247 – O Conselho de Paris aprovou, na última quinta-feira, um plano para combater o problema do turismo excessivo nos pontos mais visitados da cidade. A medida, proposta pelo grupo MoDem e Independentes, visa implementar uma estratégia turística por arrondissement (bairros administrativos), de forma a reduzir a pressão em locais emblemáticos, como o Museu do Louvre e a Torre Eiffel, e atrair visitantes para áreas menos exploradas. A notícia foi publicada originalmente pelo jornal <a href="https://www.lefigaro.fr/conjoncture/contre-le-surtourisme-paris-veut-mieux-repartir-les-visiteurs-dans-ses-arrondissements-20241124">Le Figaro</a>.
De acordo com Maud Gatel, presidente do grupo proponente, o objetivo é “valorizar as riquezas de todos os nossos bairros, beneficiar comerciantes locais e distribuir de forma equilibrada a receita do turismo”. Ela destacou que é necessário promover trajetos alternativos, citando como exemplo o street art no 13º arrondissement, o bairro Montparnasse, além de Belleville, Ménilmontant e o Sentier. "O turista pode visitar a Torre Eiffel, mas precisa descobrir outras faces de Paris também", declarou Gatel.
<h3>Pressão nos principais monumentos</h3>
A necessidade de descentralização se torna evidente diante do aumento constante do turismo nos ícones da cidade. Em 2023, o Louvre registrou 8,8 milhões de visitantes, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A Torre Eiffel recebeu 6,3 milhões de pessoas (+8%), e o Museu d’Orsay, 3,9 milhões (+18%). A concentração de turistas nesses locais gera desafios de logística, insatisfação entre moradores e impacto ambiental.
Frédéric Hocquard, adjunto da prefeitura responsável pelo turismo, reforçou o compromisso da gestão de Anne Hidalgo com iniciativas de turismo sustentável e destacou avanços em bairros como o 14º, 20º e 17º arrondissement. No entanto, reconheceu que “é preciso fortalecer a estratégia e garantir que todos os distritos se engajem nesse esforço”.
<h3>Exemplos internacionais e lições para Paris</h3>
A estratégia de desconcentração busca evitar que Paris enfrente manifestações populares contra o turismo de massa, como ocorreu em Barcelona e Veneza. Gatel enfatizou no Conselho que ações bem-sucedidas poderiam “aumentar a aceitabilidade do turismo entre os cidadãos, além de beneficiar a cidade financeiramente e culturalmente”.
Embora a medida tenha sido bem recebida, ainda carece de um plano concreto para implementação. O desafio será integrar o conceito de turismo sustentável a uma cidade que, historicamente, é uma das mais visitadas do mundo.

Torre Eiffel é iluminada no tradicional Dia da Bastilha em Paris, em 14 de julho. 14/07/2014 REUTERS/Gonzalo Fuentes

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Paris busca descentralizar turismo e aliviar pressão excessiva em pontos icônicos

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