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Brasil deve se declarar livre amanhã da gripe aviária após 28 dias sem novos casos

Fim do vazio sanitário em granja do Rio Grande do Sul permitirá que governo notifique países importadores e tente retomar mercado de exportações de frango

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Laís Gouveia avatar
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247 - O Brasil está prestes a anunciar o fim oficial do surto de gripe aviária em aves comerciais. Segundo o Ministério da Agricultura, nesta quarta-feira (18), o país deverá se declarar livre da doença, após o encerramento do vazio sanitário de 28 dias determinado para a granja localizada em Montenegro (RS), onde foi detectado o primeiro e único caso em produção comercial. A informação foi confirmada ao G1 pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Luis Rua.

“Vamos comunicar [amanhã] a Omsa [Organização Mundial da Saúde Animal] e também todos os países importadores sobre o fato do Brasil ser novamente livre de influenza aviária”, afirmou o secretário nesta terça-feira (17).O período de 28 dias sem novos registros começou no dia 22 de maio, um dia após a conclusão da desinfecção da granja gaúcha. De acordo com as regras internacionais da Omsa, esse é o prazo necessário para garantir que o vírus não persiste no ambiente, permitindo a reclassificação do país como livre da doença em aves comerciais.

Embora a declaração de livre de gripe aviária represente um passo importante para o setor avícola brasileiro, ela não implicará em um retorno imediato ao pleno acesso aos mercados internacionais. Cabe aos países importadores reavaliarem suas restrições. A expectativa do governo brasileiro é de que os embargos sejam, ao menos, flexibilizados gradualmente.Desde o episódio em Montenegro, seis outras suspeitas em granjas comerciais foram investigadas, mas todas descartadas — nos estados de Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais e outras cidades do Rio Grande do Sul. Os demais focos confirmados no Brasil desde 2023 ocorreram em aves silvestres ou criações domésticas, o que não interfere nas exportações segundo os protocolos sanitários internacionais.No entanto, desde que o caso em Montenegro foi confirmado, em 15 de maio, dezenas de países impuseram restrições à carne de frango brasileira — inclusive a China, principal compradora. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, é possível que, com o novo status sanitário, esses países passem a limitar os bloqueios apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou especificamente ao município de Montenegro. “E aí, gradativamente, voltamos à normalidade”, disse o ministro à GloboNews no último mês.

Atualmente, segundo a atualização mais recente do Ministério da Agricultura, feita em 10 de junho, a União Europeia e outros 20 países ainda mantêm embargo total ao frango brasileiro. Outros 19 restringem apenas os produtos oriundos do Rio Grande do Sul, e quatro países restringem unicamente as exportações provenientes de Montenegro, cidade que não é um polo exportador relevante.Apesar do impacto nas exportações — que caíram 13% em maio na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) — a maior parte da carne de frango produzida no Brasil é consumida internamente.

O Ministério da Agricultura também reiterou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, e que o Brasil nunca registrou um caso da doença em humanos. A expectativa é que, com a normalização do status sanitário, o país recupere gradualmente sua posição de destaque como maior exportador mundial de carne de frango.

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