Petro promete "caçar" mandante de atentado contra senador Miguel Uribe na Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, condenou de forma veemente o atentado a tiros contra o senador Miguel Uribe, baleado durante um ato político em Bogotá neste sábado (7), e afirmou que o governo “caçará” os responsáveis. “Nenhum recurso deve ser poupado, nem um único peso ou um único momento de energia, para encontrar o cérebro… Onde quer que eles vivam, seja na Colômbia ou no exterior”, declarou Petro em pronunciamento transmitido pela televisão nacional. As informações são da CNN. 

A fala do presidente foi a mais dura reação oficial após o senador de 39 anos, do partido de oposição Centro Democrático, ter sido atingido por dois disparos nas costas enquanto discursava para eleitores no distrito de Fontibón, na capital colombiana. O ataque, segundo a Procuradoria-Geral, foi cometido por um adolescente de 15 anos, detido no local com uma pistola Glock. As autoridades investigam agora a existência de autores intelectuais por trás da ação.

Petro disse ainda que há um padrão de ação de chefes do crime que exploram menores de idade para executar assassinatos políticos. “Devemos determinar com clareza quem são os autores intelectuais deste crime. Há uma rede de poder e violência que precisa ser desmontada. A política deve ser livre de violência”, afirmou.

Uribe, que havia lançado sua pré-candidatura à Presidência em outubro de 2024, foi socorrido por populares e levado às pressas à Fundação Santa Fé de Bogotá. Segundo boletim médico, ele passou por procedimentos neurocirúrgicos e vasculares periféricos. O estado de saúde do senador é crítico, porém estável.

Em publicação na rede social X, a esposa de Uribe, Maria Claudia Tarazona, pediu orações. “Miguel está lutando por sua vida neste momento. Peçamos a Deus que guie as mãos dos médicos que o estão tratando”, escreveu.

O Centro Democrático, maior partido de oposição do país e legenda do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, classificou o atentado como “inaceitável” e “uma ameaça à democracia”. “Rejeitamos veementemente este ataque, que não só coloca em risco a vida de um líder político, mas também ameaça a democracia e a liberdade na Colômbia”, afirmou em nota.

A violência foi amplamente repudiada por ex-presidentes colombianos e por líderes estrangeiros. Ernesto Samper, Juan Manuel Santos, Iván Duque e o próprio Álvaro Uribe emitiram mensagens de solidariedade. O governo dos Estados Unidos, por meio do Secretário de Estado Marco Rubio, também condenou o atentado, classificando-o como “uma ameaça direta à democracia”.

Em resposta às críticas internacionais, especialmente aquelas que sugeriram ligação do ataque à retórica da esquerda, Petro rebateu: “Rejeito tentativas oportunistas de transformar este ato em arma política. Estamos falando da vida de um ser humano e da estabilidade democrática do país”.

A polícia local anunciou que o adolescente responsável pelos disparos será interrogado com apoio de psicólogos e que já foi iniciada uma força-tarefa para identificar possíveis mandantes. O ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, também anunciou uma recompensa de US$ 730 mil por informações que levem aos envolvidos no crime.

Miguel Uribe vem de uma família política tradicional. É neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e filho de Diana Turbay, jornalista assassinada em 1991 durante uma operação para resgatá-la de um sequestro ordenado pelo narcotraficante Pablo Escobar. Em sua carreira, Uribe tem defendido bandeiras ligadas à segurança pública, ao fortalecimento institucional e ao investimento privado. Sua candidatura à Presidência, ainda informal, seria uma das principais apostas da direita nas eleições de 2026.