TSE eleito como alvo dos fascistas
Extrema direita em São Paulo se volta contra a Justiça Eleitoral e flerta com o crime ao contestar decisão que puniu Bolsonaro
O noticiário, às vezes, confunde São Paulo por não fazer a distinção entre o estado e a cidade, que é sua capital. Mas, ao adentrar o conteúdo de certas notícias, vemos que a confusão não impede seu entendimento, pois tratam da abrangência do neofascismo na terra em que já houve paulistas de brio — por exemplo, para lutar por uma constituição contra a ditadura de Getúlio Vargas, quase um século atrás.
Os comandantes dos governos de São Paulo — governador e prefeito — parecem não entender que a inelegibilidade do criminoso-mor se deu pelo devido processo legal de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, que retirou Jair Bolsonaro das urnas para qualquer cargo eletivo até 2030. O motivo foi abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, por conta de uma reunião convocada com embaixadores.
Ricardo Nunes, o prefeito, foi alçado ao protagonismo em São Paulo pela morte de Bruno Covas, rompendo com a herança social-democrata que o ex-prefeito e seu avô, Mário Covas, representavam. Agora, tornou-se um caricato cupincha do bolsonarismo e da extrema direita, aderindo à criminalidade ao contestar o TSE pela decisão contra Jair — a mesma autoridade eleitoral que lhe confirmou todos os mandatos que conquistou pelo voto. O fascismo sempre se alimentou do caos em todos os planos sociais e políticos, e hoje não é diferente.
Assim, a democracia é o jogo do poder baseado na lei. Criminosos não podem dele participar. A forma como o governador Tarcísio de Freitas tem tratado as decisões do TSE refoge da rasa opinião e adentra perigosamente a esfera criminal. Porém, os jornalões tratam seus impropérios apenas como imprudentes, o que é temeroso e tem oscilado ao longo das últimas semanas. Para o bem da licitude do que virá por aí, é importante deixar o governador paulista junto aos seus extremistas bolsonaristas e tratar de avaliar quais outros quadros políticos poderiam representar alguma possível “direita democrática” — seja lá o que isso signifique. Mas, concordo: após a extinção do PSDB, não mais se encontram tais raridades.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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