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José Guimarães

Advogado, deputado federal e Líder do Governo na Câmara dos Deputados

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Em viagem à Rússia e à China, o Presidente Lula amplia nossas parcerias estratégicas

Para José Guimarães, a visita de Lula à Rússia e à China "consolida parcerias estratégicas" para integração dos países

Lula desembarca na China (Foto: Ricardo-Stuckert)

Resgatada nossa soberania, nosso lugar entre as grandes nações não só como 8ª economia do mundo, mas, como protagonista na cena política internacional, o Brasil, liderado pelo Presidente Lula, se posiciona na geopolítica global com sua política externa altiva e ativa em defesa do multilateralismo. Já presidiu Pro Tempore o Mercosul, o G-20 e, agora, preside o BRICS.

Além disso, no seu terceiro mandato, o presidente Lula tem se destacado nos mais importantes fóruns internacionais como articulador da pauta sobre os problemas humanitários emergenciais globais: erradicação da fome e da pobreza extrema, redução da desigualdade, degradação do meio ambiente, impacto das mudanças climáticas e a paz entre as nações. 

A construção da agenda da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Presidente Lula na Cúpula do G-20, em julho de 2024, no Rio de Janeiro, tem como objetivo acelerar as iniciativas para erradicação da fome e da pobreza, ao mesmo tempo em que promove os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Aliança nasceu com o apoio de 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. 

Na sua 4ª visita oficial à Rússia, a convite do Presidente Vladimir Putin, para as comemorações de 80 anos do Dia da Vitória, na qual os russos derrotaram os nazistas na Alemanha, o Presidente Lula cumpriu também uma agenda institucional para ampliação da cooperação entre os dois países. Foram assinados atos na área de Ciência e Tecnologia e de negociação da pauta de comércio. As relações diplomáticas Brasil-Rússia foram estabelecidas em 1828, ampliadas na década de 1980 e, em 2002, passaram ao patamar de parceria estratégica.

O diálogo entre os dois países cresceu no âmbito bilateral e nos foros internacionais: nas Nações Unidas, no G-20 e no BRICS. Em novembro de 2004, o presidente Vladimir Putin fez a 1ª visita de um Chefe de Estado russo ao Brasil. Em 2010, foi assinado o Plano de Ação da Parceria Estratégica, que define objetivos, metas e orientações das relações bilaterais.

Nas parcerias comerciais, o Brasil precisa ampliar sua pauta de exportações, os números mostram isso. De janeiro a março de 2025, o comércio Brasil-Rússia foi de US$ 12,4 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,45 bilhão e importou US$ 10,9 bilhões. Rússia é o 5° país de quem o Brasil mais importa. Nossos produtos exportados são: soja, carne, café, tabaco. Importamos óleos combustíveis de petróleo, adubos e fertilizantes químicos.

Na segunda etapa da viagem pela Ásia – em sua 4ª visita oficial à China - o Presidente Lula tratou da convergência dos dois países na defesa do multilateralismo, da reforma da governança global e apoio às ações pela paz entre as nações. Participou do Fórum China-CELAC (Comunidade de 33 países Latino-Americanos e Caribenhos), instituição que se consolidou, nos últimos dez anos, a fim de estreitar as relações políticas, alinhar estratégias de desenvolvimento entre a China e os países da América Latina e Caribe, na busca de integração do desenvolvimento mútuo. 

A declaração conjunta e o Plano de Ação para o Triênio 2025-2027, firmados, abrangem diversos setores: economia digital, conectividade, gestão de riscos de desastres, comércio e investimento, saúde, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia e transição energética..  

O comércio bilateral entre Brasil e China teve crescimento extraordinário a partir da primeira visita oficial do Presidente Lula, em 2023.  Exportamos mais para a China do que para os Estados Unidos e a União Europeia. O Brasil é o 7° principal fornecedor da China.

De janeiro a março de 2025, Brasil e China comercializaram US$ 38,8 bilhões e a pauta de exportações brasileira deve ampliar ainda mais com a crise comercial desencadeada pelos Estados Unidos. O Brasil exportou US$ 19,8 bilhões: óleos brutos de petróleo, soja, minério de ferro e concentrados. Compramos da China: embarcações, equipamentos de telecomunicações, máquinas, aparelhos elétricos e válvulas. 

Na sua 3ª viagem, em abril de 2023, o Presidente Luiz Lula assinou a mais abrangente declaração conjunta de cooperação entre os dois países. Foram assinados 15 atos governamentais e anunciados 32 acordos empresariais em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação saúde e infraestrutura. Outros nove instrumentos foram celebrados entre Estados da Federação e outras entidades ou empresas brasileiras e chinesas. 

Na área de meio ambiente, foi adotada a Declaração Conjunta sobre mudanças climática e decidido criar, no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concentração e Cooperação-COSBAN, uma subcomissão específica para discussão e formulação de ações conjuntas. 

Como integrante da comitiva diplomática tive a oportunidade de acompanhar o andamento das tratativas entre os dois países de ampliação da pauta de cooperação em diversas áreas.

A China é um dos principais investidores diretos no Brasil, em setores estratégicos da nossa economia, como eletricidade, extração de petróleo, transportes, telecomunicações, serviços financeiros e indústria. Segundo dados da Apex, entre 2014 e 2024, foram anunciados 137 projetos de investimento com capital chinês no Brasil, totalizando US$ 10,6 bilhões. A China manteve sua posição de investidor direto, em 2023, de US$ 45,3 bilhões, um crescimento de 22,1% em relação a 2022.

A China, particularmente, tem demonstrado muito interesse em investir no Ceará. Já investe forte na produção de energia renovável, especialmente solar e eólica, na produção de hidrogênio verde e no desenvolvimento do Polo Automotivo, para produção de veículos elétricos. 

Em viagem à China, em abril/2025, nosso governador Elmano de Freitas assinou o 41º memorando para produção de energia solar, eólica offshore e de hidrogênio verde com empresas chinesas.

A visita oficial do Presidente Lula à Rússia e à China consolida parcerias estratégicas para integração dos países na cooperação necessária para o desenvolvimento econômico e superação dos problemas sociais comuns entre as nações consorciadas no BRICS.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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