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      BNDES lança edital de R$ 5 bilhões e amplia apoio a projetos de descarbonização e clima

      Banco selecionará até sete fundos de equity e crédito, podendo atrair R$ 13 bilhões do setor privado e movimentar R$ 18 bilhões em investimentos

      Novas mudas de mangue (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
      Aquiles Lins avatar
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      247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira (1º) a abertura da Chamada de Clima, edital público que destina até R$ 5 bilhões para financiar fundos voltados a projetos de descarbonização, transição energética, adaptação climática, agricultura verde e conservação florestal. A iniciativa marca uma das mais amplas ações do banco no campo da sustentabilidade e pretende alavancar a participação de investidores privados no setor. A informação foi divulgada pelo próprio BNDES.

      A chamada é parte da estratégia de retomada da BNDES Participações S.A. (BNDESPAR) em renda variável e prevê aportes em dois tipos de fundos: de equity e de crédito. As propostas poderão ser apresentadas até 20 de outubro e a seleção dos vencedores será anunciada em janeiro de 2026. Além de empresas nacionais, o edital também está aberto a investidores estrangeiros.

      De acordo com o banco, serão escolhidos até cinco fundos de equity, com aporte total de até R$ 4 bilhões. Três deles estarão voltados à transformação ecológica — englobando transição energética, agricultura verde e descarbonização industrial —, enquanto outros dois se enquadrarão em soluções baseadas na natureza, como reflorestamento, manejo florestal sustentável e recuperação de ecossistemas. Já os fundos de crédito poderão receber até R$ 1 bilhão, distribuídos em até duas iniciativas, independentemente da modalidade.

      “Essa é a maior chamada pública voltada a fundos da história do BNDES e tem o potencial de transformar a carteira de fundos da instituição. Com foco em mitigação climática, reforça o compromisso histórico do Banco e do governo do presidente Lula com a sustentabilidade ambiental”, afirmou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante. Para ele, a atuação como investidor-âncora induz a participação privada “em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável, para agenda climática e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”.

      A expectativa do banco é que o aporte público funcione como catalisador para atrair R$ 13 bilhões adicionais da iniciativa privada, elevando para R$ 18 bilhões o volume total de investimentos. Nos fundos de equity, a participação da BNDESPAR será de até 25% do capital, com limites de R$ 1 bilhão por fundo de transformação ecológica e de R$ 500 milhões por fundo de soluções baseadas na natureza. Nos fundos de crédito, o aporte poderá chegar a 50% do capital, limitado a R$ 500 milhões por iniciativa.

      Segundo o BNDES, os fundos de equity serão constituídos como Fundos de Investimento em Participações (FIPs), voltados à aquisição de participação em empresas. Já os fundos de crédito poderão ser estruturados em modalidades como FIDCs ou FIAGROs, com foco em títulos e direitos creditórios.

      Hoje, o banco já conta com R$ 8,4 bilhões comprometidos em fundos de participação e crédito, que, somados aos recursos de outros investidores, chegam a cerca de R$ 36 bilhões. A alavancagem alcançada, de três vezes o capital próprio comprometido, é vista como modelo para ampliar o impacto da nova iniciativa climática.

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