Em viagem à Rússia e à China, o Presidente Lula amplia nossas parcerias estratégicas
Para José Guimarães, a visita de Lula à Rússia e à China "consolida parcerias estratégicas" para integração dos países
Resgatada nossa soberania, nosso lugar entre as grandes nações não só como 8ª economia do mundo, mas, como protagonista na cena política internacional, o Brasil, liderado pelo Presidente Lula, se posiciona na geopolítica global com sua política externa altiva e ativa em defesa do multilateralismo. Já presidiu Pro Tempore o Mercosul, o G-20 e, agora, preside o BRICS.
Além disso, no seu terceiro mandato, o presidente Lula tem se destacado nos mais importantes fóruns internacionais como articulador da pauta sobre os problemas humanitários emergenciais globais: erradicação da fome e da pobreza extrema, redução da desigualdade, degradação do meio ambiente, impacto das mudanças climáticas e a paz entre as nações.
A construção da agenda da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Presidente Lula na Cúpula do G-20, em julho de 2024, no Rio de Janeiro, tem como objetivo acelerar as iniciativas para erradicação da fome e da pobreza, ao mesmo tempo em que promove os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Aliança nasceu com o apoio de 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.
Na sua 4ª visita oficial à Rússia, a convite do Presidente Vladimir Putin, para as comemorações de 80 anos do Dia da Vitória, na qual os russos derrotaram os nazistas na Alemanha, o Presidente Lula cumpriu também uma agenda institucional para ampliação da cooperação entre os dois países. Foram assinados atos na área de Ciência e Tecnologia e de negociação da pauta de comércio. As relações diplomáticas Brasil-Rússia foram estabelecidas em 1828, ampliadas na década de 1980 e, em 2002, passaram ao patamar de parceria estratégica.
O diálogo entre os dois países cresceu no âmbito bilateral e nos foros internacionais: nas Nações Unidas, no G-20 e no BRICS. Em novembro de 2004, o presidente Vladimir Putin fez a 1ª visita de um Chefe de Estado russo ao Brasil. Em 2010, foi assinado o Plano de Ação da Parceria Estratégica, que define objetivos, metas e orientações das relações bilaterais.
Nas parcerias comerciais, o Brasil precisa ampliar sua pauta de exportações, os números mostram isso. De janeiro a março de 2025, o comércio Brasil-Rússia foi de US$ 12,4 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,45 bilhão e importou US$ 10,9 bilhões. Rússia é o 5° país de quem o Brasil mais importa. Nossos produtos exportados são: soja, carne, café, tabaco. Importamos óleos combustíveis de petróleo, adubos e fertilizantes químicos.
Na segunda etapa da viagem pela Ásia – em sua 4ª visita oficial à China - o Presidente Lula tratou da convergência dos dois países na defesa do multilateralismo, da reforma da governança global e apoio às ações pela paz entre as nações. Participou do Fórum China-CELAC (Comunidade de 33 países Latino-Americanos e Caribenhos), instituição que se consolidou, nos últimos dez anos, a fim de estreitar as relações políticas, alinhar estratégias de desenvolvimento entre a China e os países da América Latina e Caribe, na busca de integração do desenvolvimento mútuo.
A declaração conjunta e o Plano de Ação para o Triênio 2025-2027, firmados, abrangem diversos setores: economia digital, conectividade, gestão de riscos de desastres, comércio e investimento, saúde, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia e transição energética..
O comércio bilateral entre Brasil e China teve crescimento extraordinário a partir da primeira visita oficial do Presidente Lula, em 2023. Exportamos mais para a China do que para os Estados Unidos e a União Europeia. O Brasil é o 7° principal fornecedor da China.
De janeiro a março de 2025, Brasil e China comercializaram US$ 38,8 bilhões e a pauta de exportações brasileira deve ampliar ainda mais com a crise comercial desencadeada pelos Estados Unidos. O Brasil exportou US$ 19,8 bilhões: óleos brutos de petróleo, soja, minério de ferro e concentrados. Compramos da China: embarcações, equipamentos de telecomunicações, máquinas, aparelhos elétricos e válvulas.
Na sua 3ª viagem, em abril de 2023, o Presidente Luiz Lula assinou a mais abrangente declaração conjunta de cooperação entre os dois países. Foram assinados 15 atos governamentais e anunciados 32 acordos empresariais em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação saúde e infraestrutura. Outros nove instrumentos foram celebrados entre Estados da Federação e outras entidades ou empresas brasileiras e chinesas.
Na área de meio ambiente, foi adotada a Declaração Conjunta sobre mudanças climática e decidido criar, no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concentração e Cooperação-COSBAN, uma subcomissão específica para discussão e formulação de ações conjuntas.
Como integrante da comitiva diplomática tive a oportunidade de acompanhar o andamento das tratativas entre os dois países de ampliação da pauta de cooperação em diversas áreas.
A China é um dos principais investidores diretos no Brasil, em setores estratégicos da nossa economia, como eletricidade, extração de petróleo, transportes, telecomunicações, serviços financeiros e indústria. Segundo dados da Apex, entre 2014 e 2024, foram anunciados 137 projetos de investimento com capital chinês no Brasil, totalizando US$ 10,6 bilhões. A China manteve sua posição de investidor direto, em 2023, de US$ 45,3 bilhões, um crescimento de 22,1% em relação a 2022.
A China, particularmente, tem demonstrado muito interesse em investir no Ceará. Já investe forte na produção de energia renovável, especialmente solar e eólica, na produção de hidrogênio verde e no desenvolvimento do Polo Automotivo, para produção de veículos elétricos.
Em viagem à China, em abril/2025, nosso governador Elmano de Freitas assinou o 41º memorando para produção de energia solar, eólica offshore e de hidrogênio verde com empresas chinesas.
A visita oficial do Presidente Lula à Rússia e à China consolida parcerias estratégicas para integração dos países na cooperação necessária para o desenvolvimento econômico e superação dos problemas sociais comuns entre as nações consorciadas no BRICS.
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