Por Mariko Katsumura e Yuka Obayashi
TÓQUIO (Reuters) - Os comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiando a oferta de compra da U.S. Steel pela Nippon Steel por US$14,9 bilhões, deixaram dúvidas sobre o escopo do negócio e seus custos para a empresa japonesa.
Como parte do acordo anunciado na sexta-feira, Trump disse em sua rede social que a "parceria planejada" entre as duas empresas criará pelo menos 70 mil empregos e adicionará US$14 bilhões à economia dos EUA. Ele acrescentou que a maior parte desse investimento ocorrerá nos próximos 14 meses e disse que realizará um comício na U.S. Steel em Pittsburgh na sexta-feira.
Trump disse no domingo que os Estados Unidos terão controle sobre a U.S. Steel como parte do &nbsp;negócio.
Ainda não está claro se a "parceria" se refere à aquisição total da U.S. Steel que a Nippon Steel vem buscando.
As ações da U.S. Steel subiram 21% na sexta-feira, para US$ 52,01, pois os investidores interpretaram os comentários de Trump, que originalmente havia se oposto ao acordo, como significando que a Nippon Steel havia recebido sua aprovação para a aquisição, o último grande obstáculo para o negócio. Mas as ações ainda permanecem abaixo dos US$55 por ação oferecidos pela Nippon, refletindo a incerteza sobre um acordo.
Tanto a U.S. Steel quanto a Nippon Steel, no entanto, elogiaram os comentários de Trump na sexta-feira.
Para a Nippon Steel, a maior siderúrgica do Japão, o acordo é fundamental para sua estratégia de expansão global. O negócio elevará a produção do grupo japonês para 86 milhões de toneladas, de 63 milhões atualmente - em um momento em que a demanda no Japão está em declínio.
"Os benefícios de obter acesso ao crescente mercado dos EUA são enormes", disse Masayuki Kubota, estrategista-chefe do Rakuten Securities Economic Research Institute, referindo-se à Nippon Steel. "Embora a empresa seja a líder mundial em tecnologia, o mercado doméstico está saturado, a concorrência é feroz na Ásia e a estratégia de crescimento da empresa deu uma guinada", disse ele, acrescentando que a Nippon pode esperar um novo crescimento nos EUA, aproveitando sua força tecnológica em aço de alta qualidade.
Os custos de um acordo foram uma preocupação, segundo alguns analistas.
"Embora a notícia seja positiva para o desenvolvimento dos negócios da Nippon Steel, o aumento dos gastos é preocupante", disse Hiroyasu Mori, chefe do escritório de informações sobre investimentos da Okachi Securities.
A fusão das duas empresas criará o terceiro maior produtor de aço do mundo em volume, depois do Baowu Steel Group da China e da ArcelorMittal, sediada em Luxemburgo, de acordo com dados da World Steel Association.

Leonardo Sobreira

Logo da Nippon Steel em Tóquio, Japão - 1/4/2024 

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Economia

Apoio de Trump à compra da US Steel por Nippon deixa perguntas sem resposta

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não quer que a U.S. Steel Corp vá para o Japão, sugerindo que ele não apoia a oferta da Nippon Steel pela produtora de aço norte-americana.
A fala pareceu contradizer as ações recentes do governo Trump. Na segunda-feira, Trump instruiu um painel de segurança nacional a dar uma nova olhada na oferta de US$14 bilhões da Nippon Steel pela U.S. Steel para ajudar a determinar se "mais ações" são apropriadas, aumentando as esperanças de que o negócio poderia receber um sinal verde.
Após o comentário mais recente de Trump, as ações da U.S. Steel caíam 13% nas negociações pós-mercado desta quarta-feira.
"Não queremos vê-la indo para o Japão", disse Trump, acrescentando: "Amamos o Japão".
"Não queremos que vá para o Japão ou qualquer outro lugar, e estamos trabalhando com eles", disse Trump.
A U.S. Steel e a Nippon Steel não responderam de imediato aos pedidos da Reuters por comentários.
A fusão entre as empresas havia sido bloqueada em janeiro por Joe Biden, que estava no fim do seu mandato na Presidência dos EUA, por motivos de segurança nacional.
Após a decisão de Biden, as duas empresas processaram o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA, que examina riscos de segurança nacional relacionados a investimentos estrangeiros, alegando que Biden havia prejudicado a decisão do comitê e violado o direito das empresas a uma análise justa.
No mês passado, o governo Trump apresentou uma moção para estender dois prazos no processo, a fim de dar ao governo mais tempo para concluir as negociações sobre fusão com as empresas.

