoração que foi feita. Eu não vejo porque, sabe, eu acho... O Brasil fez e acho e a Itália vai fazer. Eu acho que é importante fazer... Olha, a exploração política, se tudo for exploração política, você não pode fazer nada.
A posição do Brasil é muito, mas muito, muito sólida. Ou seja, independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ir à China, independente de eu ir à Argentina, independente de eu ir a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia. Nós queremos paz. E discutimos ontem com o presidente Putin que nós queremos paz. E que é importante a paz. É importante a paz para a Rússia, é importante para a Ucrânia, é importante para os Estados Unidos, é importante para a União Europeia, que não vai gastar dinheiro em armas. Eu estou reivindicando, desde que eu fui presidente em 2003: vamos gastar dinheiro para combater a fome. São 733 milhões de pessoas que não têm o que comer todo dia. Entretanto, todos os países vão voltar a gastar dinheiro. Eu não sei se é verdade, mas eu vi na imprensa que a Europa vai gastar 800 bilhões de dólares se armando, quando deveria estar gastando metade disso para a gente dar comida para quem está com fome.
Então, eu penso que as pessoas precisam pensar de forma positiva, as pessoas precisam ser menos egoístas do ponto de vista de seu pensamento. Olha, então, se o Brasil fizer uma festa no Brasil sobre qualquer coisa, está explorando politicamente? Se eu vou num baile de carnaval, está sendo explorado politicamente? É pequenez pensar assim. Sinceramente, é pequenez pensar assim.
Vladimir Netto (TV Globo) — Presidente, primeiro eu queria perguntar como é que o senhor vê a ausência de outros líderes de democracias ocidentais no desfile do Dia da Vitória de ontem? E também como é que o senhor responde as críticas de que a visita à Rússia demonstra parcialidade em relação ao conflito com a Ucrânia.
Presidente Lula — Eu, sinceramente, quero dizer para vocês que o discurso do Brasil vai continuar exatamente o mesmo. Nós trabalhamos, queremos e torcemos para que essa guerra acabe. E essa guerra só pode acabar se os dois quiserem. Se um só quiser, não vai acabar. Então, eu vou continuar trabalhando no grupo de amigos. O documento que China e Brasil assinaram continua intacto. Se eu discutir com o Putin a questão da paz, eu vou discutir com o Xi Jinping a questão da paz, eu vou discutir com a França a questão da paz. Porque a única coisa que interessa nesse momento é discutir a volta à normalidade no mundo.
Não é só aqui. É em Faixa de Gaza também. Na Faixa de Gaza. Aqui dois Estados estão em guerra. Na Faixa de Gaza é um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodir um hospital e não ter um terrorista, só tinha mulheres e crianças.
Então, é por isso que o Brasil continua defendendo o fortalecimento da ONU e a renovação do Conselho de Segurança da ONU com a entrada de novos países. É por isso que o Brasil quer participar como membro permanente. É por isso que o Brasil acha que a Índia tem que estar presente, a Alemanha tem que estar presente, o Japão tem que estar presente, vários países africanos têm que estar presentes, outros países latino-americanos têm que estar presentes.
Para que a gente possa dar força à existência da ONU, que em 1948 teve força para criar o Estado de Israel e que não tem agora força sequer para manter paz no terreno em que estão morando os palestinos. Esse é o dado concreto e esse é o comportamento do Brasil. A minha vinda aqui não muda um milímetro o que a gente pensa sobre a paz e o que nós queremos sobre a paz. Vamos continuar querendo a paz e vamos continuar conversando com todas as pessoas que queiram conversar.
Luiz Fara Monteiro (TV Record) — Eu queria saber se em relação à previdência, se o senhor tomou alguma decisão de pedir para que se acelere o ressarcimento daquilo que foi cobrado a mais, daquilo que foi desviado dos cofres públicos e dos pensionistas? E se o senhor avalia que houve um desgaste político grande para o governo pela análise que se faz de que o governo demorou a tomar alguma providência a partir do momento que as denúncias, as primeiras denúncias foram feitas?
Presidente Lula — Olha, deixa eu te dizer uma coisa: devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foram enganadas. A quantidade de pessoas que tiveram o nome em uma lista sem que elas tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram, sabe, autorizaram. Então, o que nós queremos, e é por isso que tem a crítica de que isso é demora. É porque, veja, você poderia ter feito uma pirotecnia, sabe, e não ter apurado.
Como a gente quer apurar com muita seriedade, tanto a CGU como a Polícia Federal foram a fundo na exploração para chegar no coração da quadrilha. Se tivesse feito um carnaval há um ano atrás, possivelmente tivesse parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias: você faz um show de pirotecnia numa semana, na outra semana sai da pirotecnia e esquece. Não. Nós resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019.
É importante saber: uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019. Vocês sabem quem era ministro da Previdência em 2019. Vocês sabem quem era chefe da Casa Civil em 2019. A gente poderia ter feito um show de pirotecnia. Mas a gente não quer uma manchete de jornal, a gente quer apurar.
A gente quer apurar e aquelas entidades que roubaram vão ter seus bens congelados. Nós vamos, desses bens, repatriar o dinheiro para que a gente possa pagar as pessoas. Ora, se a gente não tiver competência de retirar o dinheiro da entidade, obviamente que é importante dizer, e precisa só ter cuidado: não foi dinheiro dos cofres públicos. Foi dinheiro do salário dos aposentados. O que eu acho mais grave: não foi dinheiro dos cofres públicos. Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele. Então, o crime foi um assalto a aposentados, aposentadas e pensionistas deste país.
Eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo. É isso que nos deixa mais revoltados. E é por isso que nós vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo. E se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. É isso que nós vamos fazer.
E eu não tenho pressa. O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade, e somente a verdade, porque eu não estou atrás do show de pirotecnia. Eu estou atrás de apurar a verdade: quem foi que assaltou o bolso dos aposentados e das pensionistas brasileiros? O que eu sei é que eles não terão prejuízo.
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