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Danilo Espindola Catalano

Professor de espanhol, pesquisador e escritor.

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Conflito na Tríplice Fronteira amazônica

O conflito ocorre na tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru

Bandeiras de Colômbia, Peru e Brasil (Foto: Divulgação )

Neste mês de agosto, se desatou um conflito, que o Brasil acreditava já haver solucionado no século passado, o qual era protagonizado na região amazônica entre o Peru e a Colômbia, em que se denomina: Letícia. Mas parece que a denominação do governo peruano de uma nova cidade na região se consagra como o estopim para a volta de tensões entre os dois países sul-americanos. 

A região é de tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru, na história houve um conflito armado entre os dois países cujo acordo de paz foi realizado no Rio de Janeiro, este que segundo o atual presidente colombiano, Gustavo Petro, denunciou em suas redes sociais que teria sido descumprido pelo governo peruano, por ter realizado a denominação de um novo município neste território. 

Vale ressaltar que a tensão entre os dois países ocorre em um momento delicado internamente, para eles, em que a Colômbia pode vir a ter mais quatro anos de um governo autoritário e de extrema-direita, após quatro anos de Pacto Histórico e do primeiro governo popular, que está com uma baixa popularidade e pode resultar em derrota para as próximas eleições, o que contrasta para com uma presidenta peruana que é a pior avaliada da região sul-americana e que não consegue reestruturar o país depois de quatro presidentes depostos. Um conflito como este pode de alguma maneira ressurgir um sentimento patriótico nos dois países e ofuscar esses problemas internos. 

A ilha na qual se consagra como protagonista deste caos entre os dois países, se chama Santa Rosa, esta que, em resposta ao governo colombiano, o Ministério de Relações Exteriores peruana, disse em nota, segundo o jornal argentino, Pagina12: que a ilha se encontra sob soberania nacional peruana e que não irá reivindicar tal território. Ainda apresenta uma justificativa, na qual se expõe provas peruanas de que o tratado de 1995, que foi assinado entre os limites da região, não foi violado de nenhuma maneira. O que é contrário às alegações do presidente colombiano. 

O que vale deixar claro, é que é um conflito que já se esperava ter se solucionado no século XX e que devido às crises internas dos dois países, parece ter se reavivado e que pode chegar a um estopim bélico podendo abarcar tanto os dois países como o Brasil e por isso a atenção e o olhar para que se resolva de maneira diplomática deve ser primordial neste momento e que o governo Lula, volte a resolver esta relação com diplomacia, convidando os dois presidentes para uma mesa de diálogo em Brasília, resolvendo-o de maneira pacífica e sem a necessidade de movimentação dos exércitos de nenhum dos países.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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