Eleição no IICA revela nova correlação de forças na agricultura das Américas
Ministros da Agricultura das Américas escolherão novo diretor-geral no dia 4 de novembro
247 - A eleição para o novo diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) entra em contagem regressiva. No dia 4 de novembro, em Brasília, ministros da Agricultura dos países do continente americano se reúnem na Conferência Ministerial de Agricultura 2025 para escolher o sucessor do argentino Manuel Otero, que encerra em janeiro seu segundo mandato à frente do órgão.
Criado para fortalecer políticas públicas agrícolas nas Américas, o IICA administra atualmente uma carteira de projetos que somam US$ 1 bilhão. A disputa pelo comando da instituição envolve três candidatos apoiados por seus respectivos governos: Muhammad Ibrahim, da Guiana; Laura Suazo, secretária de Agricultura de Honduras; e Fernando Mattos, ex-ministro da Pecuária do Uruguai.
Nos últimos meses, os três percorreram o continente em busca dos 18 votos necessários para garantir a vitória. Entre eles, Ibrahim desponta como favorito. Agrônomo com 35 anos de experiência internacional, ex-diretor de Cooperação Técnica do próprio IICA e ex-diretor-geral do CATIE (Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino), ele conta com apoio formal da Guiana e de 13 países da Comunidade do Caribe (Caricom). Além disso, recebeu sinalizações positivas de México, Paraguai, Peru, Equador e República Dominicana.
Fontes próximas às negociações indicam que os Estados Unidos também devem apoiar a Guiana, em razão da crescente influência geopolítica do país e da trajetória técnica de Ibrahim.
A candidata Laura Suazo, por outro lado, conseguiu apenas o respaldo de seu país, Honduras, e estaria avaliando retirar sua candidatura. Já o uruguaio Fernando Mattos conta com o apoio do Uruguai, enquanto Brasil e Chile tendem a votar a seu favor. A recente decisão do Paraguai de apoiar a Guiana enfraqueceu as chances do ex-ministro de se consolidar como candidato do Mercosul.
A votação promete definir não apenas o novo comando do IICA, mas também o rumo das políticas agrícolas e de cooperação técnica nas Américas para os próximos cinco anos.