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      Reimont Otoni

      Deputado federal (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara

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      Quem faturou ilicitamente com o tarifaço de Trump?

      Bilhões movimentados no dia do anúncio sugerem fraude com uso de informação privilegiada

      O presidente dos EUA, Donald Trump, fala com a imprensa na presença da procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi - 27/06/2025 (Foto: REUTERS/Ken Cedeno)

      O tarifaço anunciado por Donald Trump, no último dia 9 de julho, tem muitas facetas, para além da chantagem contra as instituições, a economia, o emprego, o povo, a soberania e a independência do Brasil. A medida pode ter servido também para encobrir um golpe bilionário no mercado de compra e venda de dólares, com uso de informação privilegiada.

      Sob o argumento inaceitável de querer livrar Jair Bolsonaro de prestar contas à Justiça por seus atos criminosos, o tarifaço é suspeito de ter rendido ganhos financeiros no mínimo ilícitos de pessoas físicas e jurídicas que tomaram conhecimento antecipado da medida.

      É o que investigam o STF, por meio da Polícia Federal, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acionada pela Advocacia-Geral da União (AGU). É também o que será investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que  vamos instalar para checar as movimentações incomuns no dia do anúncio do tarifaço de Trump.

      No centro de todas essas investigações estão duas figuras que se gabam de ter influenciado diretamente as decisões do presidente norte-americano – Eduardo Bolsonaro, que abandonou o mandato de deputado, refugiou-se nos Estados Unidos para conspirar e agora voltou a receber dos cofres públicos sem exercer o cargo, e Paulo Figueiredo, neto do ditador-general João Baptista Figueiredo, último presidente brasileiro na ditadura militar (1979-1985), ex- sócio de Trump na tentativa fracassada de construção do Trump Rio de Janeiro Hotel, na Barra da Tijuca, cujo nome foi incluído na lista da Interpol e que, em 2019, foi preso em Miami, passou 17 dias no centro de detenção Krome e cumpriu por mais dois anos medidas cautelares na Flórida.

      Eduardo e Paulo são parceiros nas conspirações contra o Brasil. Em vídeo de 27 de maio, o filho de Bolsonaro revelou que: “Eu abro a porta, eu sou o coração, mas você (Paulo) é o cérebro”. É de se supor que ambos souberam antecipadamente do tarifaço, que serviu ao que se afigura como um grande esquema de especulação financeira com uso de informação privilegiada. 

      Eles confirmam a suposição? Vazaram a notícia? Quem mais sabia? Quem ganhou? Como a notícia correu, antes de se tornar pública? Quem lucrou bilhões apostando contra o real?

      A movimentação pra lá de suspeita foi cronometrada pelo americano Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital Management.

      Às 13h30 (horário de Nova York) do dia 9 de julho, uma operação bilionária e incomum de compra de dólares movimentou entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, ao câmbio de R$ 5,46. Três horas depois, às 16h17, Trump anunciou o tarifaço contra o Brasil. Em seguida, a mesma quantidade de dólares foi vendida por R$ 5,60, gerando um lucro imediato calculado entre 40% e 50%. Nessas operações, a maior movimentação coube ao BTG Pactual, o banco fundado por Paulo Guedes, que intermediou quase 10 mil contratos, somando R$ 2,7 bilhões. 

      Pouco antes da CVM ser acionada para investigar o caso, o presidente da instituição, João Pedro Nascimento, indicado por Guedes, renunciou ao cargo. Mas o afastamento não vai prejudicar as averiguações.

      No Congresso, vamos contribuir para esclarecer os fatos e fazer jus aos mandatos que recebemos do povo brasileiro, o principal prejudicado em toda essa lambança.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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