Novas misturas de etanol e biodiesel entram em vigor em todo o Brasil

247 - A partir desta sexta-feira (1º/08), entram em vigor em todo o país as novas proporções obrigatórias de biocombustíveis na gasolina e no diesel. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), eleva de 27% para 30% a adição de etanol anidro na gasolina (E30) e de 14% para 15% o teor de biodiesel no diesel (B15). As alterações fazem parte da implementação da Lei do Combustível do Futuro.

Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, divulgadas em nota oficial, a medida representa um avanço estratégico na transição para uma matriz energética mais limpa e na retomada da autossuficiência do Brasil na produção de combustíveis. O ministro Alexandre Silveira afirmou que o país dá um passo decisivo para reforçar sua soberania energética. “Com este ato histórico, o Brasil volta a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos e reduz a necessidade de importação de diesel. Isso é soberania energética. Medidas como essas mostram nossa visão estratégica e fortalecem nossa vocação de paraíso dos biocombustíveis”, declarou o ministro.

O E30, além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, deve gerar um excedente exportável de cerca de 700 milhões de litros de gasolina por ano. Estima-se ainda a criação de mais de 50 mil empregos diretos e indiretos no setor e investimentos superiores a R$ 10 bilhões na cadeia produtiva do etanol. A nova mistura se aplica às gasolinas comum e aditivada; as versões premium mantêm o teor de 25%.

No caso do diesel, o B15 tem como foco principal a descarbonização do transporte pesado, segmento altamente poluente e difícil de eletrificar no curto prazo. A mudança deve atrair investimentos superiores a R$ 5 bilhões em novas usinas e unidades de esmagamento de soja, além de gerar mais de 4 mil novos empregos.

Outro destaque da medida é o impacto social. A ampliação do uso de biodiesel vai permitir a inclusão de cerca de 5 mil novas famílias da agricultura familiar no Programa Selo Biocombustível Social, com aumento estimado de R$ 600 milhões na renda de pequenos produtores rurais.

A decisão do CNPE foi respaldada por testes técnicos rigorosos realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com participação de montadoras, importadores e representantes da indústria automotiva. Os estudos atestaram a viabilidade e a segurança das novas misturas para os veículos já em circulação, garantindo a estabilidade da frota nacional com a transição para combustíveis mais sustentáveis.