Mundo

Trump diz não querer que U.S. Steel vá para o Japão

(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, violou a Constituição do país ao bloquear a compra da U.S. Steel pela Nippon Steel, um negócio de 14,9 bilhões de dólares, ao realizar uma falsa análise de segurança nacional, alegaram as empresas em uma ação judicial apresentada nesta segunda-feira.
As empresas querem que a Justiça anule a decisão de Biden de impedir o negócio para que possam ter outra chance de aprovação por meio de uma nova análise de segurança nacional sem influência política.
O processo alega que Biden prejudicou a decisão do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS), que examina negócios envolvendo empresas estrangeiras sob o ponto de vista de eventuais riscos à segurança nacional do país, e violou o direito das duas empresas a uma análise justa.
A fusão se tornou altamente politizada antes da eleição presidencial de novembro nos EUA, com o democrata Biden e o presidente eleito republicano Donald Trump prometendo impedi-la enquanto cortejavam os eleitores na Pensilvânia, onde a U.S. Steel está sediada. O presidente do sindicato de metalúrgicos United Steelworkers (USW), David McCall, se opôs à união.
Trump e Biden afirmaram que a empresa deveria continuar sendo de propriedade norte-americana, mesmo depois que a empresa japonesa se ofereceu para mudar sua sede dos EUA para Pittsburgh, onde a siderúrgica norte-americana está sediada, e prometeu honrar todos os acordos em vigor entre a U.S. Steel e o USW.
Biden tentou impedir o acordo para "obter favores da liderança do USW na Pensilvânia em sua candidatura à reeleição", alegam as empresas.
"Como resultado da influência indevida do presidente Biden para avançar sua agenda política, o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos não conseguiu conduzir um processo de revisão regulatória de boa fé e focado na segurança nacional", disseram as empresas em comunicado. A Casa Branca não comentou o assunto.
A ação judicial, que ecoa as alegações feitas pelas empresas em uma carta de dezembro à CFIUS obtida pela Reuters, mostra que as empresas estão cumprindo suas ameaças de litígio e continuarão a lutar para que o acordo seja aprovado.
As perspectivas não são claras para a ação, que também tem como alvo o Procurador Geral, Merrick Garland, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen,, que supervisiona o CFIUS. Os tribunais geralmente dão grande deferência à CFIUS para definir a segurança nacional, dizem especialistas.
As empresas também entraram com uma segunda ação judicial contra a Cleveland-Cliffs, seu presidente-executivo, Lourenço Gonçalves, e o presidente do USW "por suas ações ilegais e coordenadas" com o objetivo de impedir o negócio.
O Departamento de Justiça e o Departamento do Tesouro, a Cleveland Cliffs e o USW também não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
Na semana passada, Biden bloqueou o negócio citando questões de segurança nacional, desferindo um golpe potencialmente fatal aos planos do grupo siderúrgico japonês após um ano de análise.
A U.S. Steel, fundada em 1901 por alguns dos maiores magnatas norte-americanos, incluindo Andrew Carnegie, J.P. Morgan e Charles Schwab, tornou-se parte integrante da recuperação industrial dos EUA após a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.
A empresa tem estado sob pressão após vários trimestres de queda na receita e no lucro, o que a torna um alvo atraente de aquisição para rivais que buscam expandir sua participação no mercado norte-americano, que vem sendo protegido por barreiras comerciais contra importações.

Guilherme Paladino

Placa do sindicato de trabalhadores em siderurgia dos EUA United Steel Workers em River Rouge, no Estado norte-americano de Michigan

U.S. Steel e Nippon alegam em ação judicial que Biden violou Constituição dos EUA

