Díaz-Canel defende unidade e resistência frente à ofensiva imperialista na 12ª Cúpula Extraordinária da ALBA-TCP

247 -  O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, discursou nesta segunda-feira (3) na 12ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), reafirmando a necessidade de unidade e resistência contra as constantes agressões do governo dos Estados Unidos. O mandatário cubano enfatizou que os países da região devem responder às tentativas de desestabilização com integração e solidariedade. A informação é do jornal Granma, veículo oficial de imprensa do Partido Comunista de Cuba.

"Não podemos nos deixar provocar pelo novo governo dos Estados Unidos, nem seguiremos o ritmo que eles querem impor. Permaneceremos calmos, analisando cada ação e respondendo quando necessário, com a coragem e a bravura que nossos líderes, Fidel Castro, Hugo Chávez e Raúl Castro, sempre demonstraram", declarou Díaz-Canel, apontando para a importância de uma postura firme frente às pressões externas.

O presidente cubano criticou duramente a decisão do governo norte-americano de reinserir Cuba na lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo, qualificando tal ação como "arbitrária" e "sem justificativa ou respeito à verdade". Ele agradeceu aos membros da ALBA-TCP pelo apoio na luta para que Cuba seja retirada dessa lista: "Isso é algo que o anterior governo dos Estados Unidos teve que reconhecer, assim como esse governo também reconheceu publicamente, embora muito tarde, que não havia razão ou argumento para manter nosso país na lista fraudulenta e espúria."

O líder cubano alertou ainda sobre a crescente ofensiva imperialista contra toda a América Latina e o Caribe, ressaltando a importância de uma resposta coordenada para enfrentar os desafios impostos pela política externa dos Estados Unidos. "Hoje, o governo dos Estados Unidos tenta definir as opções para os países da região, que são: ou se submeter ou ser alvo de agressão", denunciou.

Referindo-se às recentes tentativas de desestabilização na região, Díaz-Canel destacou que "as divisões e diferenças podem se tornar mais pronunciadas", e que as nações da ALBA-TCP devem se fortalecer frente às ameaças externas. Ele também criticou as políticas migratórias dos Estados Unidos, afirmando que "a criação de um centro de detenção na Base Naval dos EUA em Guantánamo, onde dezenas de milhares de pessoas serão presas, constitui um ato bárbaro".

No campo econômico, o presidente cubano defendeu o fortalecimento de uma agenda baseada na complementaridade entre os países da ALBA-TCP, destacando iniciativas como a AgroAlba e o estudo SELA, que visam promover a segurança alimentar e o desenvolvimento regional. "A prioridade seria fortalecer uma agenda econômica baseada na complementaridade, que aproveite todo o potencial de cada país", declarou.

Díaz-Canel também abordou a importância do desenvolvimento tecnológico e da Inteligência Artificial (IA) para os países do Sul Global. Ele elogiou a criação de um centro de pesquisa em Caracas e destacou os esforços de Cuba nessa área: "Temos capital humano formado e, embora não tenhamos uma infraestrutura potente, já temos projetos em alguns centros de pesquisa cujas boas práticas e experiências devemos multiplicar."

Finalizando seu discurso, Díaz-Canel reafirmou o compromisso de Cuba com a ALBA-TCP e a luta pela soberania dos povos da região. "Se nada nem ninguém consegue nos desviar de nossos objetivos, nada nem ninguém poderá nos impedir de realizar os sonhos aos quais tantas gerações dedicaram suas energias e até mesmo suas vidas", concluiu, reafirmando a determinação da Revolução Cubana em resistir às adversidades impostas pelo imperialismo.