Itaipu e Cáritas lançam projeto de cozinhas comunitárias sustentáveis no Brasil
Iniciativa apoiada pelo governo federal terá sete unidades piloto com energia renovável e produção de biofertilizantes, ampliando a segurança alimentar
247 - A Itaipu Binacional e a Cáritas Brasileira firmaram nesta quarta-feira (10), no Palácio do Planalto, em Brasília, um convênio para a criação do projeto piloto Cozinhas Comunitárias Sustentáveis. A iniciativa, que conta com a coordenação da primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi anunciada com apoio dos ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), de Minas e Energia (MME) e da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR). Segundo informações da Itaipu, serão investidos R$ 2,34 milhões na instalação de sete cozinhas solidárias, uma em cada região do país, com foco em autonomia energética e segurança alimentar.
As novas unidades serão equipadas com usinas fotovoltaicas e biodigestores, capazes de gerar energia limpa e biofertilizantes. O modelo busca reduzir custos com gás de cozinha (GLP) e eletricidade, permitindo que os recursos economizados sejam reinvestidos no aumento da produção de refeições e em outros serviços comunitários. Além da infraestrutura energética, as cozinhas receberão reformas estruturais, novos equipamentos e agentes locais responsáveis pela manutenção e integração com a população.
Na cerimônia de assinatura, o ministro Wellington Dias (MDS) destacou que a proposta alia combate à pobreza e inovação sustentável. “Estamos caminhando para a superação da extrema pobreza no Brasil, ao mesmo tempo em que somos líderes em energia limpa. A iniciativa das cozinhas solidárias sustentáveis une esses dois elementos para garantir alimentação e sustentabilidade”, afirmou. Ele defendeu a expansão da iniciativa, com a meta de chegar a 100 cozinhas sustentáveis no futuro.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, reforçou o papel da estatal na promoção da justiça social. “A Itaipu financia a estrutura das cozinhas, equipamentos e energia solar para incentivar a manutenção e o crescimento dessas unidades. Após essa fase piloto, esperamos expandir para pelo menos uma cozinha por estado, alcançando os bolsões de pobreza do Brasil e garantindo o direito à alimentação”, disse.
Já o presidente da Cáritas Brasileira, dom Mario Antônio da Silva, sublinhou o impacto social da iniciativa. Segundo ele, os espaços representam mais do que apenas a oferta de refeições. “As cozinhas não são apenas espaços de alimentação, mas de solidariedade e transformação”, afirmou.
A agricultora Lenina Aragão, representante da Cozinha Solidária Mãos de Mulheres, em Ananindeua (PA), ressaltou o potencial do projeto para fortalecer a agricultura familiar. “Esse projeto vai nos ajudar com biodigestores e placas solares, reduzindo custos com gás e energia, além de contribuir com biofertilizantes para nossa horta. Estamos atendendo 250 pessoas e, com os novos equipamentos, poderemos ampliar ainda mais”, declarou.
Sobre as Cozinhas Comunitárias Sustentáveis
O projeto, articulado pela primeira-dama Janja Lula da Silva, foi construído de forma colaborativa entre Itaipu Binacional, MME, MDS e SGPR. Para o piloto, foram escolhidas sete cozinhas comunitárias em diferentes regiões, contemplando a diversidade cultural, social e geográfica do Brasil. A iniciativa também conta com a parceria da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás) e da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Com duração inicial de 24 meses, o piloto servirá de base para a futura expansão do modelo.
Participaram ainda da assinatura o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo; a diretora executiva nacional da Cáritas, Valquíria Lima; a presidente da ABiogás, Renata Isfer; e representantes do Centro Sustentável de Tratamento de Resíduos (CSTR).