247 - A 1ª Conferência de Turismo de Curionópolis e Serra Pelada encerrou-se no domingo (31), consolidando um novo capítulo para a região que, nos anos 1980, foi palco do maior garimpo a céu aberto do mundo. Esteve presdente o ministro do Turismo, Celso Sabino, no evento realizado no distrito de Serra Pelada, interior do Pará.
Segundo a publicação, um dos principais resultados do encontro foi a criação do Conselho Municipal de Turismo. A medida tem como objetivo estruturar iniciativas de base comunitária, atrair investimentos e fortalecer o projeto “Nova Rota do Ouro”, que busca transformar o território em referência nacional de turismo histórico, cultural e de aventura. Outro anúncio importante foi a implantação do Museu de Serra Pelada, dedicado à preservação da memória coletiva e da identidade cultural local.
<h2>Resgate histórico e oportunidades para a população</h2>
Celso Sabino ressaltou que a mudança simboliza um novo ciclo para a região, que no passado foi marcada por intensa exploração mineral. “É emocionante ver esse lugar tão emblemático, que já foi sinônimo de exploração dos recursos naturais e humanos, hoje tornar-se um lugar turístico, um lugar de oportunidades de se gerar emprego, renda e dignidade para a população local de forma sustentável, lado a lado com a natureza”, afirmou o ministro.
A prefeita Maria Chamon também destacou a relevância do conselho recém-criado: “A criação do Conselho Municipal de Turismo vai estruturar e dar continuidade às nossas iniciativas de base comunitária, e isso tem um valor imensurável para que nossa população tenha qualidade de vida por meio do turismo”.
<h2>Turismo de aventura e memória cultural</h2>
Durante os dias 30 e 31 de agosto, autoridades, lideranças e representantes do setor discutiram políticas públicas voltadas ao fortalecimento do turismo regional. A programação contemplou práticas de turismo de aventura em meio à natureza e ações voltadas ao resgate da história do garimpo, atraindo visitantes interessados em compreender o passado e vivenciar a cultura da “terra do ouro”.
A expectativa é que a região ganhe ainda mais visibilidade com a realização da COP30, em novembro de 2025, em Belém. O evento internacional deve abrir novas oportunidades para mostrar ao mundo a diversidade do turismo sustentável da Amazônia.
<h2>Nova Rota do Ouro: experiência transformadora</h2>
O roteiro turístico de Serra Pelada, batizado de Nova Rota do Ouro, promete oferecer experiências únicas aos visitantes. Entre os atrativos estão a possibilidade de conhecer de perto a história do garimpo, explorar os rios Araguaia e Tocantins, vivenciar a cultura das comunidades locais e contribuir para um modelo de turismo que gera emprego e renda na região.
<h2>Turismo e agronegócio caminham juntos</h2>
Além da conferência em Curionópolis, Celso Sabino também participou da abertura da EXPOFAC, em Castanhal, principal feira agropecuária do Pará. O evento, realizado pelo Sindicato Rural local, movimentou cerca de R$ 30 milhões em 2024 e busca expandir mercados por meio de inovação tecnológica e modernização da produção rural.
“O turismo e o agro estão juntos”, disse o ministro. “A EXPOFAC vai além dos negócios do campo. É um espaço que conecta o agronegócio, o turismo e a cultura do nosso povo, fortalecendo a economia regional e nacional”.
Com a combinação de história, cultura, natureza e inovação, Serra Pelada desponta como destino emblemático para quem busca turismo sustentável e vivências autênticas na Amazônia.

