80 anos da vitória contra o nazismo
O nazifascismo apareceu na cena histórica em meio a uma grande crise do capitalismo como recurso à violência e ao terror para continuar a exploração e dominação
Por Dilermando Toni - Em 09 de Maio de 1945 foi quando um conjunto de países aliados puseram fim ao sonho nazista de dominar o mundo, encerrando a II Guerra Mundial. Neste conjunto jogou um papel fundamental a URSS, onde se construía o socialismo desde 1917, sob a direção do Partido Comunista, Stálin à frente. A União Soviética suportou o peso principal da guerra. Perdeu cerca de 27 milhões de cidadãos, a maioria civis.
Muita gente pergunta: qual a principal característica do nazifascismo? Por certo poderia ser dito com razão que é o ódio homofóbico, o anti-semitismo, o terror aos negros, aos pobres, aos ciganos, ou a crença de que eles nazistas alemães eram gente de uma raça superior que deveria se sobrepor aos povos de raça inferior. Mas, a principal característica do nazifascismo é o anti comunismo, o anti socialismo, a antítese da soberania nacional dos países. Por isso, exatamente, foi que Hitler enviou quase 4 milhões de soldados à URSS para destruí-la, para sufocar o socialismo, para matar a revolução.
O nazifascismo apareceu na cena histórica em meio a uma grande crise do capitalismo como recurso à violência e ao terror para continuar sua política de exploração e dominação. Mas ao que levou essa política de guerra e de agressão? Formou-se uma grande e vitoriosa frente mundial contra o nazifascismo. Houve uma série de revoluções pelo mundo com destaque para a revolução chinesa de outubro de 1949. Criou-se um campo socialista composto por uma série de países. O mercado mundial único dividiu-se em dois.
O mundo passou a ser bipolar por um bom período, foram tempos da Guerra Fria que perdurou por 45 anos, de um lado Otan, de outro o Pacto de Varsóvia, de um lado o mercado do dólar, de outro o Comecon.
Foi nesse período que ocorreram a revolução cubana, a libertação da parte sul do Vietnã, o processo de descolonização de grande parte da África.
Até que em 1991 veio a debacle soviética, a URSS desapareceu, o mercado mundial tornou-se um só, novamente. E o mundo veio a ser novamente unipolar sob a hegemonia dos EUA, de sua moeda, de suas orientações neoliberais, de sua globalização com dominação. O movimento revolucionário entrou numa fase de defensiva estratégica.
Esse período, vinha de 1991 até que com a grande crise de 2007/2008 abriu-se um período de transição. Os EUA, embora ainda hegemônicos, se debilitavam e novos polos surgiam destacadamente a China socialista e a Rússia. Essa transição completou-se por volta de 2021. Aí então o mundo multipolar dava seus primeiros passos. Situação descrita magistralmente na declaração conjunta sino-russa de 04 de fevereiro de 2022.
Agora os EUA não são mais capazes de impor sua vontade onde queiram. A prova mais contundente disto é o conflito ucraniano onde, apesar de todos os esforços empreendidos, os EUA e a Otan estão fragorosamente derrotados. Há outras grandes potências mundiais. O principal pilar do mundo multipolar é a aliança granítica entre a China socialista e a Rússia contra hegemônica.
Os critérios para analisar a multipolaridade são variados: econômicos, financeiros, monetários, científicos e tecnológicos, políticos e diplomáticos, culturais e ideológicos e militares. Onde está a pedra de toque? Uns dizem que o dólar ainda é muito forte, outros que não há ainda instituições alternativas, outros que o poderio militar dos EUA é incomparável etc, etc, etc. O critério fundamental a meu ver é o poderio bélico. Eu penso que o poderio bélico da aliança China/Rússia é muito maior que o dos EUA/Otan.
De onde surge a mudança de posição relativa entre as potências? Da lei objetiva do desenvolvimento desigual entre as nações. Agora, Rússia, China, Brasil e outros países procuram dar essa multipolaridade características próprias, democráticas, de desenvolvimento compartilhado.
Vivemos uma nova situação no mundo, de equilíbrio estratégico, onde as forças do progresso que compõem o Sul Global conquistam vitórias, umas após outras. Em primeiro lugar, as magníficas vitórias da construção do socialismo na China.
Há um outro mundo em construção, novas alianças, novos mercados. Um ponto central, um forte polo de atração, em tudo isso são os Brics.
Nestes 80 anos os corações e as mentes dos verdadeiros revolucionários se enchem de alegria e de esperança com a possibilidade concreta de isolar e derrotar o imperialismo, de conquistar um mundo de paz, de desenvolvimento e progresso social.
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