Cristina Kirchner: “Voltaremos”
No primeiro discurso após começar a cumprir prisão domiciliar, a ex-presidenta da Argentina fez declaração que entusiasmou a multidão reunida na Praça de Maio
No seu primeiro discurso após começar a cumprir prisão domiciliar, a ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, criticou fortemente o governo Milei e fez uma declaração que entusiasmou a multidão reunida na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada. “Voltaremos. Voltaremos e defenderemos a democracia”, disse.
Cristina falou em uma mensagem gravada que foi transmitida para seus apoiadores reunidos no ato chamado “Argentina com Cristina”. Alguns choraram. “O povo sempre volta. E nós temos povo e memória. Obrigada, obrigada do fundo do coração”, disse.
Assim que a mensagem gravada terminou, ela discursou rapidamente, ao vivo, do apartamento onde já morava e começou a cumprir a sentença de seis anos de detenção, que inclui também o impedimento de ocupar cargos públicos pelo resto da vida.
Cristina disse que as pessoas não conseguem pagar hoje pelos alimentos de que necessitam e que o governo Milei (sem citar o nome) está deixando a Argentina endividada. “Sempre estarei com vocês”, afirmou em suas mensagens.
Ela não foi vista em público desde a comunicação realizada na terça-feira pela Justiça sobre as condições de sua prisão. Nesta quarta-feira, disse que está presa e “sem poder sair na varanda” (“balcón”) do apartamento onde está, e onde, na rua, é mantido o apoio de seus seguidores.
Na multidão, na Praça de Maio, muitos estavam usando e erguendo a bandeira argentina, além de cartazes com os dizeres “Cristina inocente”.
Ela foi presidente por dois mandatos seguidos, entre 2007 e 2015, e é também ex-vice-presidenta e ex-senadora. Neste ano, pretendia ser candidata a deputada na província de Buenos Aires, a maior do país.
Com a decisão da Suprema Corte de Justiça de ratificar sua condenação por "delito de administração fraudulenta em prejuízo do Estado" — o que ela nega —, Cristina ficou inabilitada para qualquer disputa eleitoral.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.