BNDES destina R$ 50 milhões para reconstrução do Museu Nacional
Novo aporte eleva para R$ 100 milhões o valor total investido pelo banco na recuperação da instituição destruída por um incêndio em 2018
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um novo apoio financeiro não reembolsável de R$ 50 milhões para a reconstrução do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O investimento, realizado por meio do BNDES Fundo Cultural, eleva para R$ 100 milhões o montante total destinado pelo banco à recuperação da instituição, que teve grande parte de seu acervo destruído em um incêndio ocorrido em 2018. A informação foi divulgada durante cerimônia realizada nesta quinta-feira, 2, no próprio Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assinou a liberação imediata de um primeiro desembolso no valor de R$ 2,5 milhões, referente a um apoio financeiro já previsto dentro do investimento total. Além do aporte do BNDES, a Cosan também anunciou uma contribuição de R$ 3 milhões para o projeto de restauro. Mercadante ressaltou o compromisso do banco com a preservação do patrimônio histórico e cultural do país. “O governo do presidente Lula está comprometido com o resgate da cultura, tão duramente perseguida em outros tempos, e o Banco faz parte desse esforço. É a instituição que mais apoiou o patrimônio histórico do Brasil, com uma carteira de mais de 400 projetos”, afirmou.
Os recursos serão utilizados em diversas frentes, incluindo o restauro do Paço de São Cristóvão, a reforma e readequação do prédio da Biblioteca Central e ações voltadas para divulgação e ativação cultural. Além disso, os contratos firmados com o BNDES preveem a estruturação de um fundo patrimonial para garantir a sustentabilidade financeira de longo prazo do museu.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, destacou a parceria de longa data com o BNDES e o compromisso contínuo da instituição com a recuperação do espaço. “O BNDES está com o Museu Nacional/UFRJ antes mesmo do incêndio. No dia 6 de junho de 2018, às vésperas do bicentenário da nossa instituição, foi assinado um aporte de R$ 21,7 milhões. Após o incêndio, o BNDES continuou conosco, sendo bastante flexível na readaptação do projeto que havia sido aprovado”, afirmou.
Já o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, comemorou a liberação dos recursos. “A liberação de recursos pelo BNDES para a reconstrução do Museu Nacional é uma excelente notícia, que nos deixa muito felizes. Agradecemos ao presidente do Banco, Aloizio Mercadante, pelo apoio. Essa conquista é resultado do trabalho incansável do ministro da Educação, Camilo Santana, e do comprometimento pessoal do presidente Lula, que tem se empenhado na reconstrução do Museu o mais rápido possível”, afirmou.
O Comitê Executivo do Projeto Museu Nacional Vive, responsável pela gestão da reconstrução, também celebrou o novo aporte. “Esse gesto de confiança no trabalho realizado até aqui estimula outras instituições a também se somarem a este projeto tão desafiador e histórico: devolver para o Brasil o seu primeiro museu e a sua primeira instituição científica”, afirmou Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale e integrante do comitê.
História e acervo do Museu Nacional
Criado em 1818 por d. João VI, o Museu Nacional foi a primeira instituição museológica e científica do Brasil. Inicialmente localizado no Campo de Santana, atual Praça da República, foi transferido em 1892 para o Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, edifício que já havia sido residência da família imperial entre 1808 e 1889 e posteriormente abrigou a Assembleia Constituinte de 1891.
O Museu Nacional integra o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e se consolidou como um dos mais importantes centros de pesquisa do país, abrigando um dos maiores acervos da América Latina. Seu patrimônio inclui coleções de antropologia, arqueologia, etnologia, paleontologia e ciências naturais. Entre os destaques estão a coleção egípcia, fomentada por d. Pedro II, e a coleção Teresa Cristina, que reúne artefatos greco-romanos oriundos das escavações de Herculano e Pompeia.
Na área de antropologia, o museu também guarda um dos fósseis humanos mais antigos encontrados na América do Sul, conhecido como Luzia, datado de cerca de 13 mil anos. O material, recuperado após o incêndio, é peça-chave para estudos sobre a ocupação humana no continente.
Além disso, as coleções de etnologia do museu incluem objetos das culturas indígena, afro-brasileira e do Pacífico, enquanto suas coleções de ciências naturais abrangem fósseis de dinossauros, minerais, além de uma vasta diversidade de invertebrados e vertebrados, incluindo espécies de mar profundo. Com os novos investimentos, a expectativa é que o Museu Nacional recupere sua infraestrutura e possa retomar plenamente suas atividades acadêmicas, científicas e culturais, reforçando seu papel como referência na pesquisa e na preservação do patrimônio histórico brasileiro.
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