Não são apenas golpistas vira-latas. São também traidores colonizados
Para os desavisados e os sem noção: O fascista Donald Trump é o novo líder da extrema direita brasileira. Jair Bolsonaro está na cadeia
Desde a minha adolescência sempre percebi que muitos brasileiros não sentem vergonha e nenhum constrangimento de serem colonizados mentalmente, tanto na questão de valores quanto psicologicamente. Sempre soube disso desde menino, só não sabia que existia tanta gente a pisar e caminhar na Terra Brasilis com tamanha cara-de-pau e ignorância sobre as necessidades e demandas do Brasil, sua história e a dura luta por soberania. Trata-se de pessoas inexoravelmente portadoras de um incomensurável complexo de vira-lata, mas que desta vez, no 7 de setembro na Avenida Paulista, tal complexo alcançou dimensões estratosféricas em pleno Dia da Independência do Brasil, acontecido há 203 anos.
Em pleno 7 de Setembro, o gado patético e colonizado estendeu uma imensa bandeira dos Estados Unidos no dia da data cívica mais importante do Brasil. É o vira-latismo de grande parte da população brasileira que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro e vota na extrema direita. A subalternidade somada à subserviência, que foram no decorrer do tempo aplicadas diretamente nas suas veias e também tomaram conta de seus frágeis cérebros. Trata-se de algo surreal e remonta aos tempos das grandes navegações e posteriores colonizações, marcos históricos que representam o auge da dominância europeia de alguns povos europeus sobre outros povos, nos séculos vindouros até o século XX.
Durante mais de cinco séculos os países mais poderosos da Europa Ocidental enriqueceram e se desenvolveram mediante à escravização de milhões de pessoas e à exploração sem limites das riquezas dos países colonizados, principalmente nas Américas e nos continentes africanos e asiáticos. Certamente, iniciou-se a identificação absurda e subserviente do colonizado com seu colonizador, ou seja, como seu explorador e algoz, o que na psicologia se chama nesses tempos contemporâneos de Síndrome de Estocolmo.
Mas nem tudo o que se vê é realidade, porque ainda têm muitos brasileiros que discordam solenemente da subalternidade e subserviência do gado colonizado, que transformou os protestos em uma pantomima bizarra ou esdrúxula, porque de uma ridicularidade que deixa de ser engraçada e passa a ser atroz. A verdade é que o chamado “gado” bolsonarista sente uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos, que eles, colonizados que são, preferem chamá-lo de “América”.
Parece besteira, mas não é. Usar o termo “América” é como afirmar ou reafirmar sua própria inclusão como “americano”, sendo que, na verdade, os colonizados não fazem parte do país dos seus sonhos localizado no norte das Américas, bem como sempre serão vistos como imigrantes talhados para lavar as latrinas daqueles que lhes tratam como cidadãos de segunda classe, quando não são presos e deportados como se animais fossem. Na verdade, como gado ressentidos, porque assim se comportam há anos por causa da ignorância e dos preconceitos introjetados nos seus pensamentos e nas suas almas desde crianças.
Os bolsonaristas são os preconizadores da “hegemonia” de classe e racial que jamais tiveram e certamente nunca terão. Sempre serão derrotados pelo conhecimento, capacidade e inteligência que eles não têm e nunca tiveram, porque desconhecem a verdade fática da existência humana, que se baseia na solidariedade para poder sobreviver desde os tempos mais remotos e imemoriais dos homens e mulheres moradores das cavernas.
Subjugados pela ignorância e doutrinados por um pretenso conservadorismo careta e reacionário, os golpistas, à frente o fascista Jair Bolsonaro e seus comparsas de crimes da extrema direita, entregam-se à ilusão e não se importam com o fim da própria autonomia como cidadãos e seres pensantes. Realidade que resulta na perda de sua cultura e autoestima para se tornarem, definitivamente, em alienados que, idiotizados, passam a aderir e a defender os interesses daqueles que querem apenas colonizá-los e, com efeito, explorá-los no mercado de trabalho, além de levarem a preço de banana as riquezas do Brasil.
Todo esse processo dantesco tem por propósito manter o Brasil como eterno País emergente e, evidentemente, conta com a cooperação de governantes entreguistas e traidores da própria pátria, a exemplo de homens das estirpes de Jair Bolsonaro e Michel Temer, dentre outros direitistas que, lamentavelmente, governaram o Brasil, sem qualquer projeto para desenvolvê-lo, a não ser governar para que os ricos fiquem mais ricos. Isto é fato. Basta ler e estudar história.
É tão impressionante o complexo de inferioridade dessas pessoas, que mesmo as que estudaram e foram universitárias se expressam e agem de forma obtusa. Trata-se da obliteração de suas próprias existências como seres históricos, porque herdeiros biológicos e culturais de seus antepassados também nascidos no Brasil. Por livre arbítrio e fragilidade mental, somados a uma dose cavalar de ignorância, perderam suas raízes e se tornaram dessa forma pessoas apátridas de lógicas subservientes, mesmo a estarem no País onde nasceram e cresceram.
Em uma hipotética invasão dos Estados Unidos contra o Brasil, certamente que esse gado transtornado e furioso apoiaria os invasores, sem dó, compaixão e piedade. São traidores e se comportam como serviçais a mando do colonizador de seus atos e ações. Trata-se de um profundo desenraizamento em relação ao País onde vivem há gerações, que é de chamar a atenção. Aquela bandeira gigante dos Estados Unidos estendida na Avenida Paulista simboliza, ipsis litteris, a colonização e subjugação de brasileiros vassalos, que há muito tempo perderam a vergonha na cara.
Aquele bandeirão na Avenida Paulista, a continência vergonhosa e submissa de Bolsonaro à bandeira norte-americana são atos subalternos de brasileiros desprovidos de seus próprios caracteres. Trata-se da autoflagelação de suas identidades. Engana-se aquele que pensa que estou a cobrar nacionalismo barato e patriotada ridícula como fazem os adeptos da gadolândia nesses anos infernais propiciados por uma extrema direita violenta e golpista deste País.
A sociedade brasileira enfrenta um tipo de gente que odeia profundamente que o Brasil se desenvolva e seja soberano e independente. Odeia mais ainda que a população pobre tenha qualquer ascensão social e acesso aos serviços de boa qualidade. O colonizado pequeno burguês quando se olha no espelho, ele se enxerga no colonizador. Trata-se de um apedeuta em busca da oligofrenia total e irrestrita. Os bolsonaristas não são apenas golpistas vira-latas. São também traidores colonizados. As ações deletérias de Donald Trump e Cia contra o Brasil comprovam o que digo neste artigo. É isso aí.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.