Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de carne bovina in natura do Brasil, maior exportador global, renovou um recorde mensal em setembro, apagando a melhor marca anterior vista em julho deste ano, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta segunda-feira.
O volume exportado somou 314,7 mil toneladas, alta de 25,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Secex.
O Brasil bateu recorde nas exportações de carne bovina apesar das tarifas impostas em agosto pelos Estados Unidos, que eram o segundo maior mercado brasileiro.
Os embarques crescentes ocorrem graças à diversificação de embarques para outros destinos, incluindo o México, segundo comentário feito em meados de setembro pela associação do setor Abiec.
Além disso, frigoríficos brasileiros têm aumentado embarques para a China, maior importador do produto nacional.
Em meio à firme demanda global pela proteína, tem ocorrido também um rearranjo no comércio global por conta das questões tarifárias dos Estados Unidos, que enfrentam também restrições na sua produção de carne bovina devido a um ciclo de baixa oferta de animais, segundo especialistas.
Em julho, antes da tarifa mais alta imposta por Donald Trump entrar em vigor, o Brasil exportou 276,9 mil toneladas de carne bovina, a melhor marca até então. Em agosto, o volume exportado de carne in natura somou 268,6 mil toneladas.
Em meados de setembro, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, havia afirmado a jornalistas que os embarques no sétimo mês do ano, para os EUA, cairiam para cerca de 7 mil toneladas devido às tarifas.
Ele afirmou que, apesar das tarifas de 76,4% dos EUA à carne bovina brasileira (formadas pelos 50% mais alíquota de 26,4% existente antes de Trump), ainda existe alguma exportação para os EUA por conta da competitividade brasileira.
Os embarques remanescentes aos EUA são diversos, incluindo cortes de maior valor agregado, mas também há alguns relacionados a compromissos anteriores das empresas exportadoras, segundo a Abiec.
A Secex também divulgou nesta segunda-feira os dados detalhados de outros produtos exportados pelo Brasil, como os relacionados abaixo do setor do agronegócio.

Leonardo Lucena

Funcionário carrega pedaços de carne em açougue de São Paulo 10/10/2014

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Agro

Exportação de carne bovina do Brasil atinge recorde, aponta Secretaria de Comércio Exterior

247 - O Brasil bateu um novo recorde, em 2024, na quantidade de empresas exportadoras. O país encerrou o ano passado com 28.847 empresas exportadoras, alta de 1,1% na comparação com o registrado em 2023, que fechou com 28.524 empresas (e que era o recorde até então). Os dados fazem parte do relatório Exportação e Importação por Porte Fiscal das Empresas, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O relatório identifica qual o contingente de microempresas, microempreendedores individuais (MEI), empresas de pequeno porte (EPP) e empresas médias ou grandes que operam no comércio exterior no Brasil.&nbsp;
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que saber “o perfil das empresas exportadoras brasileiras é fundamental para darmos sequência aos programas que o governo federal tem desenvolvido para a promoção do setor produtivo e exportador”. “Um exemplo é o Acredita Exportação, aprovado pela Câmara dos Deputados e que vai impulsionar as empresas de pequeno porte, devolvendo o equivalente a 3% de suas receitas de exportação”, ressaltou.
Os resultados de 2024 da Balança Comercial nas exportações totalizaram US$ 337 bilhões. Desse total, as microempresas e MEIs responderam por US$ 910,3 milhões nas exportações, enquanto as empresas de pequeno porte exportaram um total de US$ 1,7 bilhão.&nbsp;
As médias e grandes empresas movimentaram US$ 310,3 bilhões. Outras empresas não mercantis foram responsáveis por US$ 24 bilhões nas exportações no ano passado. Já as importações somaram US$ 262,5 bilhões em 2024, com saldo positivo de US$ 74,6 bilhões para o Brasil.
<h2>Mercados</h2>
Em relação às microempresas e MEIs, o mercado mais rentável foi para a América do Norte, com exportações da ordem de US$ 280,6 milhões em 2024, dos quais US$ 251 milhões para os Estados Unidos, seguido da América do Sul, com US$ 226,7 milhões.
Já para as empresas de pequeno porte (EPP), a América do Sul foi a região com maior movimentação (US$ 422,1 milhões), seguida da América do Norte (US$ 320,7), dos quais US$ 275,9 milhões para os Estados Unidos. Em relação às médias e grandes empresas, a Ásia e Oriente Médio foram os principais mercados (US$ 129,8 bilhões), dos quais US$ 85,3 bilhões foram para a China, com Europa (US$ 54, bilhões) e América do Norte (US$ 51,2 bilhões) na sequência.
<h2>Médias e grandes</h2>
A maior parte dos exportadores, 59,5%, é de médias ou grandes empresas, que somam 17.172. Esse segmento apresentou o maior crescimento frente a 2023, tendo aumentado 2%. As EPPs também mostraram evolução, de 1,5%, chegando a 5.480 no fim de 2024. Já as microempresas e as MEI somaram 5.952 empresas, compondo o total com 243 empresas classificadas como “outras”.
Em 2024, o Brasil se destacou com recorde de exportação de US$ 181,9 bilhões na indústria de transformação, o maior valor desde o início da série histórica, em 1997. Isso revela a forte atuação do governo brasileiro em políticas públicas que impulsionam a produção nacional. “O MDIC tem atuado em projetos tanto para estimular a produção da indústria brasileira quanto para colocar o país em outro patamar de comércio exterior”, avaliou Geraldo Alckmin.
<h2>Indústria extrativa</h2>
Considerando a estratificação das empresas por setores, entre as microempresas e empresas de pequeno porte, o maior crescimento se deu na indústria extrativa, com 8,1% e 2%, respectivamente, no último ano. No caso das médias e grandes empresas, a ampliação foi maior na agropecuária, com 5,9% de crescimento em 2024. A indústria de transformação, no entanto, continua a ser o setor preponderante para todos os portes, com 80% ou mais das empresas exportando bens industriais.
<h2>Empresas por região&nbsp;</h2>
A região Sudeste respondeu pela maior parte das empresas exportadoras do Brasil em 2024 nas três categorias, concentrando 3.341 microempresas e MEIs, 3.183 EPPs, e 10.475 empresas médias e grandes. O Sul fechou o ano passado com 1.714 microempresas e MEIs, 1.697 empresas de pequeno porte e 5.394 empresas médias e grandes.
O Nordeste teve 377 microempresas e MEIs, 211 EPPs e 978 empresas médias e grandes. O Norte registrou 295 microempresas e MEIs, 256 de pequeno porte e 690 empresas médias e grandes, e no Centro-Oeste foram 239 microempresas e MEIs, 156 EPPs e 616 empresas médias e grandes.

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