Guilherme Levorato

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Brasil Sustentável

Conferência em Serra Pelada marca virada histórica para o turismo sustentável no Pará

247 - O Ministério do Turismo (MTur) deu um novo passo em direção à promoção do turismo responsável em comunidades tradicionais com o lançamento de uma iniciativa voltada à Terra Indígena Limão Verde, localizada no município de Aquidauana (MS). A ação integra o Projeto “Brasil, Turismo Responsável” e é fruto de uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que presta orientação técnica para a implementação de práticas sustentáveis em destinos turísticos brasileiros.
A iniciativa prevê a realização de oficinas e outras atividades para a elaboração de um Plano de Visitação Turística com participação direta da comunidade local. A proposta está fundamentada na valorização da cultura indígena, na conservação ambiental e no fortalecimento socioeconômico dos povos originários. A Terra Indígena Limão Verde foi escolhida para representar a região Centro-Oeste na iniciativa — o segundo território contemplado pelo projeto, após a comunidade pataxó de Porto do Boi, em Porto Seguro (BA).
De acordo com Carolina Fávero, coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do MTur, o projeto reforça uma mudança no paradigma das políticas públicas de turismo no Brasil. “Essa iniciativa reafirma o compromisso do Ministério do Turismo com um modelo de desenvolvimento mais justo, que valoriza a diversidade cultural e respeita os modos de vida das comunidades tradicionais”, afirmou.
O plano de visitação será construído com protagonismo do povo Terena, através de processos formativos de qualificação, sensibilização e organização para receber turistas de forma consciente e respeitosa. “Construir, junto com o povo Terena, um Plano de Visitação Turística participativo é um passo concreto para garantir que o turismo seja uma ferramenta de fortalecimento territorial, de valorização da cultura dos povos originários, de geração de renda e de conservação ambiental”, completou Fávero.
O evento de lançamento da ação contou com a presença de diversas lideranças indígenas e representantes de instituições envolvidas no desenvolvimento turístico da região. Estiveram presentes o cacique Ademilson, anfitrião da Aldeia Limão Verde; representantes da Prefeitura de Aquidauana; da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul; do Ministério dos Povos Indígenas; da Funai, com destaque para Elvis Terena; e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, representada pelo professor Ricardo Lanzarini.
Durante o encontro, foi apresentado o indígena Enoque como mediador local no processo de construção do plano. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também participou por meio de representantes da reitoria e da diretoria da instituição.
A iniciativa integra um esforço mais amplo do governo federal para impulsionar o turismo sustentável em territórios indígenas. Ela decorre de um Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2024 entre o MTur, a Funai, a Embratur e os ministérios dos Povos Indígenas e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ampliando o alcance de políticas públicas que respeitam e valorizam os saberes ancestrais dos povos originários brasileiros.

Turismo sustentável avança em terra indígena no MS com projeto do Ministério do Turismo

