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Brasil lançará fundo climático bilionário com apoio do BNDES e GCF

Parceria entre Ministério da Fazenda, BNDES e Fundo Verde deve criar fundo catalítico de mais de US$ 1 bilhão para impulsionar a transição ecológica

Brasil lançará fundo climático bilionário com apoio do BNDES e GCF (Foto: Divulgação BNDES )

247 - O Ministério da Fazenda anunciou nesta terça-feira (4), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Verde para o Clima (GCF), a criação de um fundo catalítico de investimento em participações voltado à transição ecológica. A informação foi divulgada durante o COP30 Business and Finance Forum, realizado em São Paulo, e detalhada em comunicado oficial do governo federal.

O fundo, com lançamento previsto para 2026, será o primeiro do tipo dedicado exclusivamente a um país e terá um tamanho inicial estimado em mais de US$ 400 milhões, com potencial para alavancar mais de US$ 1 bilhão em investimentos provenientes de instituições financeiras de desenvolvimento e investidores privados. A iniciativa será um dos principais instrumentos da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), criada para mobilizar capital em larga escala na transição verde brasileira, sob secretaria do BNDES.

“O BIP é um novo instrumento que lançamos como parte do Plano de Transformação Ecológica”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Ela foi concebida para conectar nossa estratégia de financiamento a uma nova geração de projetos capazes de impulsionar uma economia de baixo carbono e inclusiva. O Fundo de Capital Catalítico que anunciamos hoje, em parceria com o Fundo Verde (GCF) e o BNDES, é um marco desse esforço, o primeiro de seu tipo no engajamento estratégico do Brasil com o GCF. Junto ao BNDES, nosso parceiro central no financiamento da transformação ecológica, estamos construindo os instrumentos e as parcerias necessários para ampliar os investimentos que transformam ambição em implementação”, declarou.

O projeto tem apoio de importantes parceiros públicos e privados, entre eles a Bloomberg Philanthropies e a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ). Para Michael R. Bloomberg, enviado especial do secretário-geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas e fundador da Bloomberg Philanthropies, a colaboração brasileira é exemplar. “Acelerar o progresso contra as mudanças climáticas exigirá uma enorme quantidade de novos investimentos, e o Brasil está provando que a colaboração público-privada pode desbloquear os recursos necessários para estimulá-la. Este novo fundo ajudará a dar vida a mais projetos que reduzam as emissões, estimulem o crescimento econômico, melhorem a vida das pessoas no Brasil – e criem um modelo com o qual outros países possam aprender”, afirmou.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que a medida consolida o papel do banco como indutor de investimentos sustentáveis. “A criação deste fundo representa um avanço estratégico na transformação ecológica brasileira. Ao estruturar mecanismos de capital catalítico com participação do setor privado, o BNDES reafirma seu papel como agente indutor de investimentos em setores-chave da nova economia. A BIP consolida-se como um instrumento de coordenação nacional para mobilização de recursos em escala, com foco em soluções climáticas que promovam desenvolvimento produtivo, inclusão social e sustentabilidade ambiental”, disse.

Segundo Mercadante, o modelo brasileiro poderá inspirar outras nações. “Esta iniciativa também posiciona o Brasil como referência internacional na construção de modelos financeiros voltados à transição climática, com potencial de replicação em outras economias emergentes”, completou.

Desde sua criação, a BIP vem mobilizando instituições públicas e privadas em torno de uma visão comum para o financiamento da transformação climática no Brasil. O novo fundo deverá direcionar investimentos catalíticos para soluções inovadoras em setores prioritários, contribuindo para o cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país, que prevê a redução das emissões entre 59% e 67% até 2035.

A estrutura financeira proposta combina recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF) – atualmente em fase de avaliação – e do BNDES, mobilizando capital adicional do mercado e resultando em um fundo de mais de US$ 1 bilhão. O modelo de financiamento misto será desenhado para reduzir riscos e atrair o setor privado, utilizando capital concessional como alavanca — uma estratégia considerada essencial para economias emergentes e em desenvolvimento.