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Maria Luiza Falcão Silva

PhD pela Heriot-Watt University, Escócia, Professora Aposentada da Universidade de Brasília e integra o Grupo Brasil-China de Economia das Mudanças do Clima (GBCMC) do Neasia/UnB. É autora de Modern Exchange Rate Regimes, Stabilisation Programmes and Co-ordination of Macroeconomic Policies, Ashgate, England.

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Lula e os bons momentos das pautas sociais

Presidente retoma conquistas históricas e mostra que avanços sociais e direitos do povo são prioridade diante da próxima eleição

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de entrega de obras retomadas do Ministério da Educação na Ilha de Marajó. Orla de Breves – Pará (PA) Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert)

A história recente do Brasil é inseparável do nome de Luiz Inácio Lula da Silva. Não apenas pelo operário que chegou à presidência e transformou-se em símbolo internacional, mas sobretudo porque sua marca indelével foi colocar as pautas sociais no centro do projeto nacional. Em um país marcado por desigualdades históricas, Lula soube construir bons momentos que ainda ressoam na memória coletiva, momentos em que o Estado voltou a olhar para os de renda mais baixa ou sem renda, para os invisíveis, para aqueles que antes eram apenas estatística.

A Revolução Silenciosa da Inclusão

Quando o Bolsa Família foi criado, não era apenas um programa de transferência de renda. Era um gesto político de afirmação: dizer que a fome não podia ser tratada como destino, mas como desafio a ser superado. Ao lado de políticas como o Prouni e tantas outras, a expansão das universidades e institutos federais e a valorização do salário-mínimo, formou-se um ciclo virtuoso que mudou a cara do Brasil. Famílias antes excluídas passaram a ter acesso a comida, educação e oportunidades.

Esses bons momentos não foram apenas números para organismos internacionais, mas cenas corriqueiras de milhões de brasileiros: a geladeira cheia, o filho na faculdade, a dignidade devolvida. Lula resumiu essa mudança em uma de suas frases mais lembradas: “Nunca antes na história deste país, o pobre virou sujeito de direitos.”

O Brasil que Cresceu de Baixo para Cima

Os governos Lula provaram que justiça social não era incompatível com crescimento econômico. Ao contrário: a inclusão social foi motor do mercado interno. Os bons momentos do país na década de 2000 tiveram como base justamente a redistribuição de renda, a ampliação do crédito e a elevação da autoestima nacional.

Essa lição permanece atual. Em tempos de crises globais, protecionismos e tarifas injustas, Lula retoma o fio condutor: para enfrentar as tempestades externas, é preciso ter um povo fortalecido internamente. Como o próprio presidente costuma repetir, “Quando o pobre melhora de vida, todos melhoram. O rico não perde nada; o que muda é que o pobre começa a ganhar alguma coisa.”

O Símbolo Internacional

O Lula que defende pautas sociais no Brasil é o mesmo que ganha reconhecimento global. Sua autoridade nas cúpulas internacionais não vem apenas da habilidade diplomática, mas da experiência concreta de ter reduzido a fome, a miséria e a exclusão em um dos países mais desiguais do planeta. É por isso que, mesmo diante de críticas ou resistências, o presidente brasileiro continua a ser ouvido como referência moral e política.

A Eleição que se aproxima

É nesse contexto que a próxima eleição adquire um peso histórico. O Brasil tem diante de si a escolha entre consolidar os avanços sociais ou retroceder diante de forças que já demonstraram seu desprezo pela democracia. A permanência de Lula como figura central do cenário político é vital para garantir que o país não volte a flertar com golpes de Estado.

O 8 de janeiro de 2023, quando extremistas ditos bolsonaristas, invadiram e destruíram o coração da democracia brasileira, permanece como ferida aberta e alerta. Foi a tentativa mais explícita de transformar ressentimento em ruptura institucional. A condenação do ex-presidente, Jair Bolsonaro e o enfraquecimento do seu clã, cada vez mais cercado por denúncias e processos, mostra que a sociedade brasileira já deu seu veredicto: não há espaço para a aventura autoritária.

E mais recentemente, a vitória da proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos mostrou que a agenda social não é apenas memória, mas presente vivo. Essa conquista mobilizou o povo nas ruas e reafirmou que o governo Lula continua conectado às necessidades concretas da maioria. É um gesto que devolve poder de compra, dignidade e esperança, ao mesmo tempo em que simboliza a diferença entre dois projetos de país: o da exclusão e o da inclusão.

Matar de Vez o Golpismo

As eleições que se aproximam oferecem ao povo a oportunidade de selar um pacto democrático. É mais do que uma disputa de cargos; é a chance de enterrar de vez as forças que alimentaram o ódio e tentaram transformar o Brasil em campo de experimentação do autoritarismo. A memória dos bons momentos de Lula serve aqui como guia: não se trata apenas de defender conquistas passadas, mas de impedir que elas sejam destruídas.

Como Lula gosta de repetir em seus discursos: “O que nós fizemos uma vez, podemos fazer de novo e melhor.” A vitória eleitoral não seria apenas dele, mas de todo um povo que aprendeu a não abdicar de seus direitos.

O Brasil que Pode Renunciar ao Medo

Ao insistir nas pautas sociais, Lula mostra que o Brasil pode se reinventar pela via da esperança. Não se trata apenas de resistir ao atraso, mas de apontar caminhos para o futuro: a transição ecológica, a inclusão digital, a defesa da Amazônia, o fortalecimento dos direitos trabalhistas e o combate à desigualdade racial e de gênero.

O Brasil que já ousou transformar milhões de excluídos em cidadãos plenos pode novamente escrever sua história sem medo, com confiança de que democracia e justiça social caminham juntas.

Conclusão

Os bons momentos de Lula são memória, mas também projeto. Eles iluminam um presente em que a democracia precisa ser defendida com firmeza e um futuro em que o povo, mais uma vez, será o protagonista. A eleição que se aproxima será decisiva para consolidar essa trajetória, garantir a continuidade das conquistas sociais e enterrar de vez os fantasmas do golpismo e do bolsonarismo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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