Itaipu atinge 3,1 bilhões de MWh gerados e reforça papel estratégico para Brasil e Paraguai
Usina binacional alcança marco histórico, garante segurança energética aos dois países e investe em modernização e sustentabilidade
247 - Às 18h54 do último dia 5 de setembro, a usina hidrelétrica de Itaipu alcançou a marca inédita de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde o início de sua operação, em 1984. O marco reforça o protagonismo da usina na geração de energia limpa e renovável e confirma sua importância para a segurança energética do Brasil e do Paraguai. A informação foi divulgada pela Itaipu Binacional.
Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a conquista representa muito mais que um dado numérico. “Esse número não é apenas uma estatística. É o reflexo de décadas de trabalho conjunto entre brasileiros e paraguaios, inovação tecnológica e compromisso com o desenvolvimento sustentável”, destacou. Segundo ele, o resultado expressa a excelência operacional da usina e a cooperação estratégica entre os dois países.
O marco de 3,1 bilhões de MWh consolida a posição de Itaipu como referência mundial em geração de energia renovável. Em termos práticos, a produção acumulada desde 1984 seria suficiente para abastecer o Brasil por mais de seis anos, o Paraguai por 140 anos ou ainda garantir eletricidade para 684 cidades do porte de Curitiba durante um ano.
A trajetória de Itaipu revela a dimensão do feito. Foram 17 anos para alcançar o primeiro bilhão de MWh, em 2001, em meio à crise de racionamento no Brasil. O segundo bilhão foi registrado em 2012 e o terceiro em março de 2024. Agora, apenas um ano e meio depois, a usina soma mais 100 milhões de MWh à sua produção. Mantido esse ritmo, a marca de 4 bilhões será atingida em 2039.
Segundo o diretor técnico executivo, Renato Sacramento, a evolução da produção acompanha mudanças no cenário energético. “O ritmo de produção anual da usina vem se alterando, não só devido a alguns anos de baixas afluências em toda a bacia do rio Paraná, mas também em função da mudança da composição da matriz energética brasileira e do perfil da carga do Brasil e do Paraguai”, explicou.
Ele destacou ainda o papel cada vez mais estratégico de Itaipu na estabilidade do sistema. “Atualmente, mais importante que a produção em si, é o papel estratégico que hidrelétricas como Itaipu vêm desempenhando para garantir a confiabilidade e a segurança operacional de um sistema elétrico em que, a cada dia, mais fontes renováveis intermitentes entram em operação”, afirmou.
Esse papel é especialmente relevante diante do crescimento das fontes eólica e solar no Sistema Interligado Nacional (SIN-BR). Como sua produção depende de vento e sol, a variação precisa ser compensada. Nessa dinâmica, Itaipu atua como uma espécie de “bateria natural”, garantindo equilíbrio e contribuindo em até 30% do atendimento às rampas de consumo em determinados momentos do dia.
Para sustentar esse desempenho, a binacional executa desde 2022 o maior plano de atualização tecnológica de sua história, com investimentos de cerca de US$ 670 milhões ao longo de 14 anos. O programa inclui a modernização de sistemas de controle, proteção e subestações, mas preserva equipamentos pesados como turbinas e rotores, que ainda estão em ótimas condições.
Além da geração elétrica, Itaipu também se diferencia pelo compromisso ambiental e pela diversificação da matriz renovável. A usina investe em projetos de preservação, reflorestamento e educação ambiental, além de pesquisas em biogás, hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis para aviação e na implantação de uma planta solar flutuante em seu reservatório.
Criada pelo Tratado de Itaipu em 1973, a binacional opera com 20 unidades geradoras que somam 14.000 MW de potência instalada. Quase cinco décadas após entrar em operação, a usina reafirma seu papel estratégico: garantir energia limpa e confiável para Brasil e Paraguai e projetar-se como referência mundial em sustentabilidade energética.