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Luiz Fernando Padulla

Professor, biólogo, doutor em Etologia, mestre em Ciências, autor do blog 'Biólogo Socialista'

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Dias difíceis...mas a vitória virá!

Há quase 2 anos estamos vendo – e sentindo – toda a angústia que o povo palestino vem sofrendo

(Foto: divulgação )

A enxurrada de notícias, praticamente em tempo real do que acontece na Palestina, e mais recentemente no Irã, ao mesmo tempo que nos promove informações, é motivo de ansiedade e apreensão.

Há quase 2 anos estamos vendo – e sentindo – toda a angústia que o povo palestino vem sofrendo. E recentemente, com o justo revide pelo direito de defesa de Irã contra a entidade nazissionista de israHELL, o desejo de que seja o início do fim dessa farsa impostora, motivo de toda instabilidade e caos não apenas no Oriente Médio, mas uma ameaça mundial que segue alinhada ao imperialismo estadunidense e europeu/OTAN.

A análise mais emotiva é essa. No entanto, quando observo e faço uma avaliação mais racional, tentando usar os conhecimentos adquiridos - e em constante formação e aprimoramento - ao longo de uma vida de militância comunista, marxista-leninista, tendo de compreender que as mudanças não são e não serão rápidas.

Ainda que a luta pela Palestina seja um divisor de águas e um teste mais evidente na atual conjuntura da humanidade – assim como de outras nações e povo esquecidos como República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Haiti, Saara Ocidental, ou de nações que seguem resistindo aos crimes do imperialismo como é o caso de Cuba – temos que entender que é através dela que os novos rumos do mundo estão sendo formados.

Enquanto humanista, é revoltante a quantidade de vítimas inocentes nesses conflitos, em especial dos palestinos (já são mais de 100.000 mortos de acordo com a revista Lancet, sendo a maioria de crianças e mulheres) que lutam e resistem. 

Mas o fato é que rompemos a bolha com o conflito genocidário que ocorre em Gaza, revelamos a verdadeira face assassina e lesa-humanidade de israHELL. E desejamos o fim desse massacre, ao qual estamos presenciando diariamente através das redes sociais. No entanto, a materialidade histórica dos fatos nos ensina que isso exige tempo. Ainda mais quando as forças são tão desiguais: de um lado os palestinos que lutam pelo direito legítimo de existir, lutando contra um novo “Eixo do mal” imperialista formado por israHELL, EUA/OTAN.

E isso não é por acaso. A luta da Palestina escancarou os tentáculos do imperialismo, trazendo à tona as verdadeiras razões desse conflito que arrastou não apenas o Líbano e Síria, mas mais recentemente, depois de tantas provocações ilegais, a República Islâmica do Irã, um dos braços do BRICS+, a força da nova ordem multipolar.

Diria que israHELL se aproveitou disso para não apenas colocar em prática sua política expansionista e neocolonial da falaciosa “Grande israHELL”, mas para atrair ao conflito seus comparsas imperialistas, principalmente os EUA que, em talvez um último ato de desespero – e por que não de súplica – para tentar conter a realidade que é a multipolaridade – o que foi tentado com a guerra provocada pela Ucrânia/OTAN contra outros braços fortes como a Rússia, e as irrelevantes taxações irresponsáveis de Trump contra a forte economia da China que, com sua política colaborativa e não exploratória, constrói alternativas econômicas com a visão “ganha-ganha”, como por exemplo a nova Rota da Seda, conectada ao Irã sem passar por zonas de controle estadunidense e o projeto da Ferrovia Bioceânica, que facilitará o comércio da América do Sul com a Ásia – mais uma motivo de desespero para os EUA.

Assim, tal como Satãnyahu, só lhes resta esta última tentativa de derrubar o BRICS+. Caso contrário, terão que aceitar o curso da história (e da justiça): a prisão do já condenado primeiro-ministro nazissionista de israHELL pelo Tribunal Penal Internacional (e provável condenação pelo próprio Estado impostor) e o fim decretado e humilhante do mundo unipolar do império estadunidense.

O atual ataque desproporcional que israHELL fez contra o povo do Irã, chamando e convocando os EUA, trará consequências que ainda veremos nas próximas semanas – se isso se concretizar. Dias difíceis, sangrentos. Apreensivos. Mas que revelam novamente o desespero do imperialismo frente ao que o BRICS+ oferece: um mundo mais justo, colaborativo, fraterno.

É isso que Marx nos ensinou com sua dialética que nos mostra o mundo em transformação. E essa transformação incomoda os interesses do capitalismo predatório e colonialista. A ruptura desse sistema passa pela derrota da unilateralidade e sua exploração/dominação dos povos.

A ascensão de uma nova onda (e horda!) nazifascista e nazissionista é a expressão do capitalismo em suas últimas consequências e, não à toa, é abastecida e financiada pelo capitalismo, angariando um movimento de massas acéfala, despolitizada (ou assumidamente mau-caráter).

A Palestina é o exemplo atual dessa luta. O sangue derramado serve de combustível e nutrição para novos frutos dessa resistência. Não compete a nós esmorecermos. Pelo contrário.

Não consigo não pensar na luta palestina sem relembrar os gloriosos vietnamitas: ainda que em visível desvantagem bélica, a determinação e dedicação surpreendeu o imperialismo que, ainda que tenha ceifado a vida de cerca de 3 milhões de guerrilheiros e civis, depois de 20 anos impuseram a derrota acachapante e vergonhosa aos estadunidenses que não tiveram outra alternativa a não ser fugir e aceitar que perderam.

A luta contra esse mundo injusto não nasceu hoje. Ele vem desde o surgimento dos impérios, da exploração dos povos, das colonizações. E seguirá sempre. Cabe a nós, internacionalistas e humanistas, amparados pela história e pelo ímpeto revolucionário, mantermos acesa essa chama pela libertação dos povos e, acima de tudo por um mundo sem fronteiras, fraterno e unitário.

Como nos ensinou um de nossos camaradas, tombado na luta por esse ideal, lutam melhor os que têm belos sonhos. Lutemos! Sonhemos! A vitória, cedo ou tarde, virá!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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