247 - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou uma decisão controversa ao bloquear a aquisição da US Steel Corporation pela japonesa Nippon Steel Corporation (NSC). O acordo, avaliado em US$ 14,9 bilhões, foi proibido na última sexta-feira (3) com base em preocupações de segurança nacional. A medida gerou forte reação do CEO da US Steel, David Burritt, que classificou a decisão como "vergonhosa e corrupta", segundo a agência <a href="https://sputnikglobe.com/20250104/us-steel-ceo-calls-bidens-nippon-steel-deal-decision-shameful-corrupt-1121349037.html">Sputnik</a>.
Em declaração oficial, Burritt afirmou que a decisão de Biden representa um "pagamento político" a líderes sindicais que, segundo ele, estão desconectados das necessidades de seus membros. "Ele prejudicou o futuro da nossa empresa, nossos trabalhadores e nossa segurança nacional. Biden insultou o Japão, um aliado vital, e colocou a competitividade americana em risco", declarou o executivo. &nbsp;
A transação, anunciada no final de 2023, previa a aquisição da US Steel por US$ 55 por ação em uma negociação integralmente em dinheiro. O valor total do empreendimento incluía a assunção de dívidas, totalizando US$ 14,9 bilhões. A proposta prometia fortalecer as operações da US Steel e garantir investimentos significativos para a empresa e suas comunidades, segundo os proponentes. &nbsp;
O bloqueio também gerou repercussão no Japão. Segundo a mídia japonesa, a Nippon Steel Corporation planeja acionar judicialmente o governo dos EUA contra a decisão. Em comunicado conjunto, US Steel e NSC condenaram a proibição, afirmando que nenhuma evidência crível de uma questão de segurança nacional foi apresentada e acusaram o processo de ter sido "manipulado" para atender a "uma agenda política" de Biden. &nbsp;
O CEO da US Steel reforçou a importância do investimento para o futuro da companhia. "Precisávamos de um presidente que soubesse como obter o melhor acordo para os Estados Unidos e trabalhasse duro para isso. Não vamos recuar diante dessa corrupção política", afirmou Burritt, destacando a intenção de lutar contra a decisão.

Guilherme Levorato

Biden barra compra da US Steel por empresa japonesa e CEO classifica decisão como "vergonhosa e corrupta"

247 - Em sua tentativa de adquirir a siderúrgica United States Steel Corporation (US Steel), a empresa japonesa de aço Nippon Steel ofereceu a Washington o direito de veto sobre qualquer decisão de reduzir a capacidade de produção da companhia estadunidense, informou o jornal Washington Post nesta quarta-feira (1), citando um documento enviado à Casa Branca.
O jornal já havia relatado anteriormente que o presidente dos Estados Unidos Joe Biden estava se preparando para anunciar que bloquearia o acordo. A agência Reuters informou em 24 de dezembro de 2024 que Biden tinha 15 dias para decidir sobre a aquisição. Se ele não tomar nenhuma providência nesse período, a fusão receberá um sinal verde para continuar.
Na mais recente proposta, a gigante japonesa sugeriu uma garantia de 10 anos de que não reduzirá as capacidades de produção das fábricas da US Steel, localizadas nos estados da Pensilvânia, Indiana, Alabama, Texas, Califórnia e Arkansas, sem aprovação de um painel de revisão liderado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, segundo o documento.
"Por meio da oferta de garantias contra reduções na capacidade de produção — garantias essas que serão juridicamente vinculantes e aplicáveis pelo governo dos EUA — a Nippon Steel está enfatizando a natureza firme de seus compromissos com a US Steel e seus funcionários representados por sindicatos... Por outro lado, sem essa transação, dadas as limitações de recursos, a US Steel retornará à sua estratégia pré-transação de despriorizar instalações existentes representadas por sindicatos", afirmou a empresa japonesa em sua carta ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês).&nbsp;
O CFIUS é o órgão responsável por analisar os riscos à segurança nacional envolvidos em investimentos estrangeiros nos EUA, e não conseguiu chegar a um consenso sobre a aquisição.&nbsp;
Fontes da Casa Branca e da indústria disseram ao jornal que o governo dos EUA não descarta a possibilidade de deixar a decisão final sobre o acordo para a administração do presidente eleito Donald Trump, que também indicou publicamente suas intenções de bloquear a compra da siderúrgica pelo grupo japonês.
Em dezembro de 2023, a Nippon Steel concordou em adquirir a empresa americana por mais de US$ 14 bilhões, planejando inicialmente concluir o negócio no segundo ou terceiro trimestre do ano de 2024. No entanto, a transação enfrentou diversos obstáculos, já que o governo dos EUA expressou preocupações sobre a venda de um ativo estratégico importante para investidores estrangeiros. O próprio CFIUS disse às duas empresas em setembro que o negócio criaria riscos à segurança nacional porque poderia prejudicar o fornecimento de aço necessário para projetos críticos de transporte, construção e agricultura, de acordo com uma carta vista pela Reuters.
Mesmo assim, a empresa japonesa planeja fortalecer sua aquisição nos EUA aumentando o investimento financeiro e contribuindo com suas tecnologias, além de prometer "nenhuma demissão ou fechamento de fábricas como resultado da transação". Além disso, em agosto, a gigante japonesa se comprometeu a investir US$ 2,7 bilhões nas instalações da US Steel na Pensilvânia e em Indiana. (Com informações da Sputnik).&nbsp;

