247 - Uma jovem de 27 anos denuncia o desaparecimento de um suposto segundo bebê após o parto em um hospital público do Rio de Janeiro. Kathelen Tavares afirma que realizou duas ultrassonografias em locais distintos durante a gestação, ambas indicando que ela esperava gêmeos. No entanto, ao dar à luz, foi informada pela equipe médica de que havia apenas um feto. O caso foi noticiado inicialmente pelo <a href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/04/04/quero-respostas-mulher-achava-estar-gravida-de-gemeos-mas-so-um-nasceu.htm">UOL</a> e está sendo investigado pela Polícia Civil.
Kathelen conta que a gravidez transcorreu de forma semelhante à sua gestação anterior, quando teve gêmeas que hoje têm dois anos. "Essa gestação foi igual à outra, a barriga cresceu até mais. A única coisa diferente foi a anestesia na hora do parto. Fiquei muito mais sonolenta dessa vez. Escutei bem de longe a equipe falando que tinha apenas um bebê. Foi um choque, mas eu estava com tanto sono que nem tive reação", relatou.
O mistério começou ainda na gravidez. Segundo Kathelen, a primeira ultrassonografia foi feita em uma clínica particular e apontou a presença de dois fetos. Posteriormente, um novo exame em uma clínica da família confirmou a gestação gemelar. "Acredito que, de fato, eu estava grávida de gêmeos. Nessa segunda ultra, a médica me mostrou os bebês, mediu, falou o tamanho, mediu o fêmur e confirmou que eram duas meninas. Ela chegou a me mostrar um bebê, depois outro, viu os batimentos cardíacos e ainda falou que eram placentas diferentes", relembrou.
A jovem afirma que, durante o pré-natal, fez ao menos dez consultas e não houve qualquer indicação de complicações. O parto estava programado para o dia 29 de março, mas a bolsa se rompeu no dia anterior, levando-a ao Hospital Municipal Mariska Ribeiro, em Bangu, zona oeste do Rio. "Toda a equipe estava esperando dois [bebês], separaram dois berçários, dois cartões de vacinas e, antes de entrar na sala, a médica deu o toque e disse que uma bolsa tinha se rompido e outra, não. Eu realmente não sei o que aconteceu, estou até agora tentando entender. Quero respostas, estou muito confusa", desabafou.
Diante do ocorrido, Kathelen registrou um boletim de ocorrência e a 34ª Delegacia de Polícia investiga o caso. O delegado Alexandre Netto afirmou que nenhuma linha de investigação está descartada. "Estamos analisando todos os fatos, verificando a documentação que foi encaminhada para a delegacia, fazendo análise das imagens da sala de parto, as documentações médicas e já realizamos oitiva de mais quatro médicos", afirmou.
A Secretaria Municipal de Saúde também apura o ocorrido. Segundo o secretário da pasta, Daniel Soranz, a equipe médica não encontrou indícios de uma segunda gestação. "A equipe estava preparada para um parto gemelar, mas na hora identificaram que havia uma única placenta, verificaram que era apenas um cordão umbilical e um único feto. Não tinha um segundo bebê", disse Soranz. Ele explicou que a ultrassonografia inicial pode ter sido equivocada, seja por erro do profissional ou por falha do equipamento. Sobre o segundo exame, também indicando gestação gemelar, o secretário acredita que o médico pode ter sido induzido pelo laudo anterior. "Estamos investigando para entender de onde veio esse erro, mas já sabemos que não foi uma gestação gemelar, pelos resultados de exames que temos até o momento", concluiu.
Enquanto o caso segue em investigação, Kathelen recebe apoio psicológico e acompanhamento médico. "Eu só quero saber o que aconteceu. Preciso de uma explicação para entender essa situação", afirmou.

Kathelen Tavares denunciou o caso na polícia

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