Quem ganha com o fim da guerra na Ucrânia?
A angústia que uma guerra traz, vidas perdidas, famílias dilaceradas
Para o senso comum, Trump conseguiu articular a paz entre Rússia e Ucrânia e tivemos um sinal de maturidade entre os povos. Ledo engano. Tivemos a reunião entre Estados Unidos e Rússia, onde estava previsto um debate de sete horas e terminou em duas horas. Vamos Relembrar que a Rússia não entrou emocionalmente nesta guerra. Todo planejamento e execução deste conflito demoraram dez anos de suor, lágrimas e muita dedicação estratégica. Sabiam que a guerra poderia demorar anos, sabiam que haveria sanções americanas, sabiam era necessário ser cirúrgico em recuperar áreas de interesse russo e ao mesmo tempo enfraquecer o inimigo. Para isso, criaram reservas econômicas incríveis, guardando ouro; deixaram os setores internos fortes e se preparam militarmente. Ficaram isolados do Ocidente com folga.
O resultado? A Rússia saiu da reunião com o que precisava. Primeiro, que até a recepção do líder Russo foi de pompas de chefe de Estado, reposicionando o país novamente como um player importante econômico no mundo, pois voltar ao sistema Swift econômico internacional, que é muito importante para as transações econômicas. Ela permite que bancos enviem e recebam mensagens de pagamento de forma segura. Não significa que a guerra acabou nesse momento, até porque a Rússia não abre mão dos territórios conquistados Donetsk e Lugansk, que correspondem a vinte por cento do território Ucraniano, que fazem parte da gestão econômica com a Europa, via gás encanado, rota de produtos, internet, controle sobre minerais raros e a base naval na Criméia, Sebastopol, que é o principal acesso Russo no Mar Negro.
Trump sempre foi parceiro de Putin. Aliás, um grande admirador. O que sempre irrita as alas mais da direita extremista, que se confundem como que devem falar sobre o inimigo comunista. Para os grandes líderes, muitas vezes são inimigos para a imprensa, mas são amigos por baixo dos panos. Os americanos saem da reunião fortalecidos também. Venderam muitas armas para Ucrânia, vão poder ter acesso a territórios mais próximos da Rússia e vão explorar minerais raros. E pasmem, Rússia e Estados Unidos voltarão a serem parceiros comerciais e tecnológicos.
A Europa sai como apoiadora americana, sem levar nada no final, nem ao menos alternativas econômicas. Ela sai enfraquecida e uma mão na frente e outra atrás, depois de aumentar seus PIBs em 5% em segurança interna. Assim como a Ucrânia, que foi humilhado por Trump, não tem conversa com Putin, não vai entrar para a OTAN e vão perder territórios. Aliás, a presença de Zelensky é pouco importante no processo de término da guerra. Rússia e Estados Unidos com a OTAN vão começar a costurar o cessar fogo. Você deve se lembrar que o orçamento de compra de armas pela Otan também foi negociada com os Estados Unidos. Trump ganhou duas vezes.
O cessar fogo é aceito pela Rússia. Estrategicamente conquistou tudo o que precisava desde que mantenha o que conquistou e o que ainda precisa em termos de abertura econômica internacional. Donetsk e Lugansk vão ser defendidas na OTAN por Putin como territórios russos, afinal a língua oficial é o russo e mesmo com a religião predominante com o cristianismo ortodoxo Ucraniana e pouco da Igreja Ortodoxa Russa , a Federação Russa já tinha reconhecida a independência de ambas as repúblicas em 2022.
A angústia que uma guerra traz, vidas perdidas, famílias dilaceradas, destruição urbana, falta de acesso as condições básicas de sobrevivência parecem menores no jogo geopolítico mundial.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.