Logo da Nippon Steel na sede da companhia em Tóquio - 01/04/2024

Nippon oferece direito de veto à Casa Branca para adquirir US Steel

(Reuters) - A U.S. Steel informou nesta quarta-feira que o conselho de arbitragem, escolhido em conjunto pela siderúrgica e pelo sindicato United Steelworkers (USW) para resolver disputas entre as partes, decidiu a favor do acordo de compra de 14,9 bilhões de dólares da Nippon Steel.
O conselho de arbitragem determinou que a U.S. Steel cumpriu todas as condições da cláusula de sucessão de seu contrato básico de trabalho com o USW, segundo a empresa.
A Nippon Steel fechou o acordo para adquirir a U.S. Steel em dezembro do ano passado, superando concorrentes como Cleveland-Cliffs, ArcelorMittal e Nucor, ao pagar um prêmio significativo na expectativa de que a siderúrgica se beneficiasse do pacote de investimentos em infraestrutura do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O acordo, contudo, tem enfrentado oposições políticas, incluindo de Kamala Harris, candidata presidencial do Partido Democrata, e de seu rival republicano, Donald Trump, antes das eleições em novembro.

Logo da Nippon Steel na sede da companhia em Tóquio
01/04/2024

US Steel diz que arbitragem é favorável a acordo de compra de US$ 14,9 bilhões da Nippon Steel

Reuters – A administração Biden alertou a Nippon Steel, do Japão, que sua proposta de aquisição de US$ 14,9 bilhões da U.S. Steel representa um risco à segurança nacional dos Estados Unidos. Segundo três fontes familiarizadas com o assunto, o governo americano está se preparando para bloquear o acordo, em meio a preocupações de que ele possa prejudicar a indústria siderúrgica nacional. A informação foi divulgada em primeira mão pela agência Reuters.
O Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), que analisa transações que podem afetar a segurança nacional, enviou uma carta à Nippon Steel no último sábado (2/9), afirmando que o acordo poderia comprometer a produção siderúrgica americana e enfraquecer a capacidade da U.S. Steel de buscar remédios comerciais contra práticas desleais de comércio exterior. As empresas têm até esta quarta-feira (6/9) para responder.
A venda da U.S. Steel enfrenta forte oposição de ambos os lados do espectro político. A vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata à presidência, declarou que deseja que a U.S. Steel permaneça "sob propriedade e operação americana". O ex-presidente Donald Trump, que concorre à presidência pelo Partido Republicano, prometeu bloquear o acordo caso seja eleito.
Na carta, o CFIUS destacou que a transação apresenta "riscos à segurança nacional dos Estados Unidos". As preocupações envolvem a possibilidade de a U.S. Steel perder competitividade e não continuar a desempenhar um papel estratégico na economia americana, afetando, inclusive, o fornecimento de aço para setores críticos.
Resposta das empresas
Em resposta, Nippon Steel e U.S. Steel contestaram as preocupações levantadas pelo CFIUS. Trechos de uma carta enviada pelas empresas, obtidos pela Reuters, indicam que o bloqueio da transação "resultaria na paralisação das instalações de fornos da U.S. Steel, provavelmente custaria milhares de empregos e enfraqueceria a qualidade e resiliência do fornecimento de aço para indústrias americanas".
As empresas também criticaram a postura do governo americano, afirmando que a decisão estaria sendo tomada "não com base nos fatos, na lei ou nos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos, mas por razões políticas".
Apesar do impasse, a U.S. Steel reforçou que continuará buscando todas as opções legais disponíveis para assegurar a conclusão do acordo. A empresa argumenta que a transação fortalecerá a siderurgia americana e beneficiará o estado da Pensilvânia, onde a U.S. Steel está sediada.
As ações da Nippon Steel registraram alta de 0,8% nesta quinta-feira, enquanto as ações da U.S. Steel caíram 17,5% na quarta-feira, refletindo as incertezas em torno da conclusão do negócio.
A Casa Branca e o Departamento do Tesouro, que supervisiona o CFIUS, se recusaram a comentar sobre o assunto.

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