247 - Com a chegada definitiva do frio em grande parte do Brasil, internautas de todo o país intensificaram a busca por destinos quentes, segundo dados do Google Trends da última semana.&nbsp; Em meio a esse movimento, o Maranhão desponta como uma alternativa encantadora e culturalmente vibrante para quem quer trocar os casacos pelo calor nordestino — e viver uma experiência de turismo sustentável e imersiva. Mais do que sol e paisagens paradisíacas, o estado oferece uma temporada junina que se estende de maio a julho, com festas populares que tomam as ruas em diversas regiões.&nbsp; “O São João do Maranhão é o maior do mundo”, dizem com frequência os maranhenses — e não apenas por orgulho: a afirmação se baseia em números oficiais apresentados, por secretários do governo estadual a jornalistas em visita recente ao estado.&nbsp; A programação é ampla, diversa e descentralizada, valorizando ritmos como forró, reggae, quadrilha, bumba meu boi, danças indígenas e o famoso “lêlê”. Essa riqueza cultural não acontece por acaso. Ela está inserida em um projeto maior de transformação social e econômica liderado pelo governo Carlos Brandão (PSB).&nbsp; <blockquote>“Não basta cobrar a preservação da floresta, é preciso combater a fome”, afirmou o governador em <a href="https://www.brasil247.com/entrevistas/carlos-brandao-nao-basta-cobrar-a-preservacao-da-floresta-e-preciso-combater-a-fome">entrevista</a> recente à TV 247, reforçando a ideia de que o desenvolvimento sustentável também precisa garantir inclusão e justiça social.</blockquote> <div class="embed-block"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/ntaCEKBTwTE?si=K-qMLyIbBC3lmT5J&amp;start=1" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe>Carlos Brandão: “não basta cobrar a preservação da floresta, é preciso combater a fome”</div> O Maranhão vem se destacando em diversos indicadores sociais e econômicos, resultado de uma política pública que alia ações de transferência de renda, fomento ao empreendedorismo e à cultura, taxação progressiva e, especialmente, estímulo ao turismo como vetor de geração de renda.&nbsp; A proposta é romper com o estigma histórico de "estado empobrecido" e fortalecer uma imagem de potência cultural e ecológica. Entre os pilares dessa estratégia está a valorização das belezas naturais do estado, com destaque para os célebres Lençóis Maranhenses — uma paisagem de tirar o fôlego, onde as lagoas cristalinas entre dunas brancas oferecem uma experiência quase mística.&nbsp; “Como não se perder aqui…”, disse um dos visitantes diante de um cenário que parece saído de outro planeta, ideal para contemplação e reflexão. A sustentabilidade é central nessa política. O governo maranhense destaca que “o foco é promover a inclusão socioprodutiva”, por meio de ações de capacitação da população local, apoio a iniciativas de base comunitária e investimentos que priorizem o equilíbrio ambiental e o respeito às tradições locais.&nbsp; <blockquote>Trata-se de um modelo que combina preservação com geração de empregos de longo prazo.</blockquote> Nesse contexto, o São João maranhense assume um papel estratégico. Com apoio do setor privado, o estado investe — e não “gasta”, como fazem questão de frisar — recursos robustos para transformar a festa em motor de desenvolvimento, movimentando a cadeia produtiva do turismo, da cultura e da economia criativa em todas as regiões. As manifestações culturais locais traduzem esse esforço em identidade e emoção. No centro histórico de São Luís, o “Cacuriá” encanta moradores e turistas com seu ritmo contagiante.&nbsp; <blockquote>“Sentimentos à flor da pele no centro histórico de São Luís, o rebolado irreverente e colorido do Cacuriá. É o mês mágico do São João, mas fazemos apresentação o ano todo. Não tem como dissociarmos isso do que nós somos. Desde pequenos temos roupinha. É libertador, um descanso para a alma", conta um dançarino com brilho nos olhos.</blockquote>  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714140736_69cc2facfe765df340a1fd2a510e0cc2d8b606586997fbdc48daf3a273c87629.jpg" data-media-id="editor_2" data-image-id="20250714140736_69cc2facfe765df340a1fd2a510e0cc2d8b606586997fbdc48daf3a273c87629" data-rendition-name="original" width="6000" height="4000" loading="lazy" alt="sao-joao"><figcaption>(Foto: Leonardo Sobreira)</figcaption></figure>  Já no Bumba Meu Boi, a emoção ganha força nas palavras de uma jovem de 23 anos, integrante do Boi d’Itaparí.&nbsp; <blockquote>“É maravilhoso o palco, é muito bom sentir o público com a gente. Desde os meus 14 anos, na fundação do Boi d’Itaparí, eu comecei a dançar na escola, nas ruas, nos arraiás. Para chegar até aqui, é muito trabalho. Tem muitas áreas, com 4 meses de preparação antes do São João. Nesse ano estamos com os Tambores de São Luís, que é nossa segunda música. Esse ano são 10 anos de Itaparim".</blockquote>  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250714140732_50e7ca8db51177a27786a674dfad982b37256530f6978be7443938e885a90450.jpg" data-media-id="editor_3" data-image-id="20250714140732_50e7ca8db51177a27786a674dfad982b37256530f6978be7443938e885a90450" data-rendition-name="original" width="6000" height="4000" loading="lazy" alt="sao-joao"><figcaption>(Foto: Leonardo Sobreira)</figcaption></figure>  Entre a força das tradições, as paisagens hipnotizantes e a gestão comprometida com inclusão e sustentabilidade, o Maranhão mostra que é possível aquecer o corpo e o coração — e, ao mesmo tempo, transformar a realidade social de seu povo. Um convite irresistível para quem quer fugir do frio e mergulhar em tudo o que o calor da cultura pode oferecer.

