247 - O candidato à Prefeitura de Olinda (PE) pelo PT, Vinicius Castello, defendeu nesta semana a importância da parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prometeu investimentos em políticas de combate à desigualdade racial. Segundo o petista, que terminou o primeiro turno na primeira posição, com 38% (80 mil votos), "antirracismo é sobre moradia, saneamento, não morrer por ser da comunidade, ter oportunidade de educação de qualidade".
"A discussão envolve orçamento, saúde, acesso à saúde, à rua. Isso é saber de onde veio, e eu vim de um beco", afirmou Castello, que vai disputar o segundo turno no município do Grande Recife contra Mirella Almeida (PSD), que obteve 30,02% (62.289 votos). A entrevista foi concedida na sabatina do Barão de Itararé, com veículos da mídia progressista.
O candidato falou sobre o encontro que teve com o presidente da República. "A conversa com Lula foi linda e emocionante, um dos momentos mais marcantes da minha vida. Ele sabe da minha história e que eu sou filho de uma ex-empregada doméstica e de um vigilante. Sou fruto da educação e tenho orgulho disso. É justamente através disso que vamos resgatar a vida da nossa gente", continuou.
"Lula disse que queria um presente do povo olindense: me eleger como prefeito. Ele disse que conhece minha trajetória e que tive minha vida transformada pela educação. Menciona de onde ele veio e me pede o compromisso de cuidar dos invisíveis. Pudemos nos conectar nessa conversa. Tenho a certeza de que posso contar com o presidente para investir em moradia segura, e sei que posso contar com um parceiro que vai me ajudar a fazer das pessoas protagonistas", acrescentou.
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé” é uma entidade que tem como uma de suas bandeiras a democratização da comunicação. É uma referência ao jornalista Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, conhecido pelo nome Barão de Itararé (1895-1971).
<h2>Dados eleitorais e econômicos</h2>
Em 2022, o presidente Lula conseguiu 58% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro (PL) obteve 41% no município de Olinda. Em Pernambuco, o petista venceu por 66% a 33%, e na Região Nordeste, por 69% a 30%. No Brasil, Lula ganhou por 50,9% a 49,1% no segundo turno.
Com um Produto Interno Bruto de R$ 5,7 milhões, Olinda ficou na 8ª posição entre os maiores PIBs de Pernambuco, de acordo com informações publicadas em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital pernambucana, Recife, ficou em 1º lugar, com R$ 54 milhões. Em 2º lugar, ficou Jaboatão dos Guararapes, com R$ 13 milhões, e em 3º, Ipojuca (R$ 12 milhões). Na 4ª colocação apareceu Goiana (R$ 10 milhões), seguido por Cabo de Santo Agostinho (R$ 9 milhões).
Os cinco primeiros colocados pertencem à Região Metropolitana do Recife. Em 6º lugar ficou o município de Caruaru (R$ 7,6 milhões), no Agreste pernambucano, seguido por Petrolina (R$ 7,2 milhões), no Sertão, e por Olinda. Em nono lugar, ficou mais uma cidade do Grande Recife: Paulista (R$ 4,5 milhões). Na 10ª colocação ficou Vitória de Santo Antão (R$ 4,1 milhões).
<h2>Plano para os negros</h2>
Em seu terceiro mandato, o governo Lula, que tem Anielle Franco no Ministério da Igualdade Racial, lançou o Plano Juventude Negra Viva (PJNV), que busca a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo estrutural. A proposta tem 11 eixos de atuação e conta com 217 ações pactuadas com 18 ministérios.
O plano foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), instituído por meio do Decreto nº 11.444, de 21 de março de 2023, com a participação de 16 ministérios, coordenados pelo Ministério da Igualdade Racial, com apoio da Secretaria-Geral da Presidência.
De acordo com o Censo 2022, divulgado pelo IBGE, 56,1% das pessoas se autodeclararam pretas (negras) ou pardas. O percentual de brancas foi de 46,3%. O país tem 212 milhões de habitantes, conforme os dados da época, e o número gira em torno de 215 milhões atualmente.
Números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostraram que 408 mil pessoas negras foram assassinadas entre 2012 e 2022. Essa estatística representou 72% dos homicídios no país. O homicídio de pessoas brancas caiu 26%, enquanto o homicídio de pessoas negras aumentou 7,5%.
Em 2021, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 78 eram negras. Na letalidade provocada pelas polícias, 84,1% das vítimas eram negras. Policiais negros também são os que mais morrem: 67,7% dos policiais assassinados.

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Em Olinda, Vinicius Castello defende parceria com Lula: 'antirracismo é moradia, saneamento, não morrer por ser da comunidade'

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