Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e Trump: uma aliança contra o Brasil
A tarifa entrará em vigor nos próximos dez dias, intimidando com a possibilidade de cortes de centenas de milhares de empregos no Brasil
Parece surrealismo. Donald Trump na Casa Branca. E o Brasil “na linha de tiro” vitimado por sabotagem interna. Em pouco mais de seis meses de governo, o presidente estadunidense, ameaçou o governo brasileiro com um tarifaço de 50% sobre produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos (EUA). A tarifa entrará em vigor nos próximos dez dias, intimidando com a possibilidade de cortes de centenas de milhares de empregos no país, de desorganização da economia e do comércio e, no limite, de até se concretizar um cenário de aumento no custo de vida nos EUA.
Essa sanção ao país foi articulada por dois brasileiros: Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente de mesmo sobrenome e Paulo Figueiredo, filho do ex ditador Figueiredo, diretamente de Miami. O objetivo não é proteger os EUA. É punir o Brasil para chantagear o Supremo Tribunal Federal (STF). A moeda de troca é clara: anistiem Jair Bolsonaro ou assistam o país sangrar economicamente.
Segundo Ricardo Franzoi, economista e supervisor técnico do DIEESE no Rio Grande do Sul, conhecido por sua atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores e por seu trabalho no apoio ao movimento sindical, “embora a fatídica carta de Donald Trump coloque a questão política — da iminente prisão de Jair Bolsonaro — como condicionante, o que está por trás são outros interesses. A presença da China na América Latina, a reunião do Brics como ameaça à hegemonia do dólar e a discussão recente no STF para regulamentar melhor as Big Techs estão entre as razões. “A guerra é comercial, mas também tem interesses político-ideológicos”, pondera.
A sabotagem tem nome, sobrenome
Eduardo e Paulo articulam com aliados de Trump medidas punitivas contra o Brasil. Atuam como lobistas da punição. Usam o pretexto de combater o “comunismo” para pedir sanções que já afetam aço, alumínio, carne, etanol, café e suco de laranja. Ou seja, a base da nossa economia exportadora.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes , finalmente determinou o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), incluindo contas bancárias e a chave Pix. A decisão faz parte do inquérito que apura a atuação do parlamentar nos Estados Unidos. Eduardo está impedido de enviar ou receber dinheiro e seu salário na Câmara dos Deputados ficará retido na conta.
Porque o inimigo do Brasil continua com mandato de deputado federal. Recebendo salário público. Mas não pisa em Brasília e atua diretamente contra os interesses do povo que o elegeu. Do conforto da Flórida, ao lado do jornalista e empresário Paulo Figueiredo, neto do último ditador militar e ex-sócio de Trump em um empreendimento hoteleiro no Rio de Janeiro de 2013 a 2016, o filho do ex-presidente não para sua ofensiva e maldades para com o país onde nasceu. Coisas de traidores da Pátria.
Empregos e famílias atingidas
O impacto é imediato: empresas brasileiras estão perdendo contratos, tentando rotas alternativas, reembalando produtos ou recorrendo a triangulações com países vizinhos. Isso encarece o frete, encarece os insumos e encarece o produto final — tanto no Brasil quanto nas mesas dos consumidores americanos.
O resultado?
Empregos perdidos no Brasil;
Inflação alimentar nas prateleiras dos EUA;
E um país inteiro sofrendo para salvar um homem com tornozeleira eletrônica.
A direita que racha e se ajoelha
O PL, partido que acolheu a família Bolsonaro, está dividido. Uma ala, ainda capturada pelo bolsonarismo radical, aplaude Trump, Eduardo e Paulo, mesmo diante do desastre social. Outra parte — prefeitos, governadores, deputados de estados e municípios, já percebe que isso é suicídio eleitoral: quem vai responder aos produtores rurais, aos frigoríficos, aos exportadores? Quem vai sustentar que a culpa é do “comunismo” quando a comida e os empregos faltarem?
Essa é a escolha que se impõe: o Partido Liberal, de Eduardo, está com o Brasil ou com a dupla de chantagistas radicada em Miami?
A chantagem internacional escancarada
Não há mais véus, a dupla de traíras pediu a Trump que punisse o Brasil, para forçar o Supremo a ceder. É uma chantagem política transnacional. Uma traição em tempo real, televisionada, monetizada e publicada em lives. Um atentado à soberania.
E, surgem sinais de que Donald (o pato que virou presidente) está de olho no Pix brasileiro, instrumento de inclusão e soberania digital que ele ainda não achou como sabotar — mas já questiona, via seus think tanks e “influencers”.
O Pix assusta Trump e os bancos americanos. Segundo Paul Krugman, prêmio Nobel de economia, em artigo intitulado “Has Brazil Invented the Future of Money?” publicado em seu Substack no dia 22 de julho de 2025, .... “O Brasil, em 2020, introduziu o Pix, um sistema de pagamento digital operado pelo banco central. Pelo que entendi, o Pix é uma espécie de versão pública do Zelle... Mas o Pix é muito mais fácil de usar. E, enquanto o Zelle é grande, o Pix se tornou simplesmente gigantesco, usado por cerca de 93% dos adultos brasileiros.” O Zelle é um sistema de pagamentos digitais bastante popular nos Estados Unidos, que permite transferências instantâneas de dinheiro entre contas bancárias usando apenas o número de telefone ou e-mail do destinatário.
Nada escapa da ofensiva da nova extrema-direita personificava por Trump: se for bom para o povo brasileiro, precisa ser atacado. A lógica é simples: quanto pior, melhor — desde que Bolsonaro seja salvo.
Centenas de milhares de empregos, produtos encarecidos, a economia em risco. E um deputado federal exilado pedindo a um governo estrangeiro que nos castigue. Sabotagem é o nome do que estamos vivenciando. É preciso parar o número três do clã que quer destruir o Brasil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.