HOME > Brasil Sustentável

BNDES lança segunda fase do Floresta Viva e amplia recursos para restauração dos biomas brasileiros

Com até R$ 250 milhões, programa vai apoiar projetos de recuperação de nascentes, biodiversidade e geração de renda em comunidades locais

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, durante o lançamento da segunda fase do programa Floresta Viva, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/YouTube)

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta terça-feira (26) o lançamento da segunda fase do programa Floresta Viva, iniciativa voltada à restauração ecológica e ao fortalecimento de comunidades tradicionais. A nova etapa prevê investimento inicial de R$ 100 milhões do banco, podendo chegar a R$ 250 milhões com a adesão de parceiros públicos e privados. A informação foi divulgada em apresentação pelo banco. 

Com foco nos biomas Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica, o Floresta Viva 2 pretende financiar projetos de reflorestamento com espécies nativas, implantação de sistemas agroflorestais (SAFs), recuperação de nascentes e bacias hidrográficas, além de ações de conservação e geração de renda sustentável. O bioma Amazônico não está incluído, uma vez que já possui fundo específico.

“O programa une participação social e compromisso ambiental para recuperar nascentes, fortalecer a biodiversidade e criar oportunidades de renda sustentável para as comunidades locais. Esta iniciativa mostra como o Brasil pode liderar soluções para enfrentar a crise climática e promover o desenvolvimento sustentável com justiça social”, afirmou a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, em entrevista à Agência Brasil.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o Floresta Viva 2 representa um passo decisivo na agenda de restauração florestal. “Estamos unindo participação social e compromisso ambiental. A iniciativa mostra como o Brasil pode liderar soluções para enfrentar a crise climática e promover o desenvolvimento sustentável com justiça social”, disse.

Parcerias e novo modelo de gestão

Assim como na fase inicial, a expectativa do banco é multiplicar os recursos por meio da participação de empresas e entidades financiadoras. “Queremos empresas casando recursos com o BNDES, de forma a fazer com que nossos R$ 100 milhões virem R$ 250 milhões”, reforçou Tereza Campello.

Uma novidade é que, diferentemente da primeira edição, o Floresta Viva 2 terá ciclos sucessivos de seleção pública, o que deve garantir mais agilidade na aprovação e execução dos projetos. Para isso, será escolhido um gestor responsável por intermediar parcerias, acompanhar a execução e auxiliar na definição das prioridades de investimento.

Resultados da primeira fase

Na edição anterior, o programa mobilizou R$ 460 milhões — quase o dobro dos R$ 250 milhões inicialmente previstos —, resultado de parcerias com instituições públicas e privadas. Foram lançados nove editais, que resultaram em mais de 60 projetos, abrangendo 8,5 mil hectares de áreas em processo de restauração.

Entre os projetos de destaque, estão iniciativas de recuperação de manguezais em toda a costa brasileira e a reconstituição de corredores ecológicos no Cerrado, Caatinga e Pantanal. “Com os nossos recursos, os mangues já estão crescendo. Essas ações deram tão certo que resolvemos lançar um novo edital com um novo gestor para dar sequência”, lembrou Campello.

Impactos esperados

O Floresta Viva 2 pretende não apenas restaurar áreas degradadas, mas também gerar impactos positivos para as comunidades locais. Estão previstas capacitações e fortalecimento institucional de organizações sociais de povos tradicionais, agricultores familiares e assentados da reforma agrária.

A recuperação de nascentes e bacias hidrográficas deve garantir maior segurança hídrica, ao mesmo tempo em que contribui para a regulação climática por meio da captura de carbono, mitigando os efeitos das mudanças climáticas. “Devemos começar, provavelmente, com três grandes frentes: Pantanal, Cerrado e Caatinga ou Mata Atlântica”, adiantou Tereza Campello, destacando especial atenção à Caatinga, que enfrenta risco de desertificação.

Como participar

O edital da segunda fase está disponível no site do BNDES e podem apresentar propostas organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, além de autarquias e fundações públicas federais (exceto União e entidades dependentes de transferências orçamentárias). As instituições devem comprovar capacidade técnica, financeira e de execução compatíveis com o volume de recursos a ser gerido.

O núcleo gestor do programa será formado por representantes do BNDES, doadores e especialistas convidados, responsáveis por aprovar e priorizar projetos. A expectativa é que o novo gestor seja contratado antes da realização da COP30, em novembro, em Belém (PA).

Assista à apresentação dos dados pelo BNDES: 

Carregando anúncios...