Leonardo Sobreira

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Turismo

Turismo sustentável ganha espaço no MA e vira nova aposta do governo estadual para aumentar a renda da população

247 - Empreendimentos de turismo e de pesca esportiva apoiados pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), na região do Baixo Rio Negro e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, geraram um faturamento de R$ 6,3 milhões no período de janeiro a novembro de 2024.
O resultado veio em um ano de desafios impostos por mais uma estiagem severa na Amazônia e mostrou a importância do Turismo de Base Comunitária (TBC) para as famílias ribeirinhas que dependem dessa atividade econômica, além de contribuir para a manutenção da floresta em pé.
Por meio do programa “Conservação da Amazônia: uma Aliança entre Natureza e Criatividade”, em parceria com o grupo LVMH, a FAS apoiou 25 empreendimentos de turismo com capacitações, beneficiando 17 comunidades situadas em quatro Unidades de Conservação (UCs) do estado do Amazonas.
Na região do Baixo Rio Negro, foram 17 empreendimentos de turismo apoiados, que geraram um faturamento bruto de R$ 4,56 milhões. A região recebeu um fluxo de 5.910 turistas, beneficiando nove comunidades locais.
Já durante a temporada de pesca esportiva na RDS do Uatumã, foram 12 os empreendimentos do ramo apoiados pela FAS, resultando em um faturamento bruto de R$ 1,74 milhão e um fluxo de 350 turistas. Ao todo, oito comunidades foram beneficiadas com a atividade.
Capacitações e intercâmbio - Uma das ações de destaque do programa foi a capacitação em gastronomia realizada para um grupo de 22 mulheres que trabalham com o TBC no baixo Rio Negro, na comunidade Tumbira, distante 69 quilômetros de Manaus. Durante quatro dias, as participantes receberam aulas teóricas sobre segurança dos alimentos e reconhecimento de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), aulas práticas sobre técnicas de preparo com ingredientes regionais, utilização de PANCs e preparação de cardápios diversificados que atendam clientes com restrições alimentares (como intolerância à lactose) e opções vegetarianas e veganas.
A comunidade do Tumbira também foi espaço para um intercâmbio de conhecimentos sobre TBC entre alunos do curso de Gestão em Turismo da Universidade Nilton Lins, da modalidade presencial, em Manaus, e os alunos da modalidade Ensino a Distância (EaD), que vivem em comunidades ribeirinhas de Unidades de Conservação, no interior do Estado do Amazonas. Ao todo, 38 pessoas participaram do intercâmbio, entre alunos e comunitários, que destacou os potenciais empreendimentos, atrativos culturais e naturais da região.
Foi ofertado o curso de arrais amador para 26 comunitários que atuam com pesca esportiva na RDS do Uatumã. Arrais Amador é uma habilitação náutica que permite a condução de embarcações recreativas, como lanchas, barcos de pesca e veleiros, em águas abrigadas (rios, lagos e baías).
Resiliência - Para o empreendedor Roberto Brito, o ano foi de muito trabalho e superação de desafios. Proprietário da Pousada do Garrido, na comunidade Tumbira, um dos empreendimentos apoiados pela FAS, ele relata que a temporada de 2024 iniciou bem, com destaque para os meses de junho a agosto. A partir de setembro, com a seca dos rios, as atividades turísticas paralisaram. Roberto enfatiza a importância do TBC, não só para a geração de renda, mas também para a conservação da floresta, que contribui para o combate aos efeitos das mudanças climáticas.
“O turismo de base comunitária agrega os três pilares da sustentabilidade, o econômico, o social e o ambiental. Ninguém quer vir de fora ver a natureza destruída, o rio poluído, a floresta queimada. Quanto mais conservado, mais clientes e mais renda. É uma parte que gera muito resultado positivo. Nosso empreendimento faz esses avanços para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que trabalham com isso”, explica o empreendedor.
Ele também cita as ações que valorizam a cultura regional, como o curso de gastronomia para mulheres.
“A capacitação fortaleceu e trouxe opções que têm na própria comunidade e que as pessoas não usam na culinária. Isso foi ótimo, pois trouxe para os empreendimentos, principalmente os que trabalham com turismo, a melhoria da parte da gastronomia com os ingredientes que já estão aqui na comunidade”, afirmou.
Segundo Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo da FAS, a força do turismo de base comunitária está não só na capacidade de gerar renda, mas também de ser uma ferramenta de conservação e conservação ambiental.
“Estamos enfrentando eventos climáticos extremos que mostram cada vez mais a importância de manter a floresta em pé para combatermos os efeitos das mudanças climáticas. O TBC é uma das alternativas econômicas neste cenário, pois é uma atividade sustentável, que gera emprego e renda, fomenta os empreendimentos locais e promove a valorização da biodiversidade, envolvendo as comunidades e os turistas que vêm conhecer a nossa região. Os resultados dos empreendimentos de turismo apoiados pela FAS, mesmo num cenário desafiador de seca, demonstram a importância dessa atividade e que é sim possível gerar renda de forma sustentável sem prejudicar a floresta”, declarou.
Sobre a FAS - A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

Turismo sustentável e pesca esportiva geram faturamento de R$ 6,3 milhões no Amazonas

247 – O Conselho de Paris aprovou, na última quinta-feira, um plano para combater o problema do turismo excessivo nos pontos mais visitados da cidade. A medida, proposta pelo grupo MoDem e Independentes, visa implementar uma estratégia turística por arrondissement (bairros administrativos), de forma a reduzir a pressão em locais emblemáticos, como o Museu do Louvre e a Torre Eiffel, e atrair visitantes para áreas menos exploradas. A notícia foi publicada originalmente pelo jornal <a href="https://www.lefigaro.fr/conjoncture/contre-le-surtourisme-paris-veut-mieux-repartir-les-visiteurs-dans-ses-arrondissements-20241124">Le Figaro</a>.
De acordo com Maud Gatel, presidente do grupo proponente, o objetivo é “valorizar as riquezas de todos os nossos bairros, beneficiar comerciantes locais e distribuir de forma equilibrada a receita do turismo”. Ela destacou que é necessário promover trajetos alternativos, citando como exemplo o street art no 13º arrondissement, o bairro Montparnasse, além de Belleville, Ménilmontant e o Sentier. "O turista pode visitar a Torre Eiffel, mas precisa descobrir outras faces de Paris também", declarou Gatel.
<h3>Pressão nos principais monumentos</h3>
A necessidade de descentralização se torna evidente diante do aumento constante do turismo nos ícones da cidade. Em 2023, o Louvre registrou 8,8 milhões de visitantes, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A Torre Eiffel recebeu 6,3 milhões de pessoas (+8%), e o Museu d’Orsay, 3,9 milhões (+18%). A concentração de turistas nesses locais gera desafios de logística, insatisfação entre moradores e impacto ambiental.
Frédéric Hocquard, adjunto da prefeitura responsável pelo turismo, reforçou o compromisso da gestão de Anne Hidalgo com iniciativas de turismo sustentável e destacou avanços em bairros como o 14º, 20º e 17º arrondissement. No entanto, reconheceu que “é preciso fortalecer a estratégia e garantir que todos os distritos se engajem nesse esforço”.
<h3>Exemplos internacionais e lições para Paris</h3>
A estratégia de desconcentração busca evitar que Paris enfrente manifestações populares contra o turismo de massa, como ocorreu em Barcelona e Veneza. Gatel enfatizou no Conselho que ações bem-sucedidas poderiam “aumentar a aceitabilidade do turismo entre os cidadãos, além de beneficiar a cidade financeiramente e culturalmente”.
Embora a medida tenha sido bem recebida, ainda carece de um plano concreto para implementação. O desafio será integrar o conceito de turismo sustentável a uma cidade que, historicamente, é uma das mais visitadas do mundo.

Torre Eiffel é iluminada no tradicional Dia da Bastilha em Paris, em 14 de julho. 14/07/2014 REUTERS/Gonzalo Fuentes

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