Reuters - O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, afirmou nesta quinta-feira (11) que Washington pode tomar medidas contra estrangeiros que estejam "elogiando, racionalizando ou fazendo pouco caso" do assassinato do influenciador trumpista Charlie Kirk. Segundo ele, funcionários consulares receberam instruções para tomarem medidas apropriadas.
"À luz do horrível assassinato de uma importante figura política ocorrido ontem, quero enfatizar que estrangeiros que glorificam a violência e o ódio não são visitantes bem-vindos em nosso país", escreveu Landau em uma publicação na rede social X.
O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, fala com jornalistas no Aeroporto Internacional Washington Dulles, na Virgínia - Saul Loeb-12.mai.25/AFP
Kirk, 31, foi morto na quarta-feira (10) com um único disparo, enquanto participava de um evento em uma universidade em Utah.
"Fiquei enojado ao ver alguns nas redes sociais elogiando, racionalizando ou zombando do acontecimento, e dei instruções a nossos funcionários consulares para tomarem as medidas adequadas", acrescentou o diplomata, sem detalhar que tipo de sanções poderiam ser aplicadas.
Landau também incentivou que usuários da plataforma denunciem casos do gênero: "Sintam-se à vontade para me trazer esse tipo de comentário feito por estrangeiros, para que o @StateDept possa proteger o povo americano."
Alguns usuários responderam à publicação com capturas de tela de contas e postagens, embora não estivesse claro se pertencem a pessoas com vistos para os EUA.
O número dois do Departamento de Estado respondeu a alguns desses comentários dizendo que havia orientado os funcionários consulares a monitorar as interações, que até a manhã de sexta-feira (12) já tinha mais de 7.300 comentários.
Questionado sobre a manifestação, um porta-voz do Departamento de Estado afirmou: "Este governo não acredita que os Estados Unidos devam conceder vistos a pessoas cuja presença em nosso país não esteja alinhada com os interesses de segurança nacional dos EUA." Ele não esclareceu, no entanto, se algum visto já havia sido revogado ou como seria feita a avaliação de perfis denunciados.
Kirk era apresentador de podcast e aliado próximo do presidente Donald Trump, com quem ajudou a consolidar o apoio do Partido Republicano entre jovens eleitores. Trump decretou luto oficial de cinco dias em todo o país e classificou o crime como "assassinato hediondo". Horas depois, responsabilizou a "esquerda radical" pelo episódio, que chamou de "consequência trágica de demonizar aqueles de quem se discorda".
O episódio também provocou manifestação de repúdio de políticos democratas. O ex-presidente Joe Biden disse que "não há lugar para esse tipo de violência", e Barack Obama afirmou que "esse tipo de violência desprezível não tem lugar em uma democracia".
O governo Trump tem promovido uma ampla repressão à imigração, incluindo o aumento da triagem de redes sociais, a revogação de milhares de vistos de estudantes e a tentativa de reduzir a duração de outros.

Paulo Emilio

Homem segura foto de Charlie Kirk durante vigília em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Berlim, Alemanha
11/09/2025


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Mundo

EUA ameaçam revogar vistos de estrangeiros que elogiem assassinato de Charlie Kirk

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), recebeu nesta segunda-feira (8) a confirmação de que seu visto para os Estados Unidos foi renovado. O documento havia vencido em maio e o pedido de renovação foi feito em agosto. Com a autorização, Haddad poderá participar da Semana do Clima em Nova York, prevista ainda para setembro, além do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que acontece em outubro, em Washington. Segundo a coluna da jornalista <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/09/eua-concedem-visto-a-haddad-e-afastam-temor-de-escalada-na-crise-com-trump.shtml">Mônica Bergamo</a>, da Folha de S. Paulo, &nbsp;a concessão do visto elimina o temor no governo brasileiro de uma nova crise diplomática com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
<h3>Histórico de descumprimentos de protocolos por Trump</h3>
Embora as normas internacionais impeçam que os EUA neguem a entrada de representantes oficiais convidados para encontros multilaterais em seu território, Trump já descumpriu esse protocolo em diferentes ocasiões. No fim de agosto, por exemplo, vistos de representantes palestinos foram revogados, impedindo sua participação em atividades na ONU, em Nova York, numa medida considerada contrária ao chamado Acordo de Sede.
Foi justamente com base nesse tratado que o Itamaraty encaminhou o pedido de Haddad, reforçando a obrigação dos Estados Unidos em garantir a presença de autoridades estrangeiras em eventos organizados por organismos multilaterais.
<h3>Suspensão de vistos de autoridades brasileiras</h3>
A preocupação em Brasília não era infundada. Desde que assumiu o mandato, Trump já havia suspenso os vistos de sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Outro episódio que gerou repercussão foi a revogação dos vistos da família do ministro da Saúde, Alexandre Padilha — inclusive o da filha dele, de apenas dez anos.

Haddad garante visto americano e participará de eventos da ONU, FMI e Banco Mundial; decisão reduz temor de nova crise com o governo Trump.

Economia

EUA renovam visto de Haddad e aliviam tensão com Trump

247 - O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, decidiu cancelar os vistos de entrada não apenas do ministro Alexandre de Moraes, mas também de outros sete membros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de seus familiares, informa o Estadão Conteúdo. Apenas três ministros da Corte escaparam da medida: Kássio Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux.
A medida é uma retaliação direta à decisão de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado. Segundo a Casa Branca, as pessoas afetadas pela revogação dos vistos “possuem envolvimento em situações que possivelmente teriam consequências adversas e graves para a política externa dos EUA”.
Entre os ministros atingidos estão nomes centrais do STF: o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, além de Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. A decisão de revogar o visto de Moraes e seus "aliados na Corte" foi anunciada por Marco Rubio, secretário de Estado no governo republicano.
Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques — indicados por Bolsonaro ao Supremo — e Luiz Fux, que tem adotado posições mais brandas em relação aos acusados por atos antidemocráticos, não foram alvo das restrições.

Guilherme Paladino

Brasil

No STF, só Kássio Nunes, André Mendonça e Luiz Fux escaparam das sanções de Trump

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