Claudia Sheinbaum denuncia racismo contra migrantes mexicanos nos EUA e defende reconhecimento de suas contribuições
Presidenta do México critica preconceito e destaca que o trabalho da comunidade mexicana é essencial para a economia norte-americana
247 - Durante sua tradicional coletiva de imprensa, "La Mañanera del Pueblo", realizada nesta segunda-feira (28), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, denunciou a existência de um "racismo essencial" contra migrantes mexicanos nos Estados Unidos. Segundo a Telesur, Sheinbaum destacou a importância fundamental da comunidade mexicana para o crescimento econômico norte-americano e defendeu um reconhecimento justo do papel desempenhado por esses trabalhadores.
"Essa ideia de que os migrantes roubam empregos é completamente falsa. Pelo contrário, eles ajudam a fortalecer a economia dos Estados Unidos", afirmou a presidente, criticando a narrativa que estigmatiza a população migrante. Sheinbaum enfatizou que a contribuição dos mexicanos vai muito além das remessas enviadas às famílias no México: enquanto cerca de 20% da renda da diáspora é remetida, 80% permanece nos EUA, movimentando a economia local através de consumo, poupança e impostos.
De acordo com dados do think tank Latino Donor Collaborative (LDC), entre os quase 40 milhões de mexicanos que vivem nos Estados Unidos, apenas 4 milhões estão em situação migratória irregular, o que evidencia a participação expressiva e regular da maioria. "Em vez de criminalizá-los, o governo dos EUA deveria reconhecer o impacto positivo do trabalho deles, dos seus esforços diários", defendeu Sheinbaum.
Os números reforçam a dimensão dessa contribuição: em 2024, mexicanos nascidos nos Estados Unidos geraram US$ 781 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) do país — um volume econômico que, isoladamente, os colocaria como a décima maior economia do mundo, com projeções para alcançar o quarto lugar nas próximas décadas.
Além da força de trabalho, a comunidade mexicana também se destaca pelo empreendedorismo: um em cada cinco imigrantes se torna empreendedor, gerando riqueza e empregos em território norte-americano. No entanto, apesar de representarem 16% da população, sua presença na mídia de língua inglesa ainda é bastante restrita, limitada a apenas 2,8%.
Sheinbaum também rebateu o estigma associado à criminalidade nas regiões fronteiriças. Segundo a presidente, essas áreas são, na verdade, mais seguras, registrando 60% menos crimes entre a população imigrante em comparação com a média nacional. Outro dado relevante apontado foi a contribuição de quase US$ 100 bilhões em impostos por parte dos imigrantes mexicanos.
Em sua conclusão, Sheinbaum defendeu uma mudança de perspectiva por parte das autoridades e da sociedade estadunidense: "É preciso reconhecer a história, os esforços e as valiosas contribuições dos migrantes mexicanos, indo além da criminalização", afirmou. Para a presidente, o reconhecimento justo dos direitos e da dignidade dos migrantes é fundamental para construir relações mais justas e respeitosas entre os dois países.
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