HOME > Brasil Sustentável

BNDES lança edital para financiar projetos de restauração ecológica na Bacia do Xingu

Banco destina R$ 6,3 milhões do Fundo Socioambiental e parceiros privados para apoiar iniciativas com foco em comunidades e povos tradicionais

BNDES lança edital para financiar projetos de restauração ecológica na Bacia do Xingu (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

247 - No Dia da Amazônia, celebrado nesta sexta-feira (5), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o lançamento do edital Bacia do Rio Xingu 2, voltado ao apoio de até seis projetos de restauração ecológica. A iniciativa disponibilizará R$ 6,3 milhões, provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e de três parceiros privados: Grupo Energisa, Norte Energia S/A e Fundo Vale. A informação foi divulgada pelo próprio banco em nota oficial.

O novo edital integra a estratégia Floresta Viva, programa iniciado em 2023 para fomentar a recuperação de áreas degradadas em todos os biomas brasileiros, com uso de espécies nativas e sistemas agroflorestais (SAFs). Até agora, já foram mobilizados cerca de R$ 460 milhões, sendo metade de recursos públicos e metade de aportes privados. O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é o parceiro gestor responsável por organizar os editais, administrar os recursos e monitorar os resultados.

Durante o anúncio, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância da ação. “Estamos lançando este edital no Dia da Amazônia, que é celebrado anualmente para chamar a atenção para a importância da maior floresta tropical do planeta. É mais uma ação que reforça o protagonismo do BNDES no fomento de um novo modelo de desenvolvimento econômico e socioambiental. Combinando recursos públicos e privados, podemos recuperar a vegetação nativa e, ao mesmo tempo, gerar emprego e renda para as comunidades”, afirmou.

Os projetos que concorrerem ao edital deverão ser desenvolvidos em áreas de preservação permanente, reservas legais em pequenas propriedades, assentamentos de reforma agrária, unidades de conservação, além de territórios indígenas, quilombolas e de outras comunidades tradicionais. O prazo para submissão das propostas vai até as 18h do dia 7 de novembro.

O Funbio destacou que a iniciativa fortalece toda a cadeia produtiva da restauração ecológica. “Ao financiar e capacitar projetos locais, não estamos apenas plantando árvores; estamos fortalecendo toda a cadeia da restauração – desde os coletores de sementes nativas até as comunidades que farão a floresta voltar a crescer. É um projeto de escala nacional com resultados locais tangíveis”, disse Manoel Serrão, superintendente de programas da instituição.

O edital Bacia do Rio Xingu 2 é o décimo lançado no âmbito do Floresta Viva, que já publicou chamadas públicas em diferentes regiões, como manguezais, Caatinga e Mata Atlântica. Os editais anteriores resultaram em mais de 60 projetos contratados ou em análise, abrangendo 9,3 mil hectares em processo de recuperação. O programa também rendeu ao BNDES o Prêmio Alide 2024, concedido pela Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento.

Entre os parceiros privados, o Grupo Energisa destacou a conexão da iniciativa com sua agenda de sustentabilidade. “Reconhecemos nosso papel e responsabilidade para reduzir os impactos do negócio nesse bioma tão importante, não só no Brasil, como também para o mundo. Por meio do Floresta Viva, contribuímos para a preservação da floresta e, consequentemente, para a qualidade de vida das comunidades e povos tradicionais que nela vivem”, afirmou Tatiana Feliciano, diretora da empresa.

A Norte Energia e o Fundo Vale também reforçaram a relevância da iniciativa para a conservação do território amazônico. Para a diretora de Regulação e Sustentabilidade da Norte Energia, Silvia Cabral, “apoiar o Floresta Viva significa somar esforços pela restauração da Amazônia e pela valorização do bioma”. Já Patrícia Daros, do Fundo Vale, avaliou: “O programa é reconhecido pelo seu rigor técnico, transparência e acompanhamento qualificado em todas as etapas, o que amplia as chances de êxito e gera benefícios ambientais e socioeconômicos duradouros”.

Diante dos resultados alcançados, o BNDES lançou recentemente o Floresta Viva 2, segunda fase da iniciativa, com aporte inicial de R$ 100 milhões e expectativa de alcançar R$ 250 milhões com a adesão de novos parceiros. Nesta etapa, além da Amazônia, os editais contemplarão biomas como Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica, incluindo ferramentas de apuração de créditos de biodiversidade.