Dia de homenagem. Dia de esperança!
Momento de luto, memória que se chama luta. Uma homenagem
Dia de homenagem. Dia de esperança!
Dia de maré baixa que afunda no peito. Ondas de tristeza que afogam em momentos de solidão.
Foram-se aqueles que me estenderam a mão no começo. Interlocutores apaixonados, parceiros de debates densos, no rigor da pesquisa, no calor da militância, na ousadia de serem companheiros leais por discordarem, por romperem com as platitudes que fazem da segurança uma feira de clichês academicistas, de máximas politiqueiras e de remédios com prazo de validade vencido.
Partiram os que se recusavam a ser mercadores de “boas novas”, os que pluralizaram as vozes, rompendo a mesmice monocórdia de consensos oportunistas.
Foram-se os que desmanchavam o discurso missionário, tutelar, utilitário que espertaliza a segurança pública e custa vidas.
Partiram os que Faziam Ciência e Faziam Política com suas vocações em maiúsculo, que quebravam paradigmas e recusavam o instrumentalismo raso, as lógicas mercadológicas travestidas de política pública de segurança.
Foram-se os que refaziam as perguntas, rompendo com as respostas requentadas e as fórmulas gerencialistas.
Partiram os que se mostravam imunes aos promotores dos modismos contábeis e tecnológicos e que, nos bastidores, ambicionam golpear, governar no lugar de governos eleitos.
Ressaca agora de tristeza, feito nostalgia com solidão, mas que serve de estímulo para continuar, reabrir horizontes e transformar a saudade em vontade de futuro, com as espadas de Jorge, com a resiliência de Ogun. Momento de luto, memória que se chama luta. Uma homenagem a:
Carlos Magno Nazaré Cerqueira (PMERJ), Jorge da Silva (PMERJ/UFF), Maria Stela Grossi Porto (UnB), Zeca Borges (Disque-Denúncia), Alba Zaluar (UERJ), Paulo Sette Câmara (PF), Antonio Machado (UERJ), Roberto Kant de Lima (UFF) e Michel Misse (UFRJ).
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.