BNDES lança novo edital do Floresta Viva para restaurar áreas indígenas em Mato Grosso, Tocantins e Maranhão
Banco destina até R$ 10 milhões a projetos de recuperação ambiental em 61 terras indígenas, em parceria com Fundação Bunge e Agrícola Alvorada
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta sexta-feira (10), mais uma chamada pública do programa Floresta Viva, voltada à restauração florestal em 61 terras indígenas localizadas nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Segundo o BNDES, que divulgou a informação em seu site oficial, o edital prevê até R$ 10 milhões em recursos não reembolsáveis para projetos que promovam a recuperação de áreas degradadas e o fortalecimento de práticas produtivas sustentáveis.
A nova chamada do Floresta Viva integra o Arco da Restauração, iniciativa do BNDES e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que busca recuperar extensas áreas degradadas na Amazônia, formando um cinturão verde de proteção e regulação climática. As terras indígenas selecionadas estão em regiões estratégicas para o combate ao desmatamento e aos incêndios florestais — áreas onde se concentra cerca de 50% das brigadas indígenas de prevenção e combate ao fogo no país.
O edital também contempla o apoio à agricultura familiar indígena, com foco em sistemas agroflorestais que conciliam produção e preservação ambiental. A proposta é unir regeneração ecológica e geração de renda, fortalecendo a bioeconomia local e valorizando o conhecimento tradicional dos povos indígenas.
O anúncio foi feito durante o seminário “BNDES Florestas do Brasil por todo o planeta”, realizado na sede do Banco, no Rio de Janeiro. O evento reuniu representantes do setor público e privado para debater o papel da restauração florestal e da bioeconomia no desenvolvimento nacional, além de lançar a plataforma BNDES Florestas, que organizará e dará visibilidade às iniciativas do Banco na área.
“O BNDES tem usado diversos instrumentos para apoiar a conservação e o restauro dos biomas brasileiros, alinhado à atuação do governo do presidente Lula no combate e mitigação das mudanças climáticas”, destacou o presidente do Banco, Aloizio Mercadante. “Este edital do Floresta Viva é mais um deles, apoiando projetos que recuperam áreas degradadas em uma zona de transição entre a Amazônia e o Cerrado, crucial para a regulação hídrica e para a estabilidade do clima na região”, completou.
A chamada é fruto de uma parceria entre o BNDES, a Fundação Bunge — braço social da Bunge no Brasil — e a Agrícola Alvorada S.A.. A Fundação Bunge aportará R$ 4 milhões, a Alvorada R$ 1 milhão, e o BNDES outros R$ 5 milhões, completando o montante total de R$ 10 milhões. Desse valor, R$ 971 mil serão destinados à gestão da iniciativa, sob responsabilidade do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), e R$ 149 mil para certificação de carbono.
Para a diretora-executiva da Fundação Bunge, Cláudia Buzzette Calais, a cooperação é estratégica para ampliar o impacto das ações de recuperação ambiental e inclusão produtiva.
“Entendemos que a construção de uma agricultura sustentável passa por uma visão sistêmica que considere a inclusão social e a responsabilidade ambiental com o mesmo peso. É essencial integrar grandes produtores, agricultores familiares e povos tradicionais — detentores de saberes fundamentais para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade”, afirmou.
Já o Country Manager da Bunge no Brasil, Rossano de Angelis Jr., ressaltou que o projeto reforça o compromisso da empresa com práticas regenerativas.
“Ao unirmos esforços, ampliamos o impacto das ações voltadas à restauração e à adoção de práticas regenerativas no campo. Incluímos não apenas grandes produtores, mas também pequenos agricultores e povos tradicionais em uma economia de baixo carbono. Estamos construindo um futuro mais resiliente para o agronegócio brasileiro”, disse.
Na mesma linha, o CFO da Agrícola Alvorada, Leandro Wendt, destacou que a sustentabilidade é parte central da estratégia empresarial.
“Ao investir na regeneração de áreas indígenas por meio do reflorestamento, contribuímos para a conservação ambiental e o desenvolvimento de práticas produtivas equilibradas. Essa iniciativa está alinhada à nossa atuação responsável e ao compromisso de longo prazo com a região”, afirmou.
Lançada em 2021, a iniciativa Floresta Viva já mobilizou R$ 358 milhões em 13 editais, com mais de 80 projetos aprovados ou em análise, destinados à restauração de mais de 10 mil hectares em biomas brasileiros. O programa apoia ações de recuperação ecológica, conservação de recursos hídricos, sequestro de carbono e geração de emprego e renda, contribuindo para as metas brasileiras de combate às mudanças climáticas e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Com o novo edital, o BNDES reforça sua aposta em soluções integradas entre economia, meio ambiente e inclusão social, ampliando o alcance da restauração florestal e da bioeconomia nas regiões mais vulneráveis do país.