247 - A entrevista coletiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira (30) marcou o início de uma nova estratégia de comunicação do governo. A articulação foi conduzida pelo publicitário Sidônio Palmeira, novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que busca tornar Lula o “motor de conteúdo” do governo, elevando sua presença em coletivas e ampliando sua participação no debate público, destaca o <a href="https://noticias.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2025/01/31/sidonio-poe-digital-em-entrevista-e-quer-lula-como-motor-de-conteudo.htm">Uol.</a>
A mudança visa corrigir um dos principais pontos criticados por aliados no terceiro mandato do petista: a falta de uma narrativa clara. Para Sidônio, Lula precisa assumir o papel central na formulação das ideias e na definição da pauta política, evitando apenas reagir aos acontecimentos.
Na entrevista, Lula sinalizou ao mercado financeiro seu compromisso com o ajuste fiscal e reforçou a independência da Petrobras. O presidente também saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após críticas do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que o classificou como enfraquecido. “Eu acho que o Kassab foi injusto com o significado do companheiro Haddad no Ministério da Fazenda”, afirmou Lula.
<h3>Nova estratégia e monitoramento de respostas</h3>
Sidônio Palmeira também anunciou a criação de uma "Central de Monitoramento de Prontas Respostas", um mecanismo que busca evitar que o governo perca narrativas ou entre tardiamente em debates importantes. Um dos exemplos recentes foi o caso do Pix, em que Lula precisou recuar de uma medida da equipe econômica após forte reação negativa.
Durante a coletiva de imprensa, Sidônio acompanhou Lula de perto, mas manteve-se discreto, deixando o protagonismo para o presidente. O novo secretário de Imprensa, Laércio Portela, foi o responsável por coordenar as perguntas dos jornalistas. Ao contrário de seu antecessor, Paulo Pimenta, Sidônio evitou aparecer, mas fez gestos de aprovação sempre que Lula adotava um tom mais moderado.
Nos bastidores, a nova estratégia tem gerado diferentes reações. Enquanto alguns integrantes do governo elogiam a postura técnica e reservada de Sidônio, outros demonstram dúvidas sobre seu perfil discreto. A proximidade com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, garantiu-lhe apoio no início da gestão, mas erros em declarações polêmicas sobre impostos e preços de alimentos reforçaram a ideia de que Lula será a voz principal do governo.
<h3>Digitalização e protagonismo nas redes sociais</h3>
Entre as mudanças propostas por Sidônio está a reformulação da estratégia digital do governo. A Secom pretende intensificar a presença nas redes sociais, com a criação de perfis oficiais dos ministérios no TikTok e a ampliação da participação de Lula em vídeos no Instagram. A meta é que as informações do governo cheguem à população de maneira mais clara e eficiente.
A mudança também inclui um relacionamento mais próximo com a imprensa, garantindo acesso rápido a dados e informações governamentais. Essa abordagem remete à campanha vitoriosa de 2022, na qual Lula foi colocado no centro do debate político e midiático.

Camila França

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Lula assume protagonismo na comunicação do governo sob direção de Sidônio Palmeira

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