Tarifaço flopou? A Torcida da Folha/UOL (toda a mídia corporativa) contra o Brasil
Há muito a percorrer. O Brasil deve seguir firme e decidido rumo à sua total independência, garantindo a sua soberania
O primeiro mês do Tarifaço (político, ideológico e econômico) imposto pelos EUA contra o Brasil não teve, ainda, o resultado desejado pelos norte-americanos. No campo político, as instituições brasileiras responderam bem: não houve recuo no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, nem diante das pressões sobre as autoridades do país. Ideologicamente, o Brasil não se afastou dos BRICS nem se submeteu à lógica da nação que se sente dona do mundo. Por fim, no aspecto econômico, o resultado da balança do comércio exterior subiu e o saldo comercial também.
É preciso trazer ao debate os componentes da luta política interna, a feroz batalha de narrativas capitaneada pela mídia corporativa, o “braço armado” da Faria Lima, em favor do capitão Tarcísio de Freitas, o homem dos pedágios, pai da sonegação, dos rombos e das isenções fiscais aos bilionários, além do articulador do golpe para salvar os golpistas com a tal anistia.
O que se objeta é: como levar a sério uma mídia corporativa que torce contra o próprio país? Simplesmente não consegue disfarçar a satisfação em prever que o Tarifaço seria um caos, que a economia ia (ou vai) passar maus bocados e, claro, que a cereja do bolo seria (ou será) acusar o governo Lula como responsável por essa situação grave — e não os EUA e a política ideológica de Trump contra o Brasil.
Vejamos o que anunciou efusivamente o UOL em 22 de agosto, apenas duas semanas após a entrada em vigor do Tarifaço de Trump. Uma manchete da Folha/UOL, com ar de euforia, estampava:
Tarifaço derruba exportações, e empresas recorrem a férias coletivas (manchete gigante em 22/08/2025)
Ao se ler a matéria, por óbvio, percebe-se a situação dos exportadores mais prejudicados pelo Tarifaço, que tinham mercados nos EUA e que não se substituem de uma semana para outra — ou mesmo por meio de uma renegociação com os próprios norte-americanos. Empresários e associações reclamando do governo: prato cheio para a tese da Folha/UOL, do “mercado” e de seus candidatos bolsonaristas.
Entretanto, em 4 de setembro, com o mês fechado da balança comercial do exterior, sem que nada grave tenha afetado (até agora) o comércio internacional, uma notinha de rodapé, melancólica, dizia:
Um mês do Tarifaço: vendas para os EUA caem 18,5%, e superávit da balança sobe (nota escondida em 04/09/2025)
Para azar deles, por enquanto, no cenário global, o impacto ainda é pequeno, o que de certa forma é um alento para a estratégia de resistência e altivez do governo Lula. Isso dará fôlego para continuar buscando novos mercados e suprir o estrago pretendido pelos EUA e pela família Bolsonaro e seus aliados: capitão Tarcísio, Zema (ovo ocê), Ratinho, Leite, Cláudio Castro, Caiado et caterva.
Não por acaso, o crescimento do segundo trimestre, mesmo com os aumentos da taxa de juros pelo Banco Central (para conter a inflação, remédio que cura a febre, mas pode matar o paciente), foi apresentado em manchete do UOL/Folha como “queda”, e não como aumento. Isso demonstra a má vontade em relação ao governo Lula, típica de uma mídia que se opõe diuturnamente, cria crises e dificuldades, mente e manipula dados e pesquisas.
Manter-se firme frente à oposição movida a manchetes de mídia é sempre um desafio enorme. Não se espera apoio, mas ao menos algum grau de compromisso com o Brasil — até em coisas evidentes e que são, no mínimo, obrigatórias, como denunciar o Tarifaço de forma cabal e expor a família Bolsonaro e seus aliados de forma clara, sem enviesamentos e falsas simetrias entre Lula e Bolsonaro, que apenas confundem quem lê, ouve ou assiste.
A defesa da soberania nacional e da pátria livre passou pelo primeiro teste de estresse mais forte. O impacto inicial do Tarifaço não significa vitória, mas demonstra a correção da política de enfrentamento altivo e a dedicação do governo Lula, do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (o negociador oficial) e dos ministros que se engajaram na tarefa, ainda que o governo enfrente uma oposição mesquinha, vil e antipatriótica, que prefere a destruição do Brasil e a submissão estúpida aos EUA.
Há muito a percorrer. O Brasil deve seguir firme e decidido rumo à sua total independência, garantindo a sua soberania.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.