<p><b>247 - </b>O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira (25) a retomada dos impostos sobre exportações de grãos, medida que havia sido suspensa temporariamente para estimular a entrada de dólares no país. A decisão ocorre após o cumprimento da meta cambial estabelecida para o setor.</p>
<p>De acordo com informações divulgadas pela <i>AFP</i> e reproduzidas pelo portal <i>UOL</i>, a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca) confirmou que o objetivo de arrecadar US$ 7 bilhões (cerca de R$ 37,4 bilhões) foi alcançado, o que levou ao restabelecimento da cobrança.</p>
<h3>Contexto da medida</h3>
<p>A suspensão dos tributos, anunciada no início da semana, previa isenção para exportações de grãos e carnes até 31 de outubro ou até que fosse atingida a meta estipulada em dólares. O incentivo fazia parte da estratégia econômica para ampliar a oferta de divisas e conter a pressão sobre o peso argentino, em meio à crise financeira que obrigou o Banco Central a intervir e vender mais de US$ 1 bilhão na semana passada.</p>
<p>O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, destacou nas redes sociais que Washington vinha colaborando com Buenos Aires “para finalizar as isenções fiscais para os produtores de matérias-primas que convertem divisas”.</p>
<h3>Carne segue sem impostos</h3>
<p>Apesar da retomada da taxação sobre os grãos, o governo argentino optou por manter a isenção no setor de proteínas animais. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou nesta quinta-feira que “o regime de zero retenção para a exportação de aves e carne bovina continua sem limite até 31 de outubro”.</p>
<p>O setor agropecuário é o motor das exportações argentinas, representando cerca de 60% das vendas externas do país. Ao liberar o mercado para carne e aves, a Casa Rosada busca garantir competitividade internacional e incentivar os produtores a acelerar os embarques, em vez de reter estoques à espera de condições cambiais mais favoráveis.</p>
<h3>Repercussão econômica</h3>
<p>A medida foi bem recebida pelo mercado, ajudando a conter a desvalorização do peso e reduzindo o risco de um calote. O alívio momentâneo reflete a importância do agronegócio na estratégia de estabilização econômica do governo argentino, que enfrenta uma das mais graves crises cambiais da última década.</p>

Luis Mauro Filho

Casa Rosada, a sede da presidência argentina, em Buenos Aires

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Argentina retoma impostos agrícolas e mantém isenção da carne

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