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Atividade econômica do Chile cresce em julho após três meses de retração

Expansão mensal de 1% foi impulsionada pela mineração e ocorre em meio às disputas eleitorais no país

Folhas de cátodo de cobre são fotografadas na Escondida da BHP Billiton, a maior mina de cobre do mundo, em Antofagasta, norte do Chile, em 31 de março de 2008. Foto tirada em 31 de março de 2008 (Foto: REUTERS/Ivan Alvarado)

247 - A economia chilena registrou em julho sua primeira alta mensal desde abril, com desempenho puxado principalmente pelo setor de mineração. Os dados foram divulgados pelo Banco Central do Chile e ocorrem em um momento em que a política econômica ganha peso no debate eleitoral, às vésperas da escolha presidencial marcada para novembro.

De acordo com a autoridade monetária, o índice Imacec — que funciona como uma prévia do PIB — subiu 1% em relação a junho. No comparativo anual, a expansão foi de 1,8%, levemente abaixo da mediana de 1,9% projetada por analistas consultados pela própria Bloomberg.

Impulso da mineração e consumo interno

O detalhamento mostra que a mineração avançou 5,2% no mês, enquanto o comércio cresceu 1,4% e os serviços 0,7%. Já a indústria apresentou recuo de 0,5%. A administração do presidente Gabriel Boric avalia revisar para cima a estimativa oficial de crescimento de 2025, hoje projetada em 2,5%. No primeiro trimestre, o PIB chileno avançou 2,5%, e no segundo, 3,1%.

Analistas destacam que os reajustes salariais reforçaram o consumo das famílias e que a confiança do investidor começa a se recuperar, com expectativas de que as eleições resultem em um governo mais favorável ao mercado. Contudo, o mercado de trabalho segue frágil e a produção mineral continua volátil, o que adiciona incertezas ao cenário.

Política monetária em transição

No fim de julho, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 4,75%, a primeira queda do ano. O colegiado sinalizou que o ciclo de cortes deve continuar nos próximos trimestres, buscando estimular ainda mais a atividade econômica.

Eleições no horizonte

O Chile se prepara para o primeiro turno da eleição presidencial em 16 de novembro. Caso nenhum candidato alcance maioria, o segundo turno está previsto para 14 de dezembro. O desempenho econômico será um dos temas centrais da disputa, em um país marcado por fortes oscilações no setor mineral e pela busca de estabilidade após anos de tensões sociais e políticas.

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