247 – Em um discurso emocionado neste fim de semana, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, expressou profunda indignação com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Canadá. Ele lembrou que, ao longo da história, o Canadá sempre esteve ao lado dos EUA em seus momentos mais difíceis, mas as ações recentes da Casa Branca, em vez de unir, estão criando divisão entre os dois países.
"Sempre estivemos ao lado de vocês na vida e na morte, mas as medidas tomadas pela Casa Branca hoje não trouxeram união, e sim divisão!", declarou Trudeau, referindo-se à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos. A medida, que faz parte de uma política comercial agressiva, foi vista como um golpe para as relações entre os dois países. Segundo o <a href="https://www.guancha.cn/internation/2025_02_02_763880.shtml">jornal chinês Guancha</a>, a imposição das tarifas ocorre em um momento delicado para o governo canadense, que enfrenta pressões internas e externas.
Trudeau destacou que o Canadá e os EUA têm uma longa história de parceria e cooperação, tanto em tempos de guerra quanto em momentos de crise. "Das praias da Normandia às montanhas da Coreia, dos campos de Flandres às ruas de Kandahar, estivemos ao lado de vocês na vida e na morte. Construímos a parceria econômica, militar e de segurança mais bem-sucedida da história... Sempre estivemos ao lado de vocês."
O primeiro-ministro canadense lembrou que, em momentos críticos para os EUA, como a crise dos reféns no Irã, a guerra no Afeganistão, o furacão Katrina e os recentes incêndios florestais na Califórnia, o Canadá nunca hesitou em oferecer apoio. No entanto, as tarifas impostas por Trump, segundo ele, representam uma ruptura nessa relação de confiança e colaboração.
"Infelizmente, as ações da Casa Branca hoje não nos uniram, mas nos dividiram!", lamentou Trudeau. Ele alertou que as medidas protecionistas de Trump podem levar a uma deterioração das relações bilaterais, com consequências negativas para ambos os lados da fronteira.
Em resposta às tarifas americanas, o governo canadense anunciou que imporia tarifas de 25% sobre produtos dos EUA no valor de 155 bilhões de dólares canadenses. Trudeau justificou a decisão como uma medida necessária para proteger os interesses do Canadá e seus cidadãos. "Certamente não queremos escalar a situação. Mas vamos defender o Canadá, o povo canadense e os empregos canadenses."
Além disso, Trudeau criticou a falta de diálogo por parte de Trump, afirmando que tentou entrar em contato com o presidente americano, mas não obteve resposta. Ele enfatizou que, em questões como imigração e combate às drogas, a cooperação entre os dois países é essencial. "Se o presidente Trump quer inaugurar uma nova era de ouro para os EUA, o melhor caminho é cooperar com o Canadá, e não nos punir."
A indignação de Trudeau ecoou entre outros líderes canadenses. A ex-vice-primeira-ministra Chrystia Freeland sugeriu que o Canadá deveria retaliar de forma direcionada, impondo tarifas de 100% sobre carros da Tesla e produtos como vinhos e bebidas alcoólicas americanas. "Se os EUA atacam o Canadá, nós retaliaremos, e eles sentirão a dor."
Enquanto isso, líderes provinciais, como o premier da Colúmbia Britânica, David Eby, anunciaram medidas para reduzir a dependência de produtos americanos e apoiar a economia local. "Os americanos são mais fortes, mas se não nos defendermos, eles continuarão a nos pressionar."
A imposição de tarifas por Trump também gerou preocupação internacional. A China e outros países alertaram que medidas protecionistas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos negativos para a economia mundial.
Para Trudeau, no entanto, a questão vai além da economia. "Neste momento, precisamos nos unir, porque amamos este país." Ele pediu aos canadenses que apoiem produtos locais e se mantenham firmes diante das pressões dos EUA.
A crise entre os dois países vizinhos, que já foram aliados inseparáveis, parece marcar um novo capítulo tenso em suas relações. Enquanto Trump insiste em sua política de "América Primeiro", o Canadá se vê forçado a defender sua soberania e interesses nacionais.

Redação Brasil 247

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Mundo

Indignado, Trudeau diz que o Canadá sempre esteve ao lado dos Estados Unidos 'na vida e na morte'

247 - Um dia após o início da guerra comercial entre Estados Unidos e Canadá, o presidente americano Donald Trump voltou a sugerir a anexação do país vizinho. Em uma série de postagens em suas redes sociais, o republicano justificou a necessidade de impor tarifas contra bens de aliados e afirmou que o Canadá "deixaria de existir como um país viável" sem o apoio econômico dos EUA. A informação é do jornalista Jamil Chade, em sua coluna no <a href="https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/02/02/trump-defende-anexacao-do-canada-e-aumenta-tensao.htm">UOL.</a>
"Nós pagamos centenas de bilhões de dólares para SUBSIDIAR o Canadá. Por quê? Não há motivo", escreveu Trump. "Não precisamos de nada do que eles têm. Temos energia ilimitada, deveríamos fabricar nossos próprios carros e temos mais madeira serrada do que jamais poderemos usar. Sem esse subsídio maciço, o Canadá deixa de existir como um país viável. É duro, mas é verdade! Portanto, o Canadá deve se tornar nosso querido 51º Estado", acrescentou.
A declaração ocorre depois que, no sábado, Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os produtos canadenses e mexicanos, exceto no setor de energia, onde a taxa é de 10%. Para produtos chineses, a tarifa aplicada será de 10%.
Horas depois, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou medidas de retaliação, impondo uma tarifa de 25% sobre produtos americanos, com foco em estados governados por republicanos. Trudeau também prometeu novas ações caso Washington endurecesse as restrições comerciais.
Em um discurso emocionado, o premiê canadense recordou a história de aliança entre os dois países. "Fizemos o luto ao lado de vocês", declarou, relembrando momentos de cooperação durante guerras e desastres naturais.
<h2>Inflação e impacto econômico</h2>
Apesar de reforçar a ideia de anexar o Canadá, Trump reconheceu que sua política tarifária pode trazer impactos negativos para os americanos. "Haverá alguma dor? Sim, talvez (e talvez não!)", escreveu. "Mas faremos com que os Estados Unidos voltem a ser grandes, e tudo isso valerá o preço a ser pago", afirmou.
A preocupação principal entre especialistas é que a imposição de tarifas possa elevar a inflação nos EUA, já que o Canadá abastece 60% do mercado americano de petróleo. Uma barreira comercial imediata poderia aumentar os custos energéticos e impactar o custo de vida, uma das principais bandeiras de Trump durante a campanha.
Na sexta-feira, o presidente negou que as tarifas afetariam a inflação, sem apresentar evidências concretas para sustentar sua afirmação. Entretanto, estudos realizados em 2018, quando ele iniciou uma guerra comercial com a China, indicam que quase a totalidade dos custos adicionais gerados pelas tarifas foi repassada ao consumidor final. De acordo com a Tax Foundation, os impostos de importação devem custar aos americanos cerca de US$ 860 bilhões por ano.
A escalada de tensão entre EUA e Canadá adiciona mais um capítulo de incertezas ao cenário econômico global, com possíveis impactos no comércio e no custo de vida dos dois países. A resposta de Trudeau e o desdobramento da disputa tarifária seguirão como pontos centrais na relação entre as duas nações.

Donald Trump em Washington - 30/1/2025   

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Trump volta a defender anexação do Canadá diante de retaliação de Trudeau

Reuters – O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, enfrenta uma turbulência inédita em seu governo minoritário depois que o líder do Novo Partido Democrático (NDP), Jagmeet Singh, declarou que apresentará uma moção de não-confiança. De acordo com as informações divulgadas, Singh – cuja legenda vinha sustentando o governo Liberal na Câmara dos Comuns – disse que formalizará a moção assim que o Parlamento retomar as atividades, em 27 de janeiro. Caso todos os partidos de oposição apoiem a iniciativa, Trudeau, que comanda o país há mais de nove anos, será obrigado a deixar o cargo, desencadeando um novo pleito.
As pesquisas de opinião, realizadas ao longo dos últimos 18 meses, apontam um cenário de desgaste para o Partido Liberal, agravado pelo cansaço do eleitorado e pela irritação com preços elevados e crise habitacional. Muitos analistas projetam que esse clima favorece o Partido Conservador, de centro-direita, hoje a principal voz de oposição.
O NDP, que disputa a preferência dos eleitores de centro-esquerda com os Liberais, alega que o atual governo está excessivamente alinhado aos interesses das grandes corporações. Ao anunciar seus planos, Singh justificou sua posição:
<blockquote>“Independentemente de quem lidera o Partido Liberal, o tempo deste governo chegou ao fim. Vamos apresentar uma moção clara de não-confiança já na próxima sessão da Câmara dos Comuns.”</blockquote>
O líder do Bloco Quebequense também anunciou que votará a favor da moção, enquanto os Conservadores intensificaram as críticas a Trudeau. De acordo com o líder conservador, Pierre Poilievre, é evidente que o primeiro-ministro já não conta com o apoio do Parlamento:
<blockquote>“Não podemos ter uma bagunça caótica comandando nosso governo e levando-o à ruína. Está claro que Justin Trudeau não possui mais a confiança parlamentar.”</blockquote>
A crise ganhou contornos mais graves após a renúncia surpresa da ministra das Finanças, Chrystia Freeland. Logo em seguida, Trudeau fez uma reforma ministerial, mas não concedeu entrevista coletiva ou explicações públicas. Havia expectativa de que ele falasse à imprensa em entrevistas de fim de ano, porém, segundo fontes próximas ao gabinete do primeiro-ministro, esses compromissos foram cancelados.
A preocupação aumenta diante da posse iminente do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. Trump ameaça impor uma tarifa de 25% sobre importações vindas do Canadá, o que pode prejudicar severamente a economia canadense. Governadores das dez províncias vêm exigindo uma resposta unificada do governo federal para lidar com a situação, mas a estabilidade política de Ottawa está em xeque.
Para observadores políticos, a decisão de Singh é arriscada. Embora as projeções indiquem que os Liberais poderiam sofrer uma derrota expressiva, o NDP também não aparece bem posicionado nas pesquisas. Ainda assim, o partido de Singh enxerga a oportunidade de angariar parte do eleitorado insatisfeito com Trudeau.
Rumores apontam que Trudeau pode cogitar a renúncia antes do retorno do Parlamento, mas, se isso ocorrer, o Partido Liberal não teria tempo hábil para escolher um novo líder permanente em convenção. Nesse cenário, a legenda teria de disputar a eleição com um líder interino, algo inédito na história política do país.
A crise política acontece em um momento de atenção redobrada: além das tensões comerciais com os EUA, o governo precisa responder a pressões internas sobre inflação e mercado imobiliário. Se a moção de não-confiança for adiante, os canadenses poderão encarar as urnas em meio a um clima de instabilidade, tanto política quanto